Parte 17

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Os três primeiros meses do ano passaram como um borrão: o inverno deu lugar a uma primavera quente e colorida, com jardins floridos e árvores vistosas.

Além de muito trabalho na empresa, o começo do ano trouxe consigo o julgamento de Donald. Eu e Enedine compareceríamos, mesmo a contra gosto de Klaus.

- Mãe, não tem necessidade de você passar por isso - disse Klaus, enquanto dava um nó em sua gravata - além do mais, Claire só está indo porque vai ser testemunha. Você não precisa olhar praquele canalha nunca mais na sua vida, não vai te fazer bem.

- Klaus, não se preocupe comigo, garanto a você que estou ótima. E quanto a minha saúde mental, pode ficar despreocupado: a minha fase de ficar triste já passou, e tudo que me sobrou foi a raiva. Portanto, faço questão de ver aquele homem saindo algemado daquele tribunal para apodrecer na cadeia.

♡♡♡

Assim que chegamos no tribunal, Enedine se sentou na parte de trás enquanto Klaus e eu fomos para os bancos da frente. Donald e Eliza já estavam lá com a advogada: uma mulher elegante e muito articulada.

A profissão de advogada sempre me intrigou: eu me perguntava se valeria a pena defender o pior criminoso que existisse apenas em troca de dinheiro. E na maioria das vezes, ter que encontrar argumentos abusrdos na tentativa de se defender o culpado. E foi isso que aconteceu no julgamento de Donald.

Karynna, advogada de Donald e Eliza, chegou a apresentar um suposto laudo médico comprovando que Donald possuía desvios quanto suas faculdades mentais. O juiz esboçou uma cara de quem não está convencido disso, já que, para uma pessoa que passou grande parte da sua vida praticando os crimes que ele praticou, era esperto até demais.

Depois de uma breve pausa, o julgamento continuou por mais algum tempo, totatalizando seis horas. O juiz deliberou que Donald cumpriria 50 anos de prisão por roubo e falsidade ideológica. Liza foi condenada por ser cúmplice de Donald em alguns de seus crimes, sendo condenada a 20 anos de prisão, podendo cumprir os 5 últimos anos em regime aberto.

Enquanto era levado pelos policiais, Donald parou no caminho e gritou:

- Você vai me pagar, Klaus Jones. Eu vou acabar com a sua vida. Nem que seja a última coisa que eu faça.

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A situação na empresa andava meio conturbada. Além da quantidade de serviço aumentar a cada semana, Timothy havia decidido largar o emprego. Segundo ele, iria se dedicar mais aos estudos e a empresa estava tomando tempo demais dele. Ok. Só me restava passar pela chatice de realizar entrevistas para um substituto ao cargo.

E assim aconteceu durante um dia inteiro: entrevistei mais de dez candidatos ao cargo, até encontrar o perfeito: Diego. Além de possuir um currículo bem amplo, Diego me conquistou com seu jeito irreverente e divertido.

- Bem, Diego, você parece ter bastante experiência. Não vejo nada de irregular que possa te desclassificar para o cargo. Portanto, você está contratado!

- Aí que bom, fico feliz, muito obrigado. Mas antes de ir, posso te fazer uma pergunta?

- Claro.

- Você ja viu Klaus Jones por aqui? Queria ter o prazer de encontrá-lo pelos corredores. Aquele homem é um espetáculo: além de lindo, é milionário...!

- Podemos dizer que eu tenha uma relação bem próxima com ele - eu respondi, enquanto levantava a mão mostrando meu anel.

Diego imediatamente se enrubesceu, gaguejando ao tentar se desculpar.

Mr. Lovely JonesOnde histórias criam vida. Descubra agora