«¡14!» Taehyung 🍎

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Então. Ele tem um amigo. Não é bem o tipo de amigo que eu esperava.

Interessante.

Observo do fim do corredor enquanto Kook e Hoseok seguem em direção ao elevador. Hoseok está empurrando a cadeira de rodas a toda a velocidade.

Kook está rindo.

Como fazer isso sem ser óbvio? Ele não é burro, o Kook vai desconfiar que estou querendo saber mais sobre ele se nós nos encontrarmos toda hora.

Eu preciso saber sobre ele, pelo menos um pouco.

Não como garoto, claro — apesar de ele ser. Mas não é essa a questão.

Você é tão chato, Taehyung. Claro que faz parte. Por que não é sincero consigo mesmo e admite que faz parte?

Sim, certo, você precisa conhecê-lo para poder decidir se ele é útil.

Mas, cara. Taehyung. Cara: não é só isso.

Decido deixar quieto. Deixo Kook e seu amigo ficarem em paz. Além disso, tenho trabalho a fazer.

Eu os observo afastando-se.

Droga.

Não gosto do fato de eles estarem aqui.

Eu cheguei até este ponto de vida sem os tais amigos. Há algumas pessoas com quem converso na internet. Humanos mesmo, de verdade, da minha idade, não são importantes.

E, ainda assim, quase não consigo resistir à tentação enquanto eles seguem em direção ao elevador.

A porta do elevador se fecha.

— Droga — digo, resistindo à vontade de bater em alguma coisa.

Meu telefone vibra e mostra que tenho uma mensagem de texto. É trabalho, claro.

Nenhum de meus vinte amigos íntimos tem meu número de telefone.

Deve ser alguém precisando de um donut, ou de um instrumento, ou de algo esquecido que devo buscar no carro ou no estacionamento.

Teoricamente, poderia ser um de meus professores a distância, mas não é possível: eu me mantenho em dia com meu trabalho. Não é difícil.

Checo a tela. Taeyong Convencido quer um capuccino e um pãozinho com sementes de papoula.

Resmungo e sigo em direção ao elevador. Aperto o “7” e sou levado ao Meld, um espaço incrível onde os Gênios ficam.

É uma área grande — dá para colocar um avião ali —, mas é dividida em estações de trabalho que podem ser mudadas. Parece que eles pegaram cubículos de todos os escritórios chatos do mundo — uma parede, uma mesa e uma cadeira — e os puseram ali.

Cada estação de trabalho tem um motor elétrico e quatro volantes de náilon.

Elas formam grupos e se separam, e se  reagrupam formando novos grupos diferentes.

Nunca se sabe quando um dos Gênios pode estar só olhando, mas temos um aplicativo que mostra as localizações atuais. Eu sei, por exemplo, que Taeyong Convencido, o bioquímico maluco de Seoul, está na estação J-7.

Na cozinha, eu pego o carrinho de café.

Cafeína em várias formas, chá de ervas orgânico, pães, muffins, barras de cereais.

Não é o meu trabalho, mas eu não me importo de cobrir o meu colega. Não existe maneira melhor de descobrir o que está rolando do que ser um peão que todo mundo ignora.

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