Pais e Filhos

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Roberto Teixeira, pai de Eduardo

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Roberto Teixeira, pai de Eduardo.
Encontrei essa foto no Google, não sei quem é, onde achei não tinha informação alguma.

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Eduardo saiu da oficina apressado e aborrecido. Entrou no carro e antes de ligar, esmurrou o volante duas vezes. Fechou os olhos, respirou fundo e tentou se controlar. Como era possível que aquele homem, que um dia ele considerou um herói, se tornasse motivo de aversão? 

Eduardo passou a mão pelo rosto, balançou a cabeça para os lados e com um muxoxo ligou o carro.

Pouco mais de uma hora depois, ele estacionou o carro no centro da cidade vizinha, em frente a um alto edifício comercial. Na recepção, se apresentou como Eduardo Teixeira, filho do advogado Roberto Teixeira, candidato ao senado pelo partido conservador. A recepcionista o olhou intrigada, em todos os anos trabalhando ali, nunca soube que doutor Teixeira tivesse um filho. Ela sorriu mecanicamente para Eduardo e ligou para a assistente do advogado. Se surpreendeu ao saber que o jovem já estava sendo esperado. Ela ofereceu água ou um cafezinho a Eduardo, que rejeitou apenas com a cabeça, sem se dar ao trabalho de pronunciar palavra alguma. Ele estava mal-humorado, o que o tornava ainda mais antipático. Além disso, tinha notado a cara de surpresa da atendente ao mencionar que era filho do advogado, o que piorou ainda mais a disposição sua disposição.

Um homem bonito, alto, aparentando pouco mais de quarenta anos de idade, cabelos grisalhos atrás das orelhas e vestindo um terno de grife muito alinhado se aproximou do balcão da recepção, vindo do elevador. Era um homem maduro e muito atraente, com olhos cinzas e brilhantes.

— Boa tarde, Beatriz, minha assistente me informou que um jovem veio me ver?

— Boa tarde, Doutor Teixeira. Sim senhor, ele está logo ali, perto do aquário, lhe aguardando.

— Muito obrigado, Beatriz, já terminei o dia no escritório. Doutor Mourão está em reunião, minha assistente resolverá qualquer situação em minha ausência.

— Sim senhor, boa tarde, senhor.

Eduardo estava olhando atentamente para os peixes coloridos, que nadavam animados no enorme aquário que ficava em um dos lados do saguão. Ele sabia que aquele aquário provavelmente valia mais do que o carro dele... talvez apenas um daqueles peixes... Na base de madeira do aquário havia uma placa de aviso: 

"Favor, não tocar no vidro".

Sucumbindo a um impulso infantil, Eduardo tocou no aquário com as duas mãos e a testa, assoprando a superfície e sorrindo ao ver a sombra de vapor que surgiu.

— Muito maduro, Eduardo! Quantos anos você tem? O que você vai fazer depois, beber água do aquário? Sabia que tem um funcionário que leva horas limpando esse vidro todos os dias?

— Hm... Me esclarece uma coisa, Doutor Teixeira, está fazendo essa pergunta por ironia ou está aproveitando a situação para saber minha idade? Duvido muito que saiba quantos anos seu filho tem, se é que ainda lembra de ter um filho!

Asas de AnjoOnde histórias criam vida. Descubra agora