𝐬𝐢𝐱 𝐦𝐨𝐧𝐭𝐡𝐬 ❀ 𝐣. 𝐠𝐢𝐥𝐢𝐧𝐬𝐤𝐲

❀ 013 | veronica

VERONICA PORCHS.

Encarei mais uma vez minha imagem refletida no espelho, e abri um sorriso, enquanto ajeitava o vestido vermelho em meu corpo.

Era sábado à noite, e eu infelizmente tinha combinado de ir a uma festa com Jack. E apesar de estar bem arrumada e satisfeita com o resultado final de quase uma hora de trabalho duro, minha única vontade era me enfiar debaixo das cobertas e assistir um filme clichê na Netflix.

Não me leve a mal. Eu até gosto de ir em festas, mas só quando estou na companhia das minhas amigas. Elas até disseram que estariam lá, mas eu teria que passar parte da noite ao lado de Gilinsky, o que me deixava desanimada demais.

— Toc, toc. – ouvi minha mãe dizer, e então a porta do meu quarto foi completamente aberta. – Uau, Ronnie, você está linda! O Jack é, definitivamente, um cara de sorte.

Abro um pequeno sorriso para minha mãe, e murmuro um obrigada, voltando a encarar meu reflexo.

— Algum problema? – pergunto para Elizabeth, que imediatamente abre um sorriso sinistro.

— Nenhum, na verdade. Jack está lá embaixo, conversado com o seu pai, aliás. – ela diz, e meus olhos se arregalam no mesmo instante. Em segundos já estou apanhando minha bolsa com celular, carteira e batom, e descendo as escadas correndo.

Quando finalmente chego no andar de baixo, Jack e meu pai estão apertando as mãos e sorrindo. Ainda ouço meu progenitor dizendo que caso Jack algum dia queira sair para fazer alguma coisa, o convite ainda está de pé.

É tão surreal que fico parada no último degrau da escada, encarando a cena completamente boquiaberta. Onde estava todo o escândalo sobre eu “estar namorando e não ter contando nada para ninguém”?

— Boa noite, filha! Você está linda. – meu pai diz, e vem ao meu encontro, me dando um suave beijo na bochecha. – Estava falando com Jack, seu namorado, não é?

O encaro, tentando encontrar qualquer traço de aborrecimento em seu rosto, mas ele parece tão relaxado como quando bebe vinho ou toca piano.

— É, acho que sim. – respondo, e Jack ri, assim como minha mãe. Percorro os olhos por toda a sala, e a encontro sentada no sofá luxuoso com uma taça de vinho em mãos.

Qual o problema dessas pessoas? Será que elas não se dão conta de que estão acabando com o próprio fígado?

— Acho melhor já irmos para a festa. – ouço Gilinsky dizer, mas sua voz soa muito distante. Continuo encarando meu pai, que sorri e coloca uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

— Eu também acho. Se divirtam, e tenham juízo. – ele diz, e me empurra na direção de Jack, que imediatamente toma minha mão direita entre a sua.

— Pode deixar. – Gilinsky diz, e bate continência.

Andamos até o carro de Jack em silêncio, e quando ele está prestes a dar partida, acabo deixando todo o surto reprimido se esvair de mim, e praticamente grito com ele.

— Que porra foi aquela? – pergunto, exasperada, e encaro o garoto com os olhos arregalados, tendo plena certeza de que muito me assemelhava com uma pessoa complemente louca e que tivesse fugido de um hospício, mas não ligando nem um pouco para isso.