Revelações...(parte 1)

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- Ilumine por favor....

Falei com meu sorriso mais irônico. Me encostei sobre a mesinha e esperei a maldita começar.

- Eu não vou só te iluminar... Eu vou acender um farol em cima de você queridinha. ..

Por que a maioria das quengas gostam de chamar a gente assim? Pois nós sabemos muito bem que elas estão usando a palavra queridinha como forma de xingamento. E essa palavra saindo da boca dessa pirua oxigenada parece ainda pior, se fosse a Mel já tinha dado uns bons tapas na cara dessa cachorra. Eu posso ter passado minha vida com a cara enterrada nos livros, mas isso não significa que eu não saiba me defender. Só que eu não uso violência como meio de defesa... e sim a palavra.

- Então prepare o banha de baleia e solte logo seu veneno.

- Banha de baleia?

Além de cobra é burra. Vou explicar só para vocês, a banha de baleia era usada como combustível para manter aceso os faróis. Dei um suspiro sem paciência, queria saber o que essa bandida queria invadindo a minha festa de noivado / casamento. Sabia que não era coisa boa.

- Fale logo, não tenho tempo para ouvir seus lamentos queridinha...

Nossa, não estava reconhecendo meu lado irônico. E para piorar a situação a vadia começou a rir da minha cara. Eu estava me segurando pra não dar um fatality na loura de quinta.

- Sinceramente, eu não sei o que Cavalcante viu em você?

- Deixa que eu respondo essa...

Uma voz familiar adentrou e cada nervo periférico do meu corpinho entrou em sinapse. Ou seja, fiquei toda arrepiada.

- Essa mulher além de ser linda, é inteligente, companheira é fiel - ai, essa doeu. Toma vadia. Cavalcante fala enquanto se direciona a mim e me encara em cada palavra. - Eu não encontraria uma esposa melhor para está ao meu lado. - Diz compassadamente olhando para mim. Estava bem perto, segurou pela cintura e me beijou.

Nossa e que beijo. Será que isso foi uma declaração. Até me esqueci da quenga, que quenga?

- Vocês são tão bonitinhos. Chego a ficar emocionada. Olha minhas lágrimas caindo. - Ela passa os dedos sobre os olhos como se tivesse limpando uma lágrima. Falsaaaaaa. - é claro que você não iria encontrar outra trouxa melhor. Afinal de contas, quem se encaixaria perfeitamente ao papel de esposa do famoso Cavalcante? Não é mesmo?

- Debora.

- oh Cavalcante não adianta me ameaçar com essa sua voz. Não tenho medo de você.

- Acho que está na hora de você se retirar... - ele a segurou pelos braços.

- Isso tudo é medo de que ela saiba que foi usada por você. Que se casou com ela só para não perder a empresa?

Oh god. Será que era verdade...

- É verdade? - falei sem entender nada.

- Claro queridinha.... Ele só te usou.

-Cala essa sua boca Débora.

Oh meu Deus tudo fazia parte de um plano.

- Claro que é verdade... - Falou a lambisgoia.

- Amor, eu posso explicar...

- Silêncio, vocês dois. - falei tentando me controlar. - Você se senta. - Apontei para Cavalcante e ele imediatamente se sentou. IXE, a coisa era feia mesmo, pois meu marido sentou sem pestanejar. - e você. Vomita logo o que desejas querida.

Uii, falei tão culta. Mas por dentro estava me tremendo de raiva.

- Você acha mesmo que ele iria se casar com um ser tão insignificante quanto você? Ele só precisava de uma esposa para não perder a empresa. - o safado nem tinha coragem de me olhar. - Ele precisava de uma esposa que preenchesse todos os requisitos. Como eu o traí, ele te viu como uma segunda saída...

Acorrentados.(removido para revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora