Paranóia (Supercorp)

Beautiful Goodbye

Lena acordou com o som do alarme na mesa da cabeceira. Não se incomodando em abrir os olhos, ela estendeu a mão e usou sua impressão digital para desligá-lo. Ela não costumava apertar o botão soneca com frequência, mas sentia muita falta da cama.

O colchão e os lençóis de cama ainda mais. 

Sua mente estava lentamente acordando enquanto seu corpo permanecia em seu confortável estado preguiçoso. Colocando as mãos sob o travesseiro, ela começou a recordar os acontecimentos da noite passada.

Supergirl chegou em casa comigo. 

Seus olhos se abriram imediatamente com as lembranças da noite passada. Ela virou para o lado direito e encontrou a cama vazia. Seu sorriso antecipado desapareceu quando percebeu que estava sozinha na cama. Mas ela sabia que Supergirl provavelmente estava salvando alguém lá fora.

É isso que eu ganho por namorar uma super.

Lena franziu a testa ao nunca ter usado essa palavra antes com a Supergirl.

Nós estamos namorando? Nós nem sequer fomos a um encontro. 

Não que um encontro fosse essencial para elas estarem namorando, ao contrário de como o termo foi cunhado, mas Lena ponderou sobre se era assim que se sentia ao namorar alguém.

Nós temos sentimentos uma pela outra. Sentimentos profundos. Nós fomos íntimos uma com a outra. Nós vimos o pior uma da outra. Nós discutimos. Muito. Nós estivemos lá por um ao outro através de lutas. Nós praticamente dormimos uma ao lado da outra quase todas as noites esta semana. Eu diria que estou tão perto de namorar alguém como sempre estarei.

Ela esfregou os olhos sonolentos e respirou fundo. Ela pegou o telefone para checar suas notificações. Havia alguns e-mails, quantidades infinitas de menções na mídia social e seus lembretes de calendário. Mas o que chamou sua atenção foram as mensagens da Supergirl. Ela as abriu com um pequeno sorriso sonolento.

Desculpe eu saí

Roubo na 44 e 2.

Não queria te acordar.

Ela não podia evitar a sensação de calor no peito.

Tenho certeza de que os casais trocam mensagens.

Lena riu mentalmente de como seus textos mal se pareciam com o que os casais normais costumam dizer. Mas ela gostava desse jeito. Havia uma afeição profunda entre Supergirl e ela, uma que ambos compartilhavam profundamente. Mas ambos não tinham a necessidade de meras palavras para explicar tal afeição. Era sentida entre elas. Em cada toque. Cada beijo. Cada abraço. O que elas sentiam uma pela outra era muito mais profundo do que Lena jamais imaginara. Nem uma vez ela esperava sentir a Garota de Aço como ela agora. Ela dependia dela. E embora Supergirl tivesse dito que elas poderiam facilmente voltar a ser amigas se Lena escolhesse prosseguir com Kara, Lena sentiu seu coração doer com a noção de não compartilhar esse afeto com Supergirl. Ela se sentia egoísta. Por querer as duas. Por precisar das duas em sua vida.

Kara era a representação da luz e inocência em sua vida. Lena não conseguia explicar a razão pela qual ela sorria quando a vê. Ou porque seu coração dispara quando a ouvi rir. A simplicidade de Kara e seu nervosismo eram tão intrigantes para Lena. Isso a fascina. Ela viveu por tanto tempo dentro de sua própria luta interna que às vezes ela se esquece de que haviam pessoas felizes por aí. Pessoas que não compartilhavam sua escuridão. É verdade que ela não é má como o resto de sua família, mas Lena mantinha uma espécie de escuridão dentro dela. Um que espiava a cabeça de vez em quando. Mas Kara de alguma forma viu além da escuridão, ela viu o nome. Ela fez promessas a Lena de sempre protegê-la.