VENDIDA A UM ESTRANHO (Em Andamento)

13° Capítulo

"O beijo"

narrado pela Mikaella

- Então, o que te preocupa?

- Por quê, eu diferente de todos da escola tenho que ter um segurança?O que vai acontecer comigo? Eu nem sei como minha tia está! -abaxei a cabeça abalada pela tristeza.

Lágrimas ameaçavam cair, mas isso não acontecerá! Porquê ainda dói-me tanto o facto de não puder mais conviver com ela?Ela foi má, injusta comigo, mas mesmo assim, eu queria que ela estivesse aqui comigo.

Eu quero que ela volte para cá. Suporto a ideia de não falar com ela. Mas de não conviver com ela, é demais! É como se eu estivesse vivendo em um outro mundo, onde tudo é novo, onde não sinto falta de materiais, mais que sinto falta da pessoa que viu-me crescer, que fez parte da minha vida. Estou com saudades dela.

- Não chores, Micaela! Eu não quero ver-te chorando e nem sofrendo pela tua tia. Eu quero cuidar de ti. Quero que tudo de certo para ti. Quero ver-te feliz. -disse ele enxugando as lágrimas que insistiam em cair sem a minha autorização. - A questão nem é essa.

- Dias atrás, eu era tratada como nada, e agora que sou tratada melhor, sinto falta da pessoa que esteve a anos me humilhando. Isso não deveria ser assim. - minha voz já estava alternada pelo choro. Eu não queria chorar,mas simplesmente doía. Está me doendo bastante está situação.

- Então não deixe que seja assim. Entenda que as coisas mudaram.

Ok. Eu vou entender. Eu consigo ignorar as coisas. Eu consigo ignorar os sentimentos. É só uma questão de não pensar. Eu não tenho o porque sentir falta de alguém que vendeu-me. Ela não me quis! Para quê querer voltar para ela?

- O que acontecerá comigo? O que farás comigo?

Essas são duas das várias questões que sempre martelam na minha cabeça. Eu virei propriedade dele, certo que em algum momento ele vá querer me usar. Ou não?

- Micaela... Relaxe tá bom? Eu já disse!Eu só quero ver-te bem e feliz. Se eu estivesse afim de machucar-te, achas mesmo que eu deixaria que fosses à escola?Achas mesmo que deixaria-te  vagando na minha casa sem ter que parar-te? -questionou ele indignado. De certa forma ele tinha suas razões. E eu também tenho minhas razões.

Eu precisava saber, aliás eu ainda
preciso saber. Se fosse como filha, ele não reparar-me-ia da forma como repara. Eu não sei nada sobre relacionamentos, mas eu sei disso porque eu é que estou aqui na sua frente. E olha-lo assim, tão de perto, ele é tão lindo que está sendo impossível desviar o olhar e os meus pensamentos. Não estou pensando em fazer nada, mas os seus lábios estão muita mais chamativos que o normal. O seu olhar está me convidando a chegar mais perto dele,  ele não para de trocar o olhar entre meus olhos e meus lábios. E olhando assim para ele, percebo o quão interessante e convidativo é beijar e tocar seus lábios.

Melhor eu parar com isso antes que ele note que estou analisando os seus lábios e que estou muito afim de uni-los aos meus. Eu estou triste e continuo triste.

Os lábios dele curvaram-se em um lindo sorriso, mostrando os seus dentes bem alinhados e bem brancos. Um sorriso perfeito, mostrando covinhas profundas em suas bochechas. E esse foi o meu fim.

Senti o meu coração batendo mais forte e como se uma população inteira de borboletas estivesse voando em barriga. Eu nunca senti isso! Será que ele notou? Minhas bochechas pegaram fogo,que vergonha!

Será que eu é que estou desejando ele e usando essa desculpa para deixar que o meu coração acumule sentimentos por ele?

- Eu gosto de ver-te me analisando. Só espero um dia puder satisfazer a tua visão em pleno ao teu olhar desejoso.

Ok. Eu tenho que sair daqui senão explodo de vergonha.

Com passos lentos e tímidos fui me afastando. De repente, sinto uma mão grande envolvendo a minha e me puxa para assim colidir o meu corpo com o dele. Do Daniel, ele envolveu minha cintura com os seus braços fortes.

Ele estava a frente de mim! Com os braços enrolados em minha cintura.
E o fogo estava quase consumindo a minha alma. Estou queimando, estou desejando este homem como nunca desejei nada na minha vida e eu quero uma coisa dele neste momento. Não sei porque, mas a vontade de pedir,era maior.

Ele vendo meus olhos suplicando por algo que nem eu mesma sabia, colou seus lábios aos meus, iniciando um beijo lento e molhado. Ele enfiou a sua língua na minha boca fazendo movimentos circulares, quase travando uma batalha de língua comigo. Eu nunca tinha beijado antes. Nunca tinha ficado tão perto de alguém do sexo aposto ao meu que não fosse o meu pai. Já ensaiei várias vezes beijando uma maçã, mas isso é completamente diferente, insano demais!

O beijo vai se alongando mais, exigindo mais pressão e fazendo-me desejar por mais. Meu sexo estava latejante, uma vontade enorme de sentir algo entrar em minha intimidade me invadiu.  O beijo não estava sendo suficiente para mim. Eu queria algo mais entre as minhas pernas. Algo que pudesse apagar o desejo e a vontade de ser penetrada!

Penetrada?

Parei imediatamente o beijo! O que deu em mim? Porque eu deixei-me levar? Porque
eu caí nessa tentação? Eu devo estar delirando. Ou sonhando! Sim. Eu estou sonhando porque isso não é normal para mim.

"Meu primeiro beijo foi com o meu dono" -pensei.

Será que isso é mau?

Afinal de contas ele é meu dono.

E se simplesmente ele quiser me usar? Porquê ele beijou-me?

- Por quê paraste? Fiz alguma coisa de errado? -inquiriu ele.
Eu tenho que sair daqui. Eu vou perder a cabeça. Eu não deveria ter deixado que ele me beijasse daquela forma.

Se estou arrependida? Para quê mentir? Eu amei ter beijado ele.
Com um pensamento de que eu volte a querer mais uma vez, saio do seu escritório correndo indo na direção do meu novo quarto.

- Que loucura foi aquela?