Sábado, 21 de maio.
14h23min: Não consigo pensar em outra coisa senão a merda que Tao aprontou para levar uma surra de Kris, o homem mais frouxo da face da Terra. Ontem ele foi embora sem dizer uma única palavra, e hoje não atende as minhas ligações. Luhan está muito preocupado, disse quem nem ousa imaginar o que Tao pode ter feito. Na verdade, já deveríamos ter descoberto se fizéssemos como antigamente, seguindo os passos de Tao e o pressionando contra a parede. Não o fazemos pelo fato de eu ter que cuidar de dois bebês e Luhan correr pro hospital com Sehun por ele ter vomitado a sala inteira. Deve ser alguma virose.
De manhã recebi a visita de Taehyung, que trouxe consigo alguns documentos que me deixaram a par da situação do nosso restaurante. Era estranho olhar para ele agora. Eu imaginava meu TaeYeol daqui vinte anos e me perguntava se ele pareceria com Taehyung. Fiquei tão iludido com isso, parecia que eu estava vendo o meu bebê daqui uns anos. Dei um ataque maternal, agarrei Taehyung e o enchi de beijinhos e abraços, chorando, claro. Eu me tornei uma pessoa cem vezes mais melosa e sensível. Que nojo.
Logo depois de Taehyung ir embora, Luhan voltou do hospital com Sehun. Fiquei apavorado com a aparência do feioso. Estava pálido, quase amarelo mostarda, olheiras profundas, cabelo seboso (mas isso é porque ele é porco). Luhan entrou na minha casa com chave que tinha copiado por algum tipo de magia negra, jogou o noivo moribundo no meu sofá caríssimo de camurça e foi para cozinha preparar um chá. Eu havia arrumado dois colchões no chão da sala para mim e meus bebês deitarmos, como eu estava ninando TaeOh, não pude impedir nada, só olhar.
– O que você tem? – perguntei, curioso, para Sehun. – Está mais feio que nunca.
– Não sei – respondeu como um gemido. – Ainda não saiu o resultado do exame. Mas tenho certeza que é virose, tem um cara que joga RPG comigo que está com os mesmos sintomas.
– É isso ou você está fazendo charme pro Lu te dar mais atenção? – eu digo na lata mesmo.
Ele fez careta.
– Para chamar a atenção dele é só eu abaixar as calças. Eu estou mesmo mal, hyung.
Eu nunca acreditei muito nas palavras de Sehun, mas sua aparência constatava a veracidade do que dizia.
– Amor? – chamou Luhan, voltando da cozinha com uma xícara de chá e a entregando a Sehun. – Bebe tudo, hein.
Ele pegou a xícara, cheirou a fumaça e fez cara feia.
– É chá de bosta de cavalo, é?
– Toma logo essa merda, Sehun!
Muito contra vontade, ele tomou. Deveria estar muito ruim porque ele fez caretas cômicas. Bem feito. Um chá amargo como ele.
Luhan, como esperado, veio para cima dos meus bebês. Ficava alisando as perninhas de TaeYeol, beijando sua testinha. Percebi que ele não se aproximava tanto de TaeOh. Acho que ele ainda não aceita o fato de não ser seu filho.
– Acho que o Jongin vem hoje de novo – contou Luhan. – O Kyungsoo disse que ele pretendia vir. Ele está insuportável, só quer saber do filho.
Isso também não me deixava feliz.
– Se fosse você, faria muito pior – impliquei.
– Com toda certeza – afirmou na cara de pau. – Eu estou apaixonado por esses bebês e pelo o de Lay, se algum fosse meu, eu iria me mudar para a mesma casa que ele. Não suportaria ficar longe do meu filho.
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Diário de Frustrações
FanfictionAos poucos, meus olhos foram abrindo, e a luz do dia, vinda da fresta da janela - uma janela desconhecida -, me cegava e fazia a minha cabeça latejar. Demorei um tempo para me acostumar com a luz, e quando minha vista ficou menos embaçada, pude ver...