Sexta-feira

1.7K 189 13
                                    

Eu pensei que faltavam dois capítulos para o fim, mas os personagens decidiram por mais um, e são eles que mandam. Eu fecho os olhos e imagino todos eles, o que fazem e/ou dizem, e de repente, parece que eu não os controlo mais, ganham vida. Às vezes, eles até fazem coisas que eu não concordo, outras vezes me surpreendem agradavelmente. Para mim, eles são entes viventes que escolhem o próprio destino. Não sei se outros escritores se sentem da mesma maneira, "taí" algo que eu gostaria de saber...

Bom, chega de blá blá blá e vamos logo a história. Não se esqueçam de comentar, estrelar e perguntar qualquer coisa que desejem saber! Espero que curtam mais esse capítulo e se preparem, o fim se aproxima!

BJKS

**************************************************************************

A presença de Eduardo no mesmo quarto era uma deliciosa, mas inconveniente, distração para Bianca, que batia a caneta sobre a folha de papel almaço, enquanto se esforçava para se concentrar na resenha que tinha que escrever. Se não bastasse o inebriante perfume que ele usava, ele estava vestindo apenas uma toalha em volta da cintura. Bianca sentiu ele passar mais uma vez perto dela e fechou os olhos, para não cair na tentação de olhar para ele. Nos confins do cérebro, ela buscou as palavras do volumoso texto que tinha xerocado três dias antes e lido inúmeras vezes. O teimoso cérebro apenas alertou para o fato de que ele passava mais uma vez por ela. Não resistindo a tentação, ela se virou e se deparou com Eduardo já seco e com o típico sorriso cínico estampado no rosto.

— Está fazendo de propósito, não está? — Ela perguntou, finalmente se dando conta que ele a estava provocando.

Naquela sexta-feira Eduardo pediu o dia no trabalho. Os dois decidiram faltar a aula e ele tinha intenção de levá-la até a estação de trem.

— O quê? — Ele perguntou com um brilho travesso nos olhos.

— Você sabe muito bem! Está passando de um lado para o outro assim... todo assim, sem roupa!

— Estou te distraindo por estar de toalha, princesa? Se quiser, posso tirá-la agora mesmo para não te atrapalhar...

— Não! Não... Eduardo... Para de me tentar, me deixe terminar isso logo!

Balançando a cabeça sorridente, Eduardo decidiu parar de provocar a namorada. Ele se vestiu e sentou na própria cama. Bianca escreveu mais três parágrafos, mas logo a sensação de estar sendo observada a enervou. Ela podia sentir o olhar de Eduardo, esvaziando a mente dela de qualquer assunto acadêmico. Aparentemente, apesar de Bianca ser tímida, o cérebro dela adorava criar imagens estarrecedoras com Eduardo estrelando cada cena. Sem que ele dissesse ou fizesse coisa alguma, as bochechas dela se avermelharam. Então ela ouviu a risada dele.

— Hey! Por que está me olhando desse jeito?

— Que jeito, princesa?

— Você sabe!

— Eu sei apenas que você está com as bochechas afogueadas. Gostaria de me contar o que se passa em sua cabecinha, para te deixar desse jeito?

— Hum... Nada... não estou pensando em nada!

— Hum hum...

Fez-se silêncio e Bianca retornou ao dever, mas a sensação de ser observada por Eduardo voltou a provocar imagens ainda mais tórridas, a ponto de fazê-la cruzar as pernas.

— Para! Assim não vou conseguir terminar esse trabalho, Eduardo!

Ele se levantou sem dizer nada, se ajoelhou na cama atrás dela e a abraçou. Deslizou o nariz pelo pescoço delicado de Bianca, inspirando a fragrância que ele adorava e tinha guardada na mente. Ela fechou os olhos e apoiou a cabeça no peito dele.

Asas de AnjoOnde histórias criam vida. Descubra agora