9° Capítulo

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Narrado pela Micaela
"Segredos"


Mas porquê tanto rancor da parte dela? Lágrimas encontravam-se rolando pelo meu rosto! Eu amava tanto ela que pretendia primeiramente agradá-la, fazer as pazes com ela e sermos amigas. Mas pelo visto não era isso que ela queria.

Ela não me queria por perto. Ela odeia me. Será que existe um motivo para tanto ódio por mim assim?

- Não chores linda... Eu não levarei-te a nenhum lugar destes. -disse Daniel limpando linhas lágrimas com os nós dos seus dedos compridos.

- Porquê ela tanto odeia-me? -indaguei. Não era normal aquilo.

- Queres saber mesmo o porque do meu ódio por ti? -questionou Miranda com um sorriso debochado levantando-se da cadeira. - Eu vou contá-la. E antes de tudo, saiba que este homem aí, do teu lado comprou-te para colocar-te em um bordel, se prostituindo para os homem. -disse ela apontando com o dedo indicador no Daniel.

- Tia... Porquê a senhora está falando estas coisas? Ele não comprou-me, porque não fui vendida. -protestei. Aquilo não fazia sentido. Quem venderia-me e qual seria o motivo?

- Eish a questão! -disse o Daniel. - A tua querida tia, entrou em contacto com a nossa organização dizendo que tinha uma miúda linda à venda. -explicou ele. Só espero que esta miúda não seja eu. -Daí, enviou-me fotografias tuas, o objetivo era que o meu sócio fosse buscar-te. Mas eu me pus a frente do negócio e fui compra-la. E ela está certa en dizer que era para trabalhares no bordel. Mas desde o momento em que coloquei meus olhos em ti, mudei de ideia. Eu comprei-te para mim. E não para outros. Agora me pertences.

- Por quê vocês estão dizendo essas coisas para mim? O que foi que eu fiz de tão errado para merecer isso?  Porquê vocês estão fazendo isso comigo? - Eram segredos demais para minha pessoa. Porquê? O que eu fiz de tão errado para eles?

- Ha... Ha... Ha... -Agora admites que a queres para ti! Que irônico. Isso chama-se pedófilismo. Ela é apenas uma criança de 17 anos para uma pessoa já crescida como tu. -disse Miranda. Eu naquele momento estava roendo os meus dedinhos com as unhas odiando aqueles dois.

- Não te faças de inocente Miranda. Eu comprei-a, não nego. E não cometi nenhum tipo de pedófilo. Eu comprei a para livrar-la de cair nas mãos de outros marginais. Já tu?! Tivestes mesmo coragem de vender a própria filha por inveja dela.

- Ela não é minha filha. - gritou ela.

- Não ousa mais levantar a voz para falar comigo. Tu não és nada nesta casa e nem nada para mim. És apenas uma aproveitadora ambiciosa que matou o próprio marido por um ciúme maldito.

- O quê? Como assim matou o próprio marido por ciúmes? É verdade isso tia?

Ela ficou quieta com a cabeça para baixo.

- Por quê a senhora é tão má assim? Porque fez isso? Qual era a finalidade disso tudo?

- Queres saber? A finalidade era esta. Vender-te a um delinquente infeliz como este. - disse apontando o dedo ao Daniel. - Eu já amei você, eu adorei-te como filha. Na época eras o centro de tudo. Eu fazia de tudo para ver-te sorrindo. No dia que Fernando trouxe você à nossa casa eu tinha acabado de perder meu filho. -disse ela chorando. - O amor que estive dando a ti era para o meu filho não para ti. Era para teres morrido naquela noite com a tua mãe. Não era para ele ter aparecido lá naquele momento e salvar-te. Deverias ter morrido junto dela e não teres sobrevivido.

Naquele momento, a única coisa que eu mais queria fazer era chorar até morrer. Porquê tanto odeio da parte dela? Porquê isso tudo? - Eu recebi-te de mãos abertos. Amamentei-te com o meu peito, cuidei de ti, dei amor a ti. Fiz o meu máximo pensando que eras o meu falecido menininho. Anos foram passando e cada dia que passava, eu estava perdendo a atenção do meu marido. Vivíamos brigando por tua causa. Ele só queria ficar contigo e a mim que era esposa ele não dava atenção. E foi naquele momento que decidi abrir o olho. Tu não tinhas nada haver comigo. Nenhum traço teu era igual ao meu. Eu odiei-te e a ele. Eu desejei a morte de vocês dois. Eu orei para que vocês morressem.

- Miranda... Pare já com isso! -ordenou Daniel.

- Não paro nada! Ela tem que saber do odeio que sinto por ela. -disse ela gritando. -Eu até que tentei queimar-te viva. Mas aquele teu grito de bebê, bebê esse que lembrava ao meu filho, tive dó e tirei-te do berço antes que o fogo acabasse com a tua existência. Eu tirei-te dali e dei-te amor. Arrependi-me. A ti a raiva de matar cessou por fazer-me lembrar do meu filho. Mas a ele não. Eu fiz que a doença dele avançasse. Na hora que precisou dos seus remédios eu deixei-o sem nada. Depositei todos os remédios no lixo ele caiu implorando por misericórdia. Implorou para que eu o entregasse os remédios.  E neste momento, tu na escola, ele deu a sua última palavra e o seu último suspiro pedindo ajuda. -parou ela para enxugar as lágrimas. - Quando percebi que ele não estava mais entre nós, sorriu satisfeita. Depois de ter deixado ele ali morto e satista, chamei ambulância e levaram-o para hospital.

VENDIDA A UM ESTRANHO (Em Andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora