Call Me

«¡1!» Jungkook 🍎

여보세요 ~ Olá
Sejam bem vindos ao Call you
espero que gostem ^^

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Estou pensando em uma maçã quando o carro me atinge e minha perna fica toda ferida e minhas costelas quebram e meu braço não é mais braço, mas algo irreconhecível, molhado e vermelho.

Uma maçã. Estava na barraca de frutas da feira perto de Powell. Eu a notei porque estava tão estranhamente deslocada, uma estranha maçã vermelha e vibrante em meio a um monte de maçãs verdes, comuns.

Ao morrer- e eu percebo isso quando voo pelo ar como um pássaro ferido-, você deveria estar pensando no amor. Se não no amor, pelo menos você deveria estar repassando seus pecados ou tentando entender por que não atravessou a faixa de pedestre.

Mas não deveria estar pensando em uma maçã.

Escuto o barulho dos freios guinchando e berros assustados antes de eu cair na calçada. Não é um som agradável, mais delicado do que teria pensado. Fez com que eu me lembre dos sinos de vento de nosso quintal.
Várias pernas param ao meu redor.

Entre as canelas finas de só um mensageiro de bicicleta, consigo ver o 30% DE DESCONTO, SÓ HOJE do cartaz na loja Lady Foot Locker.

Eu deveria estar pensando no amor agora - não em maçãs, e muito menos em um par de tênis Puma novo - e, então, parei de pensar totalmente porque estou ocupado demais gritando.

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Abro meus olhos e a luz me cega. Sei que devo estar morto porque nos filmes sempre tem um túnel de luz forte antes de alguém morrer.

- Jeon Jung Kook? Fique conosco, garoto. Jeon Jung Kook? Nome legal. Olhe para mim, Jeon Jung Kook. Você está no hospital. Quem devemos chamar?

A dor toma conta de mim, e percebo que não estou morto afinal, apesar de desejar que estivesse, porque talvez, assim, eu pudesse respirar em vez de gritar.

- Jeon Jung Kook? Você atende por Jung Kook ou Jeon Jung Kook?

Algo branco com manchas vermelhas me sobrevoa como uma nuvem ao pôr do sol. Ele me cutuca, aperta e murmura. Mais um, depois outro. São sérias, mas determinadas, essas nuvens brancas. Elas falam com poucas palavras. Pedaços, como eu estou em pedaços. Vitais. Preparação. Avisar. Permissão. Grave.

- Jeon Jung Kook? A quem devemos avisar?

- Veja o telefone dele. Quem está com o maldito telefone dele?

- Não encontraram, só a identidade escolar.

- Qual o nome da sua mãe, querido? Ou do seu pai?

-Eu não moro com minha mãe - digo, mas sai em gemidos agudos, uma canção que eu não sabia que conseguia cantar.

Chega a ser engraçado, realmente, porque eu não sei cantar nada. Tirei C+ na prova do coral para iniciantes (e é uma nota ruim), mas aqui estou, cantando pra valer.

Seria ótimo estar morto. Meu avô e eu, não isto.

A sala de cirurgia 2 está pronta. Não temos tempo. Agora, agora, agora.

Estou preso como um cobaia de laboratório, mas ainda assim estou me movendo, passando pelas nuvens vermelhas e brancas. Não sabia que conseguia voar. Tantas coisas descobri esta tarde que não sabia de manhã.

- Jeon Jung Kook? Jungkook? Diga um nome, querido.

Tento voltar à manhã, antes de saber que as nuvens podiam falar, antes de saber que um desconhecido podia pegar sua perna decepada.
O que eu faço com isto?, Ele havia perguntado.

- Meu pai é do Jeon Biopharmaceuticals - canto.
As nuvens ficam em silêncio por um momento, e então eu voo da sala de luz clara.