Agora sou decente

2K 240 413
                                    

Quinta-feira, 12 de maio.

2 Filhos:

Park Taeyeol, 4.200kg;

Park TaeOh, 4.400kg; (Talvez tenha que mudar para "Kim")

1 marido não muito contente;

1 corte enorme na barriga que está doendo;

0 amigos para compartilhar as frustrações;

14h20min: Não sei bem o que estou sentindo nesse momento. Chanyeol segura Taeyeol no colo e lhe mostra pela primeira vez a luz do dia vinda da janela daquele quarto de hospital. Meu pequeno TaeOh dorme em meus braços. E eu nunca imaginei que fosse me sentir tão feliz por ter dois filhos lindos. É extraordinário, mas ao mesmo tempo me sinto mal porque com eles vieram muitos problemas na bagagem. E não digo isso por mim, pelas limitações que agora tenho. Mais cedo ou mais tarde Jongin e os outros vão descobrir sobre os bebês. E só uma olhada basta para saberem que TaeOh é filho de Jongin. A semelhança é incrível, não tenho chances nem de negar. A boca, o nariz, os olhos, o formato do rosto. É Jongin escrito!

Já Taeyeol sou eu escrito. Contudo, tem as perninhas compridas do pai e uma marca de nascença na lombar semelhante à de Chanyeol. Felizmente não puxou as orelhas.

Notei também uma certa preferência de Chanyeol por Taeyeol. Não chega a ser uma discriminação, ele ama as duas crianças, se emocionou com os dois e não para de olhá-los. Mas costuma ficar mais tempo com Taeyeol, como faz agora.

– Estou aqui pensando – disse Chanyeol como se devaneasse. – Eles nasceram cinco dias após o seu aniversário. Será que terão a sua personalidade?

Soltei uma risadinha e meus pontos doeram.

– São do signo de touro, como Tao e eu. Com certeza puxaram muito de mim.

Chanyeol fez uma careta e xingou, mas foi de brincadeira (eu acho).

– Mais dois Baekhyuns na minha vida. Será que eu aguento?

Engraçadinho.

– Vai ter que aturar, amor.

Ele se afastou da janela e veio até mim. Beijou minha testa, pôs Taeyeol no bercinho ao lado da minha cama e pegou TaeOh para ver a luz do dia. Taeyeol começou a chorar, berrar. Ele chorava quando lhe deixavam sozinho no berço. O pequeno já dava indícios de sua personalidade manhosa e carente como a minha. Com certeza era um Baekhyun. Já TaeOh quase não chorava.

Depois de ficar brincando com TaeOh na janela por uns dez minutos, Chanyeol o colocou no berço e sentou ao meu lado, na poltrona de acompanhantes. Ele parecia exausto, mas se recusava a tirar um descanso.

– E agora, Channie? O que vamos fazer? – eu falei. Era a hora de falar dos problemas.

Ele suspirou preocupado.

– Temos que fazer o certo. Vamos ligar para o Jongin e contar que o TaeOh é filho dele.

– Ah, e se não for?

– Baekkie, é a cara dele.

– Sim, mas pode acontecer de não ser. Tem que fazer o teste de DNA.

– Sim, vamos fazer. Mas é obvio que é filho dele. – Ele se recostou na cadeira e passou a mão pelo rosto. Aquele assunto o perturbava de verdade. – Ele vai querer reivindicar seus direitos. Vai querer registrar...

– Ah, não! Meu filho não vai se chamar Kim TaeOh. Vai ser chamar Park TaeOh! – Comecei a ficar com raiva.

– Não é assim, Baekhyun. Duvido que ele abriria a mão de registrar o bebê.

Diário de FrustraçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora