Abro asas e por um azo
Me entrego ao acaso
Sempre controlei tudo o que faço
Com a vida nunca tive grandes laços
Nem era para eu ter nascido
Ai, se a minha mãe não tem vencido
Hoje eu estava morto
No entanto ainda continuo a apoiar o aborto
Talvez eu seja um monstro
Que aprendeu a escrever belas palavras
Para acobertar o escuro da alma
Ainda lembro do tempo
Em que eu era algo puro
No meio dessa fauna
O tempo passa, e a cada segundo
Estou mais próximo da morte
E mais longe daqueles que amo
Eu conheço o dano, que a minha acção
Faz no teu coração, no fundo
Eu só queria não ser uma delusão
E ser um ser parecido com os meus avós
Ser mais nós, e não estar tão só
Apreciar o sol, e não ser essa sombra
Ter mais segurança, e não jogar tanto no seguro
Parar de pensar por um segundo
E me amar, como eu amo o mundo
No fundo, eu só queria ser o abraço da Carol
O sorriso da minha mãe
E o melhor amigo do meu irmão

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Amniótico
PoesíaEstá no âmago do poeta, ser um fingidor Então por isso vou fugir da minha essência E só falar verdades