Capítulo 10

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Estar apaixonado é bastante cômico… dá vontade de rir.
“Eu prometo amar-te para sempre”/ “És a única” / “Nunca te magoarei”/ “Amo-te”/ … é sempre a mesma coisa.
Engraçado, lembro-me que da última vez tinha certeza que iria dar tudo certo… que tinha encontrado o meu “príncipe”. Agora estou cá novamente, redefinindo a pessoa certa.
Nunca aprendo.

-Acho que já vou indo… - aleguei pegando nas minhas roupas.
-Mas já, amiga? – perguntou a Bianca.
-Ainda estou preocupada com a minha mãe.
-Queres boleia à casa? – ofereceu-se o Henrique.
-Já chamei um táxi! – mentirinha. É que ainda não sei como reagir ao beijo. – Obrigada.
Troquei de roupa e chamei um táxi.
Deixei-os e fui para minha casa.
O que será que aconteceu com a mãe?
Durante a viagem não parava de pensar, preocupada.

Cheguei num instante.
Enquanto abria a porta ouvia barulhos de objetos a serem quebrados acompanhados de berros de raiva.
-Mãe. Estás bem ? -Gritei desesperada.
-Filha? Já em casa? – alegou a mãe tentando-se disfarçar do choro.
-Mãe, o que estás a fazer? – corri em sua direção. – o que está a acontecer? Aonde está o pai ?
-Ele foi-se embora, filha!
-Como assim? – estava super confusa. – Quero respostas concretas!
-Filha! Descobri que o teu pai tem outra pessoa…
-Ah…? – não acreditava no que acabara de ouvir. - Outra mulher?
-Sim. E também tem uma outra mulher em sua vida…
-São duas? Duas amantes?
-Não… outra Filha!
-Te… tenho uma irmã?
Não estava a entender nada. Como é que o pai teve coragem de fazer isto com a minha mãe… enganar-nos por este tempo todo?
Naquele momento, não manifestava qualquer sentimento… meu cérebro estava completamente baralho com a notícia.
-Quem são? – buscava respostas.
-Não sei, filha! – alegou a mãe a chorar. – Só sei que sua “irmã” tem a mesma idade que tu.
-Minha idade? O pai escondeu-nos isto durante 17 anos?
- Que ódio!

Depois que nos acalmamos, ajudei a mãe a arrumar a casa.
-Quero respostas! – exigi.
Terminado a limpeza, subi para o meu quarto para limpar a mim próprio.
Debaixo do chuveiro não parava de pensar acerca de eu ter outra família.
-Quem será esta irmã?
Essa era a única questão que não me saía da cabeça.
Vesti um roupa refresca e desci para fazer companhia a mãe.
- O que queres ver? – perguntei abrindo a televisão.
-Não sei… - alegou a mãe desinteressada. – Talvez uma comédia.
Bom, coloquei uma comédia… Porém, infelizmente, não teve nenhum efeito de relaxamento em ambas.
De repente, meu telemóvel vibrou. E, por incrível que pareça, dei um largo sorriso.
-“ Olho para o céu vejo a lua, olho para o asfalto vejo a rua, mas quando vejo-te… minha boca só quer beijar a sua.” – mensagem do Henrique.
- Qual é o motivo destes seus olhos brilhantes e esse sorriso? – perguntou a mãe.
-Henrique!
-Ainda não tive a oportunidade de o conhecer.
-Acredita, mãe! Ele é um fofo…
- O que estás a espera de o responderes?
-Não sei o que dizer…
-Dá cá o telemóvel! – Ordenou a mãe.
-“Boa noite, Henri. O que dizes de vires jantar cá em casa?” – mensagem da mãe.
-Estás doida?
-Não. Estou a lutar pela tua felicidade.
-“Wow! Ok, já estou a caminho.” – mensagem do Henrique.
-Ele já está a caminho… vai arrumar-se.
- Obrigada, mãe! – agradeci depositando-a um enorme beijo no rosto.

Sou LunaOnde histórias criam vida. Descubra agora