Narrado pela Micaela
"Segredos"
Mas porquê tanto rancor da parte dela? Lágrimas encontravam-se rolando pelo meu rosto! Eu amava tanto ela que pretendia primeiramente agradá-la, fazer as pazes com ela e sermos amigas. Mas pelo visto não era isso que ela queria.Ela não me queria por perto. Ela odeia me. Será que existe um motivo para tanto ódio por mim assim?
- Não chores linda... Eu não levarei-te a nenhum lugar destes. -disse Daniel limpando linhas lágrimas com os nós dos seus dedos compridos.
- Porquê ela tanto odeia-me? -indaguei. Não era normal aquilo.
- Queres saber mesmo o porque do meu ódio por ti? -questionou Miranda com um sorriso debochado levantando-se da cadeira. - Eu vou contá-la. E antes de tudo, saiba que este homem aí, do teu lado comprou-te para colocar-te em um bordel, se prostituindo para os homem. -disse ela apontando com o dedo indicador no Daniel.
- Tia... Porquê a senhora está falando estas coisas? Ele não comprou-me, porque não fui vendida. -protestei. Aquilo não fazia sentido. Quem venderia-me e qual seria o motivo?
- Eish a questão! -disse o Daniel. - A tua querida tia, entrou em contacto com a nossa organização dizendo que tinha uma miúda linda à venda. -explicou ele. Só espero que esta miúda não seja eu. -Daí, enviou-me fotografias tuas, o objetivo era que o meu sócio fosse buscar-te. Mas eu me pus a frente do negócio e fui compra-la. E ela está certa en dizer que era para trabalhares no bordel. Mas desde o momento em que coloquei meus olhos em ti, mudei de ideia. Eu comprei-te para mim. E não para outros. Agora me pertences.
- Por quê vocês estão dizendo essas coisas para mim? O que foi que eu fiz de tão errado para merecer isso? Porquê vocês estão fazendo isso comigo? - Eram segredos demais para minha pessoa. Porquê? O que eu fiz de tão errado para eles?
- Ha... Ha... Ha... -Agora admites que a queres para ti! Que irônico. Isso chama-se pedófilismo. Ela é apenas uma criança de 17 anos para uma pessoa já crescida como tu. -disse Miranda. Eu naquele momento estava roendo os meus dedinhos com as unhas odiando aqueles dois.
- Não te faças de inocente Miranda. Eu comprei-a, não nego. E não cometi nenhum tipo de pedófilo. Eu comprei a para livrar-la de cair nas mãos de outros marginais. Já tu?! Tivestes mesmo coragem de vender a própria filha por inveja dela.
- Ela não é minha filha. - gritou ela.
- Não ousa mais levantar a voz para falar comigo. Tu não és nada nesta casa e nem nada para mim. És apenas uma aproveitadora ambiciosa que matou o próprio marido por um ciúme maldito.
- O quê? Como assim matou o próprio marido por ciúmes? É verdade isso tia?
Ela ficou quieta com a cabeça para baixo.
- Por quê a senhora é tão má assim? Porque fez isso? Qual era a finalidade disso tudo?
- Queres saber? A finalidade era esta. Vender-te a um delinquente infeliz como este. - disse apontando o dedo ao Daniel. - Eu já amei você, eu adorei-te como filha. Na época eras o centro de tudo. Eu fazia de tudo para ver-te sorrindo. No dia que Fernando trouxe você à nossa casa eu tinha acabado de perder meu filho. -disse ela chorando. - O amor que estive dando a ti era para o meu filho não para ti. Era para teres morrido naquela noite com a tua mãe. Não era para ele ter aparecido lá naquele momento e salvar-te. Deverias ter morrido junto dela e não teres sobrevivido.
Naquele momento, a única coisa que eu mais queria fazer era chorar até morrer. Porquê tanto odeio da parte dela? Porquê isso tudo? - Eu recebi-te de mãos abertos. Amamentei-te com o meu peito, cuidei de ti, dei amor a ti. Fiz o meu máximo pensando que eras o meu falecido menininho. Anos foram passando e cada dia que passava, eu estava perdendo a atenção do meu marido. Vivíamos brigando por tua causa. Ele só queria ficar contigo e a mim que era esposa ele não dava atenção. E foi naquele momento que decidi abrir o olho. Tu não tinhas nada haver comigo. Nenhum traço teu era igual ao meu. Eu odiei-te e a ele. Eu desejei a morte de vocês dois. Eu orei para que vocês morressem.
- Miranda... Pare já com isso! -ordenou Daniel.
- Não paro nada! Ela tem que saber do odeio que sinto por ela. -disse ela gritando. -Eu até que tentei queimar-te viva. Mas aquele teu grito de bebê, bebê esse que lembrava ao meu filho, tive dó e tirei-te do berço antes que o fogo acabasse com a tua existência. Eu tirei-te dali e dei-te amor. Arrependi-me. A ti a raiva de matar cessou por fazer-me lembrar do meu filho. Mas a ele não. Eu fiz que a doença dele avançasse. Na hora que precisou dos seus remédios eu deixei-o sem nada. Depositei todos os remédios no lixo ele caiu implorando por misericórdia. Implorou para que eu o entregasse os remédios. E neste momento, tu na escola, ele deu a sua última palavra e o seu último suspiro pedindo ajuda. -parou ela para enxugar as lágrimas. - Quando percebi que ele não estava mais entre nós, sorriu satisfeita. Depois de ter deixado ele ali morto e satista, chamei ambulância e levaram-o para hospital.
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VENDIDA A UM ESTRANHO (Em Andamento)
RomanceAs vezes, a inocência pode levar-nos ao abismo, como pode também levar-nos ao além. É depois de sofrer, de ser boa demais, de ser inocente com um "sim" sempre na ponta da língua, que depois de uma decepção maior toda a inocência parte. As coisas com...