14° Capítulo

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Já havia passado um mês que a minha vida tinha mudado. Eu adoro isso. Mas às vezes a tristeza inundava a minha alma. A maioria das vezes encontrei-me pensando em como ela estaria. "Será que ela está bem? Será que ela passa necessidades? Por mais que a minha cabeça se esforçara a esquecer dela, meu coração gritava em saber da sua situação. Por mais que ela tenha me rejeitado, ela continua sendo minha mãe. No fundo consigo entender o porquê dela ter feito aquilo. Eu fui a culpada disso tudo.

Lembro-me quando meu pai discutia com ela. Eu ouvia eles sempre gritando de noite. Sempre ela acabava por chorar e vinha no meu quarto gritar comigo me culpando pela desgraça. Mas ela cuidava de mim. Não sei o motivo que a fez me vender. Mas não acredito que realmente seja por não me suportar mais. "Ela ama-me". Eu sei disso. Não deixarei nem permitirei que meu coração acumule sentimentos ruins por ela.

Foi doloroso, muito doloroso para mim descobrir que ela foi de uma grande ajuda na morte do meu pai. Isso, por mais que eu a perdoe pela maldade que me fizera, disso nunca esquecerei. Não é fácil. Se ela, ao invés de tirar os remédios perto dele tivesse o ajudado, isso tudo não teria acontecido. Meu pai ainda estaria comigo. E eu não estaria nesta situação. Eu seria uma pessoa normal. Feliz. Bem, não que eu não seja normal ou feliz. Eu sou isso. Sou a aluna mais velha da minha turma. Isso em anos, porém minha altura nem é lá grande coisa.

As minhas 4 melhores amigas parecem um pouco mais da minha idade pela altura que elas têm. Mas é só 15 anos que elas têm. E eu, quase a completar os meus 18 anitos.

O professor de História tinha mandado um trabalho de investigação. E esse trabalho era para ser feito em grupos de três pessoas. Ele sozinho é que organizou tudo. Neste caso, eu caí com a Mary e Lucas. Estávamos na biblioteca da minha nova casa super consentradas em terminar logo com aquele trabalho.

- Isso é tão entediante! -exclamou o Lucas não aguentando mais a pressão daquela matéria. Era muita coisa e para ser sincera também já estava esgotada.

- Eu já cansei. A gente pode terminar isso amanhã. Não? -inqueriu Mary.

- Claro! -sorri para ela. - Todos nós já  estamos cansados. -concluiu vendo que realmente tínhamos feito muita coisa.
Graças a Deus tudo estava indo bem. Eram mais duas semanas que faltavam para que o trabalho fosse apresentado a escola. -vou lá ver se o Vencente já terminou de preparar o lanche. Volto já. -falei deixando eles para trás. Pelo corredor fui desejando que ele tivesse terminado. Tinha pedido a minutos atrás que ele preparasse algo para nós.

Distraída eu não vi o corpo enorme quantidade encontrava-se encostado na porta que dava entrada a sala principal. Eu só precisava passar daquele cómodo e já estava na cozinha.

Sem ver, braços fortes alcançaram minha cintura. Um susto enorme tomou o meu ser. Vendo a minha cara, ele fez a melhor coisa que tem feito ultimamente ao me encontrar. A única coisa proibida que eu não deveria estar a fazer mais que amo. A união dos nossos  lábios.

- Boa tarde. -saudou Daniel com um sorriso branco nós lábios. Aquelas covinhas que eu adoro aparecem. Isso fez com que eu levasse os meus dois dedos indicadores nas suas bochechas. Amo fazer isso. Aquelas covinhas precisam ser explorados. Nada melhor que meus dois dedinhos para percorrem por aquelas maravilhas. - Sentiu minha falta? - indagou ele.

- Tem como não sentir? O senh... -ele fez uma cara feia. Odeia ser chamado assim, mais eu não consigo parar de chamá-lo assim. Já está na ponta da minha língua.  Fez um sinal negativo com a cabeça e eu senti-me obrigada a retificar o meu erro. - Você sumiu o dia todo de ontem, não voltou para jantar e dormiu fora. Isso deixou-me bastante preocupada.

- Eu sei minha pequena. O trabalho é que exige isso. E eu tive uns probleminhas que fizeram com que não voltasse para dormir na noite passada. -explicou ele. Eu não me atreveria a perguntar o que ele tanto faz no seu trabalho. Não é do meu interesse. No dia que ele quiser, pode me falar. Só espero que não seja coisa ruím.

- Vai ficar hoje para dormir em casa? -perguntei com a carrinha mais fofa que consegui fazer naquele momento.

Ele sorriu. Aquele sorriso.

- Fiz o meu possível para puder estar aqui contigo hoje. -e com um último beijo ele tirou suas mãos do meu corpo direcionando as mesmas para os bolsos das calças. - E o trabalho da escola? Como vai? Está fácil?

- Normal. Nada difícil, só exige muita concentração, determinação e paciência do grupo. Estamos bem. -falei com a intenção de voltar a fazer minha caminhada.

Ele vinha na minha trás, seguimos juntos para a cozinha.

- Hummm -sentiu o ar gostoso que inundava a cozinha. - Parece ter algo bom por aqui. Estou com saudades da comida do Vicente. -disse ele alegre parecendo uma criança indo pegar algumas coisinhas na tigela que estava ali.

Vicente sorriu. Eu, também sorri. É bom ver isso. Eu sou feliz. Disso tenho certeza. A tristeza é coisa que não sei evitar em mim. Mas eu feliz sou.

- Eu só vim buscar o meu pedido. -falei para o Vicente com um sorriso no rosto.

- Já está feito senhorita. -olhei-o com um rosto nada amigável. Ele sorriu. - Já está feito Mika. -sorri e peguei o meu pedido voltando para onde eu estava.

- Posso seguí-la? -indagou Daniel.

- A vontade. -afirmei continuando com o meu caminho.

VENDIDA A UM ESTRANHO (Em Andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora