Parte 2

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- Bom dia, Maddie.

- O que tem de bom?

- Maddie, posso te fazer uma pergunta?

- Já tá fazendo.

- Por que você está sempre triste, revoltada com a vida?

- Eu vou te inverter essa pergunta. Por que você está sempre de bem com a vida? A vida é uma merda. Você já nasce se ferrando, passa a vida inteira se ferrando e morre se ferrando. Primeiro que por todo o lado você é cercada de regras que só servem pra te manipular e acabarem com a sua liberdade. Os idiotas dos seus pais dizendo o que você pode ou não fazer, que no meu caso são os meu avós, porque os "meus pais" nem de me criarem se deram ao trabalho. E você é uma chata que vive esbanjanda a porra de uma felicidade igualmente chata.

- Ok, não está mais aqui quem falou. Enfim, me ajude colocando esses livros na seção de ficção. Preciso ir ali atender alguns clientes na cafeteria.

- Olá. O que o senhor deseja?

- Eu vou querer um cappuccino grande e um bolo de... ei, espera, acho que nos conhecemos de algum lugar.

- É verdade, você não me é estranho. Já sei! Paul. Do "Soul Match".

- É verdade... Claire Gale, a moça que parou de conversar comigo do nada. Olha, eu posso ter te assustado com o lance do sexo casual, mas eu me expressei mal. Eu quero sim conhecer uma mulher legal e talvez ter um relacionamento. É que naquela época eu estava em outra fase da vida, sabe... Mas enfim, se mudar de ideia, aqui está meu telefone.

No cartão lia-se Paul Grasser, consultor imobiliário, dois telefones e um email. Ele era muito bonito e simpático, e eu pensei seriamente em dar uma chance á ele, até porque, não era possível que eu poderia ter outro encontro fracassado. Paul era mais velho e maduro, e combinava bem mais comigo.

O café, que ficava em cima da livraria, ficara movimentado naquela tarde. Eu passei a maior parte atendendo clientes lá enquanto Maddie cuidava da parte de baixo. Assim que ficou mais tranquilo, eu desci e não achei Madison. Procurei por toda a livraria, mandei mensagem para o celular dela e nada. Foi quando eu escutei um choro baixinho vindo do banheiro.

- Ei, Maddie... está tudo bem?

- Tá tudo otimo, vai embora!

- Madison, eu estou preocupada com você. Fala comigo vai...

- Eu já falei pra você me deixar em paz!

Naquele momento, eu abri a porta da cabine, e ela estava sentada em cima da privada, abraçada aos joelhos. Meu primeiro instinto foi abraçá-la, o que fez com que ela relutasse, me afastando aos tapas. Eu insisti e não soltei ela, e foi nesse momento que ela cedeu.

- O idiota do meu namorado está me traindo. Eu nunca deveria ter confiado no Louis.

- Que coincidência! Eu conheci um Louis ontem e ele era um babaca também. Mas, por que você está dizendo isso?

No mesmo instante, ela virou o celular na minha direção, que mostrava uma foto de um homem beijando uma garota. Quando eu aproximei a foto, eu nem consegui disfarçar minha cara de espanto: era o mesmo Louis do encontro da noite anterior. Eu fiquei sem reação e sem saber o que falar.

- O que foi? Você conhece esse canalha?

- Não, é que... eu só estou impressionada com a cara de pau dele. Que babaca!

- Eu desisto de ter relacionamentos. Nada na minha vida dá certo. As pessoas saem com a mesma facilidade que entram. Eu não tenho ninguém, eu estou sozinha...

Mr. Lovely JonesOnde histórias criam vida. Descubra agora