Parte 16

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A cidade já estava preparada para o Natal, e a neve caia sem parar. Enquanto os ambulantes vendiam árvores de natal, as cafeterias do centro da cidade enchiam-se de pessoas que buscavam por uma bebida quente e um lugar acochengante para ler um livro.
As ruas ficavam mais iluminadas do que nunca, com milhares de luzes coloridas e casas elaboradamente decoradas.

Apesar da alegria que eu sempre sentia nessa época do ano, as coisas não andavam muito bem. Passados vários dias desde o incidente do roubo da empresa, Enedine, a mãe de Klaus, ainda estava muito mal por tudo que aconteceu.

Ela gostava muito de Donald, e demorou até que ela processasse o que estava acontecendo: o homem que ela amava havia, esse tempo todo, fingido seus sentimentos apenas para colocar em prática uma vingança doentia contra Klaus, que, segundo ele, havia acabado com a vida de sua filha.

Por causa disso, eu e Klaus quase não nos vimos nesse período, já que ele passava a maior parte do tempo fazendo companhia à sua mãe.

Madison quase não parava em casa: quando não estava na floricultura, estava em algum outro lugar com Bryan. Isso significava que o jantar de Natal seria todo planejado por mim, sem ajuda de ninguém. Eu havia decidido fazer um jantar aqui no apartamento, e iria chamar alguns amigos.

Enquanto andava pelo mercado escolhendo os ingredientes do jantar, reconheci de longe, na sessão de bebidas, Jerry, que parecia procurar por alguma marca específica de vinho.

- Posso ajudar, senhor? - eu disse, logo atrás dele.

- Ah, claro. Eu estava procurando... Claire, que surpresa!

- Eu não acredito que, depois de tanto tempo, você não tenha reconhecido a minha voz!

- Desculpe, eu estava distraído. Eu juro que é a quinta vez que eu venho nesse mercado esse mês e não encontro o vinho que a Elaine quer. Mas enfim, como anda a vida? É uma pena que não nos encontremos com mais frequência, a cidade nem é tão grande assim...!

- É verdade... Mas eu é que não tenho costume de sair de casa. E costumo ir ao mercado que fica próximo ao apartamento, mas por algum motivo, eles não estavam funcionando. Mas então,você e Elaine tem algum plano para o Natal?

- Bem, na verdade, não faremos nada de especial. Elaine, assim como eu, mora longe da família, então fica difícil eles se encontrarem com frequência.

- Sendo assim, vocês estão convidados para o jantar que eu darei lá em casa. E você não tem a opção de recusar!

- Poxa, Claire. É muita gentileza sua, mas...

- Nao tem mas... Espero você e Elaine dia vinte e quatro às sete na minha casa. Ainda hoje te passo o endereço por mensagem. E se vocês não forem ficarei chateada.

- Está bem. Eu prometo que farei o possível para comparecer. Muito obrigado pelo convite.

♡♡♡

Faltava um dia para a véspera do Natal, e, como eu não teria a ajuda de ninguém, decidi adiantar alguns pratos que poderiam ficar conservados na geladeira. Da cozinha, eu podia ver os primeiros flocos de neve caírem pela janela, o que me fez lembrar de quando eu e Josh ficávamos montando bonecos de neve, enquanto papai, totalmente insatisfeito, limpava o gelo que se acumulava em cima do carro e na calçada de casa.

Nesses períodos de geada, as escolas não funcionavam, e as ruas ficavam cheias de crianças da vizinhança brincando com a neve acumulada do dia anterior.

Além disso, em toda a véspera de Natal, íamos eu, mamãe, Josh e tia Alice à uma festa beneficente que a igreja organizava para arrecadar agasalhos e comida para crianças carentes.

Mr. Lovely JonesOnde histórias criam vida. Descubra agora