O NATAL E O PINJENTE DE SAFIRA

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Chegara o dia do Natal, e por costumes familiares religiosos, uma grande festa foi dada. O coração de Christine se encheu novamente de alegria, pois desejava ver novamente o rapaz, mesmo que em um novo sonho. Diversas pessoas foram convidadas, desde parentes distantes até amigos íntimos da família. Neste dia, seria celebrada também este novo passo na vida da garota em rumo ao sucesso. Muitos presentes foram acumulados embaixo de uma grande árvore, que fora posta no centro do vasto salão de convivência da casa.
    Tio Wilson, irmão de Christopher, investiu na construção de uma enorme biblioteca em um dos aposentos da casa, com mesas de estudo e computadores de diversos tipos e configurações, para que Christine pudesse se aplicar mais aos estudos e editar suas matérias para futuras revistas. Muitas roupas novas foram chegando, vestidos das melhores marcas, os mais caros kits de maquiagem, joias de ouro, prata, belos pingentes entalhados com safiras, diamantes, pedras de brilhante, esmeraldas e muitas outras pedras.
    Num dado momento, Christopher chamou a filha para uma conversa em particular. – Hoje é a comemoração mais importante do ano para famílias religiosas como a nossa, e este ano em especial, pois você está se tornando quem realmente gostaria de ser. – disse ele – Como seu pai, quero sempre ajuda-la a ir cada vez mais longe, e torna-la independente em seus passos e caminhos da vida. O presente que tenho pra te dar te ajudará a ir mais longe do que jamais fora, e te libertará de minha demasiada tutela de forma imensa. Venha comigo.
    Christine ficou ansiosa. Sabia o que o pai queria dizer, mas não conseguiu compreender o que seria seu presente através das palavras. A porta que dava para a garagem se abriu, e lá estava: um carro preto, com detalhes em azul brilhante em homenagem aos olhos da filha. O modelo era de última geração, e Christine não pôde conter a emoção, caindo em lágrimas de alegria e satisfação, seguidas de um enorme abraço no pai.
    - Você é o melhor pai do mundo – disse ela, não podendo conter as lágrimas.
    - É um presente simples para dar à melhor filha que alguém poderia ter. – respondeu o pai, igualmente emocionado. – Nascida, renascida, e agora se libertando, abrindo suas asas no caminho do belo destino. Agora vamos, sua mãe tem um presente especial pra você. Ela te aguarda em seu quarto.

Christine subiu as escadas rapidamente, imaginando que tipo de presente lhe seria dado. Não poderia ser um carro, nem algo de semelhante tamanho, pois sua mãe lhe aguardava no quarto. Restou-lhe apenas aguardar ansiosamente a chegada de seus pés ao encontro de Linda. Ao chegar, sua mãe começou a lhe contar:
    - Te chamo porque está na hora de te contar a verdade sobre a nossa anual comemoração de 25 de Agosto – disse ela, ainda sem saber como começar.
    - Verdade? – indagou Christine, confusa. – O que há para contar sobre a data de meu batismo?
    - Você foi batizada no mês de Maio, minha filha, e não temos o costume de comemorar anualmente datas desse tipo – respondeu a mãe, emocionada.
    - Em Maio? E por que comemoramos então a data de 25 de Agosto? O que há de especial?
    - É a data em que você renasceu, combateu o mal e se saiu vitoriosa, apenas com oito meses de idade.
    Desta forma, Linda embarcou em um longo relato sobre o fatídico dia em que Christine fora raptada pelos saqueadores, anos atrás, quando ainda era um bebê. Após muitas lágrimas, abraços, e algumas taças de vinho (ajudava a controlar a ansiedade), Christine viu na mão da mãe um belo estojo de veludo azul, e lentamente o apanhou das mãos de linda. Ao abrir o estojo, deparou-se com a joia mais linda que alguém poderia ganhar: uma corrente de ouro com toques de prata, e como pingente, um belo cristal. Pegou a joia nas mãos e surpreendeu-se com sua leveza, comparando-a intimamente com o peso de uma pena. Seus belos olhos azuis disputaram brilho e beleza com uma pálida luz azul, que emanava de uma chama que parecia brilhar dentro do cristal.
    - Tenho guardado esta joia como símbolo de sua vitória, pois a pedra foi deixada, proposital ou acidentalmente, pelos saqueadores em seu berço, no ato do sequestro. Levei a uma joalheria e a anexei a esta corrente, e guardei por mais de dezessete anos. Finalmente entrego a você, para que use e represente luz e esperança em todos os caminhos de sua vida. – Explicou a mãe.
    - Obrigada, mãe, é linda – disse a filha, emocionada e surpresa com as alegrias que aquela noite lhe trouxera. Em seu coração, tudo o que precisava para completar as alegrias da noite, era a presença do rapaz. Não o viu, nem sonhou com ele aquela noite.

Safira - Quando a Magia e a Morte se UnemOnde histórias criam vida. Descubra agora