- Bom dia, Maddie.
- O que tem de bom?
- Maddie, posso te fazer uma pergunta?
- Já tá fazendo.
- Por que você está sempre triste, revoltada com a vida?
- Eu vou te inverter essa pergunta. Por que você está sempre de bem com a vida? A vida é uma merda. Você já nasce se ferrando, passa a vida inteira se ferrando e morre se ferrando. Primeiro que por todo o lado você é cercada de regras que só servem pra te manipular e acabarem com a sua liberdade. Os idiotas dos seus pais dizendo o que você pode ou não fazer, que no meu caso são os meu avós, porque os "meus pais" nem de me criarem se deram ao trabalho. E você é uma chata que vive esbanjanda a porra de uma felicidade igualmente chata.
- Ok, não está mais aqui quem falou. Enfim, me ajude colocando esses livros na seção de ficção. Preciso ir ali atender alguns clientes na cafeteria.
- Olá. O que o senhor deseja?
- Eu vou querer um cappuccino grande e um bolo de... ei, espera, acho que nos conhecemos de algum lugar.
- É verdade, você não me é estranho. Já sei! Paul. Do "Soul Match".
- É verdade... Claire Gale, a moça que parou de conversar comigo do nada. Olha, eu posso ter te assustado com o lance do sexo casual, mas eu me expressei mal. Eu quero sim conhecer uma mulher legal e talvez ter um relacionamento. É que naquela época eu estava em outra fase da vida, sabe... Mas enfim, se mudar de ideia, aqui está meu telefone.
No cartão lia-se Paul Grasser, consultor imobiliário, dois telefones e um email. Ele era muito bonito e simpático, e eu pensei seriamente em dar uma chance á ele, até porque, não era possível que eu poderia ter outro encontro fracassado. Paul era mais velho e maduro, e combinava bem mais comigo.
O café, que ficava em cima da livraria, ficara movimentado naquela tarde. Eu passei a maior parte atendendo clientes lá enquanto Maddie cuidava da parte de baixo. Assim que ficou mais tranquilo, eu desci e não achei Madison. Procurei por toda a livraria, mandei mensagem para o celular dela e nada. Foi quando eu escutei um choro baixinho vindo do banheiro.
- Ei, Maddie... está tudo bem?
- Tá tudo otimo, vai embora!
- Madison, eu estou preocupada com você. Fala comigo vai...
- Eu já falei pra você me deixar em paz!
Naquele momento, eu abri a porta da cabine, e ela estava sentada em cima da privada, abraçada aos joelhos. Meu primeiro instinto foi abraçá-la, o que fez com que ela relutasse, me afastando aos tapas. Eu insisti e não soltei ela, e foi nesse momento que ela cedeu.
- O idiota do meu namorado está me traindo. Eu nunca deveria ter confiado no Louis.
- Que coincidência! Eu conheci um Louis ontem e ele era um babaca também. Mas, por que você está dizendo isso?
No mesmo instante, ela virou o celular na minha direção, que mostrava uma foto de um homem beijando uma garota. Quando eu aproximei a foto, eu nem consegui disfarçar minha cara de espanto: era o mesmo Louis do encontro da noite anterior. Eu fiquei sem reação e sem saber o que falar.
- O que foi? Você conhece esse canalha?
- Não, é que... eu só estou impressionada com a cara de pau dele. Que babaca!
- Eu desisto de ter relacionamentos. Nada na minha vida dá certo. As pessoas saem com a mesma facilidade que entram. Eu não tenho ninguém, eu estou sozinha...
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Mr. Lovely Jones
RomanceSEGUNDO LIVRO DA SÉRIE "MR. JONES" De volta a Manhattan e á casa de seus pais, Claire deve se reerguer e se reestabelecer novamente na cidade, depois de um ano cheio de surpresas e fatídicos acontecimentos. Ela consegue um emprego em uma livraria no...