Capítulo VIII: A revanche

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O dia estava nublado e chuvoso, mesmo assim aqui estou eu. Sou uma pessoa prática, lógica e pragmática nas minhas escolhas. Porém, existem momentos na vida em que você não sabe qual caminho deve seguir, quais escolhas devem ser tomadas e principalmente quais serão as consequências dos seus atos.  E existem aqueles momentos em que suas escolhas mudam completamente sua vida.

Um desses momentos aconteceu há três dias, quando entrei naquela boate para colocar em prática meu plano. Só que nunca estava preparada para o furacão que seria Douglas Cavalcante na minha vida. Tudo estava correndo como o plano mandava:

·         Coletar informações sobre o inimigo ( ok)

·         Se infiltrar nos domínios dele (ok)

·         Se aproximar do inimigo (ok)

·      Não dar para o inimigo na primeira vez que se viram e comê-lo como se fosse uma vadia (ERRO...)

·         Pegar o inimigo de surpresa e capturá-lo (ok)

·       Não se importar com o olhar de decepção lançando pelo inimigo quando o mesmo descobriu que a irmã da sua sequestradora foi sua amante e esta foi assassinada e que sua atual noiva estar tendo um caso com seu vice. (ERRO...ERRO...ERRO).

·        Se sentir triunfante após humilhar seu inimigo (ERRO, ERRO, ERRO...)

-Droga, droga e droga. –Soco com violência no meu volante quase perdendo o controle. Ouço as buzinas dos outros carros

Quase tudo saiu como o planejado, quase tudo. Consegui o meu objetivo principal: Humilhar Douglas Cavalcante, O TODO PODEROSO. Mas não estava me sentindo triunfante, pelo contrário, estava me sentindo vazia. E não sei como devo proceder, assim sendo, estou indo ao local onde tudo isso começou. Perdida nos meus pensamentos, escuto meu celular chamar. Atendo colocando no viva-voz, nem preciso olhar o identificador de chamadas para saber quem é a pessoa.

-Oi. –Respondo com um tom seco.

-Onde você tá sua louca? Quer me deixar maluca também é? – O grito da mel faz minha cabeça latejar ainda mais. –Valentina de Sá me diga exatamente onde você estar. AGORA.

Pelo tom da sua voz eu sei que deixei minha amiga preocupada. Mas tudo foi pesado para mim, reviver o passado é muito doloroso e minhas feridas ficaram em carne viva. Quando sai daquele quarto nem conversei com minha amiga. Eu queria ficar só. Pensar.

-Escuta MEL, eu estou bem. –Digo num tom frio e controlado. –Não se preocupe, só preciso de um tempo ...

-Olha Tina, não precisa se isolar. Eu estou aqui, volta para casa, por favor! –Diz com uma voz melosa. –Até comprei teu soverte preferido e se for boazinha quem sabe eu não contrato um gogoboy  bem gostoso só para você.

Quase rio dessa Mel, mas não foi dessa vez. O único homem que não sai da minha cabeça é aquele maldito bastado do Douglas. Douglas, Douglas, Douglas. Merda não paro de pensar nesse cara. O que estar acontecendo Tina?

-Tina? Hellooooooooo Tina? Atende sua vagabunda–Ela odeia quando a deixo no vácuo. –Porra Tina você não precisa se isolar nessa sua bola de tristeza. Tá me escutando? –Eu não respondo. Se responder eu vou acabar tendo uma crise de nervos. Tudo isso é muito pesado. –Tinaaa, me responde sua louca! –Grita possessa de raiva.

-Eu sei, estou bem, preciso desligar, a noite a gente conversa. Tchau.

-Tin... –Desligo, antes mesmo de terminar a sentença.

Acorrentados.(removido para revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora