Desde que Catarina, rainha de Artena, era criança, Alfambres quer seu país e sua coroa. Ela foi mandada para Montemor para casar com o próximo rei, para salvar a si e seu povo, um vínculo que deve protegê-la. Mas há forças que conspiram, forças somb...
"Esse vestido é simplesmente magnífico." Catarina disse se olhando no espelho, ele era vermelho com detalhes dourados. As cores de Alfambres.
"Temos emissários alfambreanos na corte, isso deixará claro sua intenção para todos na corte. Agora se sente que arrumarei seu cabelo." Cecília falou, e começou a trançar os longos cabelos da filha, colocando no final um fio dourado, na mesma cor do vestido. Ela tinha mandado fazer esse vestido a um tempo atrás, e tinha ficado perfeito no corpo de sua filha.
"Tem uma coisa que ainda não entendi, como a senhora está com Alexandria? Ela estava escondida há anos pelos nobres de Alfambres, esperando por esse momento." Catarina perguntou confusa, colocando um colar em seu pescoço.
"Acha mesmo que eu deixei minha sobrinha totalmente a mercê daqueles homens? Desde que ela era apenas um bebê tinha um homem fiel a sua causa infiltrado entre os nobres que mantiveram ela em cativeiro. E quando chegou o momento ele fugiu com ela, a levando até a frota em que eu estava no mar, e chegamos até aqui."
Catarina olhou admirada para sua mãe, ela era a mulher mais forte que conhecia. Governando com punhos de ferro Artena, e a manteve em pé mesmo com os ataques constantes dos Alfambreanos. E em meio a tudo isso, manteve um olho em Alexandria e fez de tudo para manter ela a salvo.
"Agora me diga minha criança, quando você refez a aliança com o rei Henry, você alterou o quê?" Ela perguntou preocupada, colocando Catarina em pé, para observar se tudo estava em seu devido lugar.
"Apenas a cláusula sobre o envio de frotas para Artena sempre que necessários, e em troca ele ficou com algumas de nossas terras." Falou e pegou uma chave que estava escondida embaixo de sua penteadeira, indo até um pequeno baú abrindo o mesmo e pegando o contrato original para que sua mãe visse.
Ela olhou atentamente uma das páginas e soltou uma respiração de alívio.
"Aqui está, graças a Deus foi mantido." Ela falou e mostrou uma parte do contrato que estava em grego, com letras menores que as outras.
Catarina pegou o contrato e agradeceu por ter aprendido o grego com sua tutora, e qual foi sua surpresa ao ler aquela parte.
"Ele sabe da existência dessa cláusula?" Ela perguntou encarando sua mãe com um pequeno sorriso no rosto, isso facilitava em muito a vida delas e de Artena.
"O contrato tem dezenas de páginas e está em várias línguas. Duvido muito que ele saiba da existência da mesma."
Catarina respirou fundo e guardou o contrato novamente, entregando a chave para sua mãe, que colocou em seu colar e escondeu dentro do vestido. Elas ouviram ao longe o som da trombeta. O papa tinha chegado.
"Falta apenas uma coisa minha filha." Cecília falou e colocou a coroa de Artena em sua cabeça. "Agora sim."
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Duas batidas na porta interromperam o momento entre mãe e filha e logo em seguida as damas de Catarina juntamente com Alexandria entraram no quarto, todas devidamente arrumadas. Catarina deu um sorriso calmo para cada uma delas, até que seu olhar caiu em sua prima. Ela estava linda, mas via o medo em seus olhos e conhecia muito bem aquele sentimento.
