P.O.V Carol
Acordei naquela cama de hospital, olhei para o lado, ela não estava mais lá. Talvez tenha ido embora ver sua namorada, afinal ela tinha uma namorada.
Senti meus pulmões queimarem,um nó se formar na minha garganta, eu estava apaixonada pela aquela garota?
Hoje eu iria ir embora pra casa, porém eu ia ver como meu amigo estava. Será que ele estava bem? Tudo que eu mais pedia para Deus no momento era cuidar de Bruno.
O que me aliviava era saber que ele estava vivo, eu sentia isso, eu sabia.
-Vamos pra casa mocinha?-o doutor apareceu no meu quarto, eu iria receber alta.
-Vamos!-dei um sorriso para o mesmo que estava anotando algumas coisas em sua caderneta.
-Bom, tá liberada. Não faça muitos esforços e tente ficar de repouso,e cuidado com esse joelho aí.
-Obrigado doutor. -Peguei minhas coisas e quando sai do quarto, vi Day com dois copos de café na mão, toda concentrada para não derrubar no chão. Ela não tinha ido embora.
-Você não foi embora? -perguntei sorrindo para ela , que retribuiu o sorriso de forma maravilhosa.
-Eu disse que não ia. -parou de falar e deu um beijo em minha bochecha. -toma seu café, achei que fosse querer.
-Você existe mesmo?-eu disse tocando no rosto dela,como se quisesse sentir sua pele, ela era tão perfeita.
-Sim, eu só não sei se você existe. Mas como tá sua perna? -Ela disse me entregando o copo e mudando de assunto.
-Ta doendo só um pouco,nada insuportável, e Bruno como ele está?
-Você quer ver ele?
-Porque você sempre foge quando pergunto se ele está bem?-eu realmente não entendia.
-Carol.... Você vai ter que ser forte. -Ela disse com um semblante preocupado e triste no rosto. -Promete pra mim?
-Prometer o que? Day você está me assustando.
Vi minha mãe com sua bolsa vindo em minha direção e me abraçando.
-Você está bem filha?
-Estou mãe. Me fala o que aconteceu com o Bruno.
-Vou deixar vocês a sós. -Day disse se retirando e deixando um beijo na minha testa.
-Filha. -ela disse colocando a mão na garganta na tentativa de não chorar. -o Bruno ele entrou em coma.-meu mundo ficou de ponta cabeça, sem chão.
-Como assim ele entrou em coma mãe?!-minha voz estava alterada, eu já não me importava em ser ou não educada.
-Ele está bem, está respirando, ele vai ficar bem filha.
Minha mãe me abraçou novamente e nós duas choramos juntas.
-Eu preciso ver ele. -eu disse me soltando do abraço.
-Tá bom filha, ele está naquela sala. -ela apontou indicando qual sala ele estava.
Fui em direção ao quarto, respirando fundo,ao mesmo prendendo minha respiração.
Ele estava lá, com o semblante sereno, calmo e tranquilo. Sentei na cadeira do lado de sua cama e dei um beijo em sua bochecha.
-Oi Bru,eu sei que você está me ouvindo.-disse e sorri já deixando escorrer uma lágrima.-você acreditaria se eu dissesse que já estou com saudades? Você deve acreditar, porque sei que também está.-agora eu já não segurava mais minhas lágrimas.
-Tem algumas coisas que eu quero te contar e mesmo sabendo que você não vai responder, vai me ajudar,sei que sempre posso contar com você. Então, eu acho que estou começando a gostar de alguém.-ri involuntariamente ao lembrar desse "alguém"- e esse alguém namora. E o mais curioso e chocante de tudo é que esse alguém é uma menina, eu sei que parece estranho porque nunca fiquei com garotas e nem demonstrei interesses, mas cai entre nós, eu nunca nem demonstrei interesses por garotos, ou seja sou estranha.-me permitir rir de novo e apertar mais ainda a mão de meu melhor amigo,queria que ele estivesse rindo ali comigo e fazendo uma de suas piadinhas bestas.
-Mas eu tenho um encontro, e não é com ela, é com Alex. Eu sei que você não gosta muito dele, na verdade nem eu, mas eu preciso saber que o que eu sinto por ela é verdadeiro,sabe? -disse dando uma pausa para limpar as lágrimas do meu rosto.-e tem outro problema, você já deve imaginar o que é né? Dona Rose,ela não me aceitaria.
Parei de falar um pouco e olhei para ele, como eu queria que ele estivesse conversando comigo, sorrindo, me dando conselhos.
-Bom migo, fica bem,ok? Eu preciso de você aqui comigo então volta logo pra mim, eu preciso ir agora, o horário de visita está acabando, mas eu volto logo, eu prometo! -disse dando um beijo em sua testa, e vi o mesmo dando um leve sorriso de lado, eu também sorri,eu sabia que mesmo estando "longe" de mim, estava perto, ele sempre estava por perto.
-Te amo muito.-disse sussurrando e saindo do quarto, meu irmão estava lá,Renan estava lá.
-Ah meu deus, você está bem, graças a Deus.-ele disse me abraçando.
-É, eu estou.
-Eu fiquei com tanto medo de te perder.-ele disse com os olhos marejados. -eu quero te pedir desculpas por aquele dia que gritei com você.
-Tá tudo bem maninho, eu sei que aquele não era você.
Nos abraçamos novamente e eu perguntei para ele:
-Cadê a mãe e o Rafa?
-Eles foram na consulta, Rafa tirou folga hoje.
-Nossa, você não tem noção a minha alegria ao ouvir isso.-quando disse isso,uma mensagem chegou no meu celular, era ela, a Day.
MENSAGENS ON
Day: oi ruivinha, você tá bem? o que acha de vim aqui em casa hoje? tô sozinha :(
Eu: tá e com você? eu vou então,também vou ficar sozinha. mas e a dani?
Day :quando você chegar eu te explico.
Eu:ok só me passa o endereço.
Day: (endereço). vem logoo
MENSAGENS OFF
-Carol?! Carol?- Renan estava me chamando, ele devia ter falado muitas coisas, que no caso eu não tinha prestado atenção.
-Ah, oi renan.
-o que que cê tanto olha nesse celular, e ainda fica rindo que nem uma boba?- ele disse isso enquanto tentava espionar o que eu estava fazendo.
-Não é nada.-eu disse isso em meio a risadas.
-Sei, quem é o sortudo?
-Não tem ninguém Renan, para.
-Ok, ok parei. -ele bagunçava meu cabelo, dando altas gargalhadas.
-Re?
-Ih, o que você quer?
-Será que você pode me levar na casa de uma amiga minha?
-Quer dizer que minha irmã fez uma amiga nova?-ele abriu um sorriso tão grande que parecia ter ganhado na megasena.
-Vamos dizer que sim.-eu também sorria.- Você me leva?
-Levo, vamos.
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Meu refúgio (fic Dayrol)
FanfictionCarol se vê perdida, quando encontra seu caminho da forma que ela menos esperava.