«¡18!» Golden Gate Park 🍎

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Não há muitas ruas dentro do Golden Gate Park. O parque é enorme, maior que o Central Park, em New York.

É um retângulo longo com um lado com vista para a Haight Street — cidade hippie — e o outro para o Oceano Pacífico.

Da mata ao mar, poderíamos dizer.

— Onde ela está? — Taehyung pergunta quando entra à direita, e passa raspando em uma senhora meio desajeitada na sua bicicleta.

— Ela está em um lago — Hoseok responde.

— Claro que sim — digo baixinho.

— Em um lago?  — Taehyung repete. — Na água?

— Em uma ilha.

Pego meu telefone.

— Vou pegar um mapa do parque no Google. — Quando o mapa aparece na tela, eu resmungo. — Há muitos lagos. Tipo uns vinte, ou mais.

Taehyung acompanha com uma luz amarela.

— Algum com ilhas? — ele pergunta.

Chegamos à beira do parque.

— É uma ilha grande ou pequena? — pergunto a Hoseok. — Muitos deles têm ilhas.

Ele manda uma mensagem de texto quando Taehyung entra na John F. Kennedy Drive, a rua que se entende pelo lado norte do parque.

O trânsito está calmo. O sol está desaparecendo e as sombras estão se estendendo sob as árvores.

— Ela pergunta o quanto é grande — Hoseok lê em seu celular.

— Que bela tensão filosófica — digo. — Pergunte quanto tempo ela demoraria para vir andando.

Depois de vários minutos de trocas de mensagens — a Jennifer não é, devemos dizer, intelectualmente privilegiada —, concluímos que ela está em uma ilha em algo chamado Mallard Lake.

Ligo o GPS no painel.

“Faça um retorno”, uma voz feminina instrui, em um tom que sugere que estamos no lugar errado.

Taehyung breca.

— Acho que não é legal.

“Agora, faça um retorno”, a voz manda.

Taehyung faz um retorno.

“Em cem metros, vire à direita”, a voz diz.

— O que faremos quando chegarmos lá? — pergunto a Hoseok — Essas moças que estão atrás de Jennifer...

“Vire à direita.”

—... elas não são pessoas que poderiam portar armas, certo?

“Em oitocentos metros, vire à direita”.

— Armas? — Hoseok repete. Como se ele nunca tivesse escutado a palavra antes. — Pode ser que sim, mas...

— Nossa! — digo.

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