Desculpas não adianta

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-D-Desculpa Mãe eu...-Não consegui termina a frase, pois senti uma dor aguda na minhas costas.

-Eu perdi um cliente por sua causa sua vadia inútil.- Ela diz largando o cinto no chão, e agarrando logo em seguida meus cabelos.

-Mãe eu não sabia, desculpa.- tento explicar, mas sei que isso só servirá para mim escutar mais ofensas.

-Não sabia sua lerda? Você não pensa não? Eu me deito com mais de vinte caras por dia para poder te sustentar, e o que  ganho em troca é uma filha burra.- Ela grita em meu ouvido distribuindo logo em seguida tapas em meu rosto.

Eu não sei como ainda consigo resistir a isso. Todas essas surras diariamente já deveriam ter me matado.

Ela me joga no chão e começa com os mesmo espancamentos.  Olho nos seus olhos e vejo que ela está igual a todos os dias (olhos vermelhos, nariz com sangramento, cheiro insuportável de álcool) e isso faz com que meu medo cresça ainda mais. Então, depois de receber muitos socos, comecei sentir minha visão ficando turva. Ela continuou me batendo, e como todos os dias, pude ver tudo ao meu redor escurecer.

(...)

Abri lentamente meus olhos, e logo voltei a fecha-los. Tentei me mover, mas meu corpo estava completamente dolorido. Voltei novamente ao processo de  abrir os  olhos, mas estava sendo uma completa tortura, pois estavam completamente inchados.

Depois de um tempo, olhei ao redor, e não tinha ninguém. Percebi que eu ainda estava jogada no chão. Me levantei com muita dificuldade devido aos machucados e fui até meu quarto tomar um banho. Quando passei pelo espelho, parei, e observei meu corpo. Tinham grandes hematomas na minha barriga, meus olhos estavam totalmente inchados e negros.

Antes de eu mesma perceber, já tinha uma lagrima indesejada deslizando sobre minha bochecha. Decidi para de me tortura com minha própria imagem, e entrei no chuveiro. A água quente entrou em contato com minha pele, causando uma  terrível dor quando  bateu contra os cortes na minhas costas.

Por que ela faz isso comigo? É o que eu me pergunto todos os dias.

Permito que meu corpo relaxe de baixo d'água, enquanto vou passando a esponja de banho por todo meu corpo. Quando finalmente estou limpa, saio do banho e enrolo meu corpo na toalha. Volto para meu quarto, e procuro por um vestido que costumo usar quando minha mãe termina de me espancar. Gosto dele pois é bem largo e  confortável.

Deito em minha cama e fico olhando para o teto, onde contém um universo de estrelas, que eu mesma puis quando tinha dez anos.

Escuto alguém bater na porta e logo digo para que entre.

- Você esta bem? - A mulher que me causo isso, pergunta fechando a porta atrás de si.

Ela sempre faz isso, me espanca, me mau-trata, e depois vem dizer que esta arrependida.

- Sim estou. - É mentira, não consigo me mover sem que meu corpo doa, mas não quero vê-la cuidando de mim, sendo que ela vai fazer a mesma coisa amanhã.

- Me desculpa. -Ela diz com a cabeça baixa.

-Não devia pedir desculpas por uma coisa que vai voltar a fazer. - As palavras saem sem querer, mas não me arrependo.

-Eu não vou fazer mais isso, eu só estava um pouco sobrecarregada, e acabei descontando em você.- Já ouvi tanto isso, que nem me importo mais em discutir.

- Tudo bem, mas suas desculpas não adianta de nada. -Sentir que ela queria me falar coisas horríveis, mas  se limitou a dizer "tudo bem" e logo após saiu  do quarto.

Ela nunca foi uma mãe de verdade, nunca esteve comigo. Quando eu tinha apenas seis anos, ela queimou minha mão na panela só porque eu tinha tocado em seu batom.

Como se pode amar uma pessoa que só te machuca, uma pessoa que não se importa com você, alguém que diz que você é uma inútil todos os dias.

Mas eu sou uma fraca, porque apesar de tudo, eu a amo.

Fucking Perfect I & II TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora