Clichê

2.7K 219 1
                                    

Se gostarem, não esqueçam de comentar, dar uma estrelinha ( Eu adoro quando comentam e marcam com estrela, juro!). Compartilhem com amigos e conhecidos! Fico grata desde já ;)

*************************************************************************

— Nunca imaginei que você fosse do tipo que gosta de piqueniques...

— Ainda com a ideia de que sou um "badboy"?  

Eduardo exibiu um dos sorrisos cínicos tão típicos dele, embora os olhos estivessem fixos no caminho enquanto dirigia. Bianca levantou uma das sobrancelhas,  se esforçando, sem sucesso,  para conter o sorriso. Ela estava contente, feliz até, como não se sentia há muito tempo. A experiência assustadora pela qual passou no banheiro da faculdade estava se escondendo na mente dela. Quase duas semanas haviam passado, mas, de vez em quando, ela ainda tinha pesadelos.

Desde o ocorrido, os jovens amigos de Bianca não mais a deixavam sozinha, pareciam guarda-costas treinados. Pelo menos um deles estava sempre ao lado dela e ela não se incomodava nem um pouco com isso. A proteção e o cuidado dos amigos eram muito bem vindos, uma novidade que considerava um presente divino. Quanta sorte para uma garota simples como ela encontrar amigos tão leais. 

E de pensar que eram chamados de badboys na U.C.C...

Fábio, por outro lado, considerado o menino dourado da cidade de onde ela tinha vindo, era personagem dos pesadelos que, vira e mexe, povoavam as madrugadas. A cada sonho ruim, Eduardo estava lá para abraçá-la e confortá-la. Ele até sugeriu que eles retirassem as camas de solteiro e substituíssem por uma de casal, sugestão essa que Bianca recusou. Por várias vezes o medo visitava o coração... estavam há pouco tempo juntos, apenas alguns meses...Por mais que ela estivesse cada vez mais apegada a ele, várias dúvidas apareciam e se... e se... e se... No final das contas, ela considerava mais sábio se resguardar, tentar ir devagar.

E se....

Naquela tarde, Eduardo parecia estar de bom humor. Tinha visitado a mãe e, ao que tudo indicava, tinha sido reconhecido. Pelo menos Bianca acreditava que sim, de acordo com fragmentos da conversa entre Eduardo e Val que ela ouviu do banheiro enquanto tomava banho. Ela pensou em perguntar Eduardo como foi a visita, mas logo que ela saiu do banheiro, ele a agarrou e girou nos braços. Isso fez com que Bianca se sentisse como uma personagem de uma história romântica. Ele então a informou que passariam a tarde juntos. Um encontro, como ele tinha planejado antes quando teve que adiar por causa do temporal. A ideia permanecia na cabeça dele e aquela tarde parecia perfeita para a ocasião.

Ao entrar no carro de Eduardo, Bianca se surpreendeu com a cesta de piquenique no banco de trás do carro. Ela adorou a ideia de um piquenique com o namorado, mas aproveitou para zombar um pouco do badboy tão disposto a algo que poderia ser considerado clichê para muitos... não para ela. Quando Eduardo finalmente estacionou o carro, Bianca finalmente pôde ver o local que parecia perfeito. A beira da lagoa da cidade, rodeada de árvores e ladeada por dois bosques. E é claro, o pôr do sol.

Eduardo esticou uma toalha de mesa no gramado bem próximo a beirada da lagoa. A toalha não poderia deixar de ser xadrez vermelha e branca. Ele piscou para Bianca ao mostrá-la

— Não use a palavra clichê, princesa, eu aprecio os clássicos! Na música, nos livros e nos encontros.

— Eu não me atreveria a fazer um comentário tão grosseiro, príncipe, pelo contrário, estou tentando guardar o momento na memória, de como meu namorado pode ser romântico quando quer.

Eduardo levantou uma sobrancelha ao ouvir Bianca chamá-lo de príncipe, ao que ela ergueu as dela e sorriu com o canto da boca.

— O que foi, não gosta de ser chamado de príncipe?

Ele colocou as mãos na cintura dela e a puxou para junto de si. Tocando a orelha dela com os lábios, sussurrou:

— Princesa, você pode me chamar do que quiser, mas quando estiver nua em meus braços, prefiro ouvir sua voz gemendo meu nome...

Ao se afastar dela como se nada tivesse acontecido, Eduardo virou o rosto para o lado, escondendo o sorriso, enquanto passava a língua pelos lábios. Ele não precisava olhar para ela para saber que as bochechas dela estavam vermelhas,  essa era uma das características de Bianca que ele mais gostava. 

Ela era a mistura perfeita de inocência tímida e atrevimento. Cada qual em seu momento, e ela, perfeição. 

Ele tirou a camisa, embora a tarde não estivesse tão quente. A temperatura estava bastante agradável e Bianca percebeu a intenção dele.  Como sempre, ele conseguiu o intento. Ela estava ruborizada ao vê-lo sem camisa. 

"convencido"

— Não fique tímida, princesa, pode olhar a vontade, é tudo seu! — Ele piscou para ela e se sentou, e com as mãos nas pernas dela, trouxe-a para perto, até que ela sentou ao lado dele. 

Ele retirou uma garrafa de vinho rosé da cesta e serviu duas taças, entregando uma a ela.

Os dois passaram ótimos momentos ali, juntos, simplesmente conversando e degustando o lanche preparado por Eduardo. Do jeito que ambos gostavam, um momento de simplicidade e tranquilidade em que os dois aproveitaram para se conhecerem ainda mais... e claro, trocarem carícias. 

O pôr do sol perfeito da lagoa, o perfume que ele usava tão masculino e exótico... ela nunca tinha sentido aquele cheiro até conhecer Eduardo. Ele contou a ela como foi bom encontrar a mãe em bom estado, ela inclusive o tinha reconhecido. Estava ainda desorientada, dizendo que ele tinha crescido rápido demais, mas não importava. Ele até mencionou o fato de que tinha uma namorada e a mãe pediu que o filho as apresentasse. Ela queria conhecer a garota de quem o filho falava com tanto carinho e orgulho. O dia tinha sido perfeito, especialmente naquele momento com Bianca ao lado dele. 

Algum tempo depois de escurecer, eles voltaram para a pensão. O caminho de volta silencioso, mas as mentes barulhentas. Ambos perdidos em pensamento. Na cabeça de Eduardo a certeza de que os sentimentos dele por Bianca eram diferentes e cresciam...se tornavam mais fortes. Ele também sentia medo... Segurou a mão dela enquanto dirigia, tentando apaziguar a mão gelada que apertou seu coração  de repente... Seria apenas medo ou premonição? Sempre que ele esteve feliz daquele jeito, se sentindo nas nuvens, algo dava errado e o jogava de volta ao chão. Mas o sinal ficou vermelho e Bianca aproveitou a deixa para agarrar o rosto dele e tascar um beijo. 

E então, tudo ficou perfeito novamente...

Foto encontrada em Deposit photos, Stock photos, Hannanes

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Foto encontrada em Deposit photos, Stock photos, Hannanes

Asas de AnjoOnde histórias criam vida. Descubra agora