15° Capítulo

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- Posso seguí-la? -indagou Daniel.

- A vontade. -afirmei continuando com o meu caminho.

- Quero te levar para sair hoje a noite. Vamos jantar fora. -disse ele na minha trás. Parei de mover-me e parei para encará-lo. Era sério mesmo? Eu nunca saí daquela casa. Só saia para escola, de escola para casa. Não que eu estivesse proibida de sair. Ele tinha deixado bem claro que eu podia sair quando eu quisesse. Mas nunca me interessei muito em sair. Afinal de contas, para quê sair se nem mesmo a cidade eu conhecia. Teria primeiro que ter alguém que fosse o meu guia. Poderia ter pedido ao Yuol, mas não fiz isso.

Tinha medo de talvez aquela sensação maravilhosa que a sua beleza representava para mim fosse algo ruim. Ruim sim porque sei que ele é namorado da minha amiga e eu teria que evitar o maior contacto possível para com ele. Não quero problemas com minha amiga e nem quero ser vista duma forma errada. Eu agradecia muito pela amizade dela. Não queria provocar rancor ou raiva dela para comigo. Por isso, quando saísse da escola, era sempre esperar por ele, ele vinha, entrava no carro e eu evitava muito olhá-lo nos olhos ou manter contacto com o mesmo. E assim,

- Uaw... Eu vou adorar sair para jantar fora. -falei entusiasmada. Queria ali abrassá-lo mas estava com  mãos ocupadas.

Voltei o meu rosto pelo corredor, caminhamos mais um pouco e entramos na biblioteca.

Meus colegas alegraram-se vendo os lanchinhos em Minhas mãos e cada um pegou para si. Sentamos e conversamos.

Daniel estava quieto. Quieto até demais. Só reparava-nos conversando sobre a escola e por vezes um de nós comentando alguma coisa que nos fizesse gargalhar. Ele simplesmente sorria. Um sorriso sem mostrar dentes.

- Gente, vamos sair hoje? Sabem, eu sempre sonhei em fugir de casa nas noitadas para divertir-me com amigos, mas nunca tive tamanho coragem de fazê-lo. -disse Mary meio tristonha.

- Sair? Para onde? -perguntou Daniel já interessado na conversa. - Vocês querem levar a Mika convosco?

- Seria um problema para o senhor? -questionou o Lucas.

- Não... Quer dizer, sim. Vocês ainda são crianças e essa noite querem irem para onde?

- Eu nunca saí. Adoraria conhecer outros lugares desta cidade maravilhosa. -disparei.

- Hummmm, a senhorita também pretende sair? Esqueceu que pedi sair contigo primeiro?

É, ele tem razão. Me convidou para jantarmos juntos hoje.

- Não. É qu...

- Deixa ela por favor. A gente fará até a gentileza de trazê-la de volta para casa. - disse Mary empolgada.

Ele olhou-me nada satisfeito.

- Claro. Se ela quiser, podem ir. O nosso combinado pode ficar para um outro dia qualquer. -disse ele. Não estava satisfeito. Mas fingiu um sorriso genial nos lábios. Acho que nunca é demais fazer isso. Hoje é sexta-feira. Mereço sair. Aliás, nós todos merecemos.

- Venha com a gente?! -tentei convencê-lo.

- Não obrigado! Mas vocês Vão com o Yuol. -sendo assim, retirou-se do cómodo me deixando um pouco triste.

Ninguém sabia do meu envolvimento com o Daniel, todos simplesmente achavam que era meu parente meu tio. Não tive coragem para contar exatamente o que tinha acontecido para hoje em dia eu estar ali com eles. Melhor assim.

Depois de uns 30 minutos, os dois retiraram-se e foram para suas casas. Eu com passos preguiçosos segui para o meu quarto. Era lá que eu ficava quando me sentia sozinha sempre que precisasse pensar.

Peguei em um livro que estava a ler e pus-me de barriga deitada na minha cama e comecei a ler.

......................

Com um mar de beijos molhados no meu rosto fui acordando, não percebi a que instante peguei nosono.

       - Acorde! -era o meu anjo. - Já são quase 8h da noite e teus amigos acabaram de chegar.

Eu toda sonolenta não queria levantar. Mas tinha que fazer um esforço para ir. Já que concordei em ir com eles.

Horas depois.

Lá estava eu de novo tentando fingir que não o noto. Algo que às vezes torna-se difícil. Não sei o que tenho, mas sempre que fico perto dele, o nervosismo sempre ataca o meu corpo. Sei que não deveria acontecer isso comigo. Estou sempre em beijos com Daniel e quando estou com ele, tudos os sentimentos são com ele, e é muito mais intenso com ele do que com qualquer outra pessoa e as vezes me pego achando que estou apaixonada e que talvez o que sinto pelo Yuol seja simplesmente uma atração física e nada mais.

Ele conduz o carro normalmente. A velocidade normal como sempre todos conversando e eu aqui, na minha. Não sei. Mas às vezes concluiu que o que mais faço é pensar que falar.

- " Ninguém aqui é de alguém " interessante. - sussurrou Lucas olhando na tela do seu celular.  - Gente, aqui -mostrou o celular - Malta Bernardo estão neste local  aqui. Que tal se a gente também ir?

- Não. Lá não -Falou o Yuol pela primeira vez em voz alta para que todos nós no carro pudéssemos ouví-lo.

- Não? Por quê? -Indagou Skévia que estava junto de nós. É legal lá, já fui. Embora tenha  algumas coisas inapropriadas. E talvez por isso que é dos sítios mais bons para passar com amigos aqui na cidade.

- Eu já disse que não. -afirmou de novo sem delongas. E eu curiosa perguntei o porquê?!

- Lugar de gente grande e nós ainda somos crianças. Talvez seja por isso que ele não quer que a gente vá. - disse o Lucas.

- Só pelo próprio nome já diz tudo.  Ninguém é de ninguém.  -terminou skévia

E aquilo me pareceu bem interessante. Sou certinha mais um pouco de curiosidade

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⏰ Última atualização: Oct 31, 2021 ⏰

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