Turnaround • ChanBaek // REPOSTANDO

teen; Perfect - simple plan

1 Semana depois

Outra vez Baekhyun se encontrava no seu escritório, dessa vez se considerando um idiota mas era senpre assim, ele já deveria ter se acostumado a fazer merda, se arrepender e em seguida fazer uma merda ainda maior para tentar diminuir o peso da primeira.

Algumas lágrimas escorriam do rosto do rapaz mas dessa vez, não era unicamente por conta de Chanyeol, mas sim, a culpa de ter feito algo que tinha prometido a si mesmo que jamais voltaria a fazer.

Na tarde anterior, Byun tinha comprado algumas drogas, fora algo totalmente impulsivo, ofereceram-lhe e quando viu, ele já tinha comprado e horas depois já estava em seu apartamento aplicando as seringas em si mesmo.

Aquilo houve um efeito, mas não tão drástico como da última vez que fizera, onde teve que ficar internado por quase ter tido uma overdose fatal.

Não houve tantos efeitos, ele não esqueceu Chanyeol por conta das drogas, o único efeito foi que agora que Baekhyun se sentia exatamente a mesma pessoa de anos atrás, a mesma pessoa que ele jurou que não queria mais ser, se sentia um nada.

Estava meio zonzo, sua pressão provavelmente estava meio baixa, já que não tinha comido nada durante todo o dia, o seu estômago simplesmente se recusava a digerir qualquer alimento.

A porta foi aberta com força, Baekhyun olhou e viu seu pai, e então sentiu vontade de chorar ainda mais.

Ele sabia que seu pai estava ali para brigar com ele e não para lhe dar apoio e por mais que isso nunca fora algo que seu pai tenha lhe dado, ele realmente queria. Se levantou suspirando, ia dizer algo ao mais velho porém esse começou a falar antes de qualquer palavra ser pronunciada por Baekhyun.

– Quando você nasceu, eu nunca achei que me daria tanta vergonha.

– Pai...

– Você realmente não pensa em nada que faz? Você deveria estar em um hospício, eu te dei tudo, eu sempre te dei tudo, você estudou nas melhores escolas, fez as melhores viagens, nunca precisou se preocupar com nada,  até uma empresa eu estou prestes a te deixar mas você não merece nada disso, nunca mereceu 1% do que eu fiz por você... Seu viadinho drogado.

As palavras eram ditas de uma forma que parecia um vidro se quebrando e vários pedacinhos colidindo contra Baekhyun que permaneceu imóvel, mesmo quando algumas fotos foram jogadas em cima da mesa de madeira, fotos de algum tempo atrás, dele com Chanyeol e fotos da noite anterior dele comprando drogas.

– Se você tivesse um pingo de consideração por mim,  não faria esse tipo de coisa, que fama você acha que eu vou ter?  Você acha que alguém vai investir em uma empresa que esta prestes a ser passada para um Gay drogado?  Você já esta estragando tudo antes mesmo de estar no comando.

– Mas eu não quero estar... – Baekhyun agora chorava bem mais, o choro era silencioso, mas sua voz era falha quando ele tentava se pronunciar. – Ei pai, olha pra mim, eu sei que eu estava errado nisso. – Falou apontando para foto do dia anterior. – Mas todos nos erramos...

– BYUN BAEKHYUN!

– Pai,  por favor, me escute... Apenas uma vez.

limpou as lágrimas enquanto mordia seus lábios, se forçando encarar seu pai, que respondeu com um silêncio, de quem talvez, disse ouvi-lo.

– Eu sei que eu não cresci de acordo com os seus planos, mais dói quando você me desaprova o tempo inteiro, seja pela minha sexualidade ou pela minha falta de interesse pela sua empresa, dói mais do que quando você socava minha cara... Mas eu estou tentando fazer isso, estou tentando trabalhar aqui, tudo porque eu queria, que pelo menos uma vez, você se sentisse orgulhoso de mim.

Uma pausa foi feita, e com dificuldades e em meio a soluços ele prosseguiu;

– Eu tento não pensar na dor que eu sinto por dentro... Eu lembro das poucas vezes que passávamos um tempo juntos quando eu era criança, era difícil você não estar ocupado com o trabalho mas mesmo assim, você costumava ser meu herói. Mas você não se importa mais comigo, você se importa mais com essa empresa e com dinheiro e sei lá mais com o que... Me desculpa não ser perfeito pai, mas você não pode mudar quem eu sou... Eu realmente queria que pudesse mas não pode e eu sei que nunca vou ser o suficiente para você, mas eu tento.

O pai de Baekhyun até abriu a boca para falar algo mas desistiu, então se virou, prestes a sair da sala.

– Nada vai mudar tudo que você já disse para mim mas por favor, não vire as costas para mim...

Tudo que Baekhyun queria era que seu pai, voltasse até ele e lhe desse um abraço, nem precisava dizer algo como " eu te amo meu filho" pois já tinha conhecimento que essas palavras nunca sairiam da boca de seu pai, mas mesmo assim, ele esperava que o homem fosse compreensivo com si pelo menos uma vez na vida, que uma vez na vida o perdoasse e o aceitasse do jeito que ele era ao invés de ficar tentando o moldar o tempo todo, mas ao invés disso, Baekhyun apenas assistiu seu pai se retirar do escritório e sair da sala, o deixando sozinho.

Chorou ainda mais, dessa vez soluços podiam ser ouvidos no ambiente silencioso qual Byun não aguentava mais ficar porem não tinha forças o suficiente para se retirar.

Acreditava que realmente estava sozinho no mundo, nunca achou que poderia de fato contar com seu pai, mas agora tinha certeza disso, talvez esse nem mesmo ainda o considerasse como um filho. Sua mãe também não estava mais ali e Chanyeol que por um tempo foi a fonte de todas as suas esperanças, também tinha o deixado de forma cruel.

Agora Baekhyun apenas desejava ter morrido de overdose da primeira vez que usou drogas após terminar com o antigo namorado.

A ideia de que se tivesse morrido naquela vez não teria passado por tantas decepções e nem causado tantas outras era o que martelava em sua cabeça, juntamente com a ideia de que o universo apenas estava sendo justo consigo retribuindo todas as maldades que tinha feito com outras pessoas durante sua adolescência.

Byun Baekhyun sempre acreditou - e agora mais que nunca - na lei da atração e no karma, contudo queria acabar com aquele sofrimento e não sabia como, queria gritar, correr, talvez se jogar na frente de um carro, de tanto ódio  que estava a sentir de si próprio, mas ele ao menos tinha forças para se levantar daquela cadeira e deixar aquele prédio.