Alfambres
Alexandria sentia sua cabeça martelar, estava sentava a manhã toda naquela sala com diversos homens, em sua grande maioria lordes. Discutindo o seu futuro como se a mesma não estivesse ali.
"A rainha está em seus últimos dias, e não nomeou uma sucessora, o que deixa Alexandria e Catarina como sucessoras. Reunimos tropas o suficiente durante esses anos para apoiar a causa Protestante. O trono pertence a princesa Alexandria e vamos nos certificar que ela assuma o trono." Um dos homens falou e todos os outros concordaram.
"O trono deixou de ser meu por direito quando a minha mãe foi decapitada e o casamento foi cancelado." Alexandria se levantou e falou. "Estou nessa fazenda, escondida desde o meu nascimento pelo quê? O Trono pertence a Catarina por direito." Lembrou a eles. Ela não era legítima, e sabia disso.
"O sangue do seu pai, o rei, corre em suas veias. E não teremos uma rainha católica em um reino protestante." Lorde Ricardo disse firme. "Você está aqui para sua proteção, não se esqueça disso."
"Do mesmo jeito que minha prima passou a vida toda escondida por proteção? Quando isso vai acabar?" Perguntou cansada.
"Enquanto uma de vocês duas estiverem vivas, isso nunca vai acabar. E vamos garantir que você seja a rainha que viverá"
Alexandria passou a mão pelos seus longos fios escuros, ela sabia o que tinha acontecido com sua mãe. Decapitada por ordem de seu pai. E não queria o mesmo destino.
"Não escolhemos esse destino, ele foi imposto a nós desde o nosso nascimento." Falou tristemente.
"Você nasceu para ser rainha, e é isso que você será. Assim que sua avó morrer, você irá reclamar o trono para si. E todo protestante irá apoiar a sua causa. Legítima ou não."
Corte de Montemor
Catarina andava de um lado para o outro, aflita. Tinha pedido uma audiência com o rei, e odiava o fato de ter que esperar uma aprovação para poder implorar por sua liberação.
Sabia que Henry não iria lhe liberar tão facilmente da aliança, mas precisa disso, mesmo que lhe custasse a perda de algumas terras de Artena. Era melhor ter terras a menos do que não ter nada.
Um soldado se aproximou avisando que o rei estava pronto para recebe-la, e a mesma quase revirou os olhos para isso, ele estava deixando as coisas o mais formal possível e devia estar se deliciando com isso.
Mas isso não a impediu de entrar com a cabeça erguida, notou uma movimentação estranha no salão, mas continuou até ficar em frente aos tronos de Montemor, ocupados por Henry e Margaret, notou Afonso próximo de seu pai, mas logo desviou sua atenção.
"Rei Henry" Catarina falou e baixou um pouco sua cabeça, demonstrando o respeito que ela acreditava que ele não merecia.
"Querida Catarina, que bom ter você aqui. Estou ciente do seu pedido, e quero apenas um favor em troca, nada que afete diretamente seu reino." Henry falou, e Catarina logo em seguida se colocou em alerta. Ele passou dias negociando com seu tio e não chegou em um acordo proveitoso para Artena, e agora ele parecia tão solicito. Mas ela iria ver até onde ia isso.
"E no que eu posso ajudar Majestade?" Ela falou firme, mas mantendo um toque gentil em sua voz.
"Os alfambreanos, mantemos eles na corte para garantir a paz, mas infelizmente seus pensamentos não são iguais aos nossos." O rei começou.
"O emissário Simon, esteve em uma taverna se vangloriando do sucesso de sua emboscada. Ele avisou seus compatriotas dos movimentos de nossos soldados." Margaret explicou o que de fato tinha acontecido.
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A Coroa - ✔
RomansaDesde que Catarina, rainha de Artena, era criança, Alfambres quer seu país e sua coroa. Ela foi mandada para Montemor para casar com o próximo rei, para salvar a si e seu povo, um vínculo que deve protegê-la. Mas há forças que conspiram, forças somb...