003

579 34 4
                                    

O aniversariante da vez era Douglas Costa, e lá estava Nina no seu look mais confortável possível. Um croped branco, calça jeans e um tênis. Deixou seu cabelo natural caindo sobre seus ombros. Colocou um sorriso no rosto, pegou sua bolsa e o celular, respirou três vezes fundo e trancou a porta do apartamento. Lá ia ela, ia sabendo que ele estaria lá e pela primeira vez teria que encarar o ainda dono de todo o seu coração. Eles não estavam evitando um ao outro, porém uma hora isso iria acontecer.

........

Desceu do carro após alguns minutos dirigindo e agradeceu pelo trânsito de Turin estar tranquilo naquela noite de quinta. Caminhou até a portaria, cumprimentou o porteiro e chamou o elevador. Cada passo que dava em direção a porta daquela cobertura, era um aumento nos batimentos cardíacos.

Ela jamais faltaria a festa, uma porque Douglas era um grande amigo e outra que não poderia parar a vida porque as vezes iria tromba-la com ele por aí. Abriu a porta, já sabendo que a mesma estaria aberta. Eram poucas pessoas, mas as risadas estavam altas, a música provavelmente Brasileira tocando ao fundo.

Amém que você veio  — Louíse, esposa de Douglas apareceu animada.

É óbvio que eu viria — Nina sorriu ao abraçar a amiga — não seria maluca, eu conheço vocês — elas riram com o tom brincalhão — MAS você me jurou ser um ''churrasco de quintal" — falou em português uma das únicas coisa que sabia, puxando um sotaque italiano. Louíse gargalhou ouvindo a amiga tentando proferir corretamente. 

Mas é um churrasco de quintal, só que em uma cobertura — ela riu — Enfim, Douglas me inventou que é cantor agora, e essa magnifica voz que você está escutando, é o seu amigo — Nina sabia bem o que era todos esses ritmos musicais, ela aprendeu vários quando passava tardes intermináveis na casa deles junto ao Paulo. E ela gargalhou alto ao finalmente reparar na voz. 

A garota por fim olhou ao redor. A decoração era simples mas impecável, e Louíse provavelmente quebrou a cabeça com tudo ali. Sabia disso. Na sacada da cobertura se encontrava o maior número de convidados, onde tinha pagode tocando, um Douglas cantando e um Paulo fingindo que sabia muito bem a música e tocar um instrumento que ela trataria de descobrir o que era. Ela travou em primeiro momento, quando Lou enroscou seu braço ao dela, levando a mesma para fora. Mas por fim foi. Arrastada. Mas foi. 

— BENEDEEETTI — o amigo gritou indo de encontro a menina, de braços abertos e rindo, a mesma retribuiu o abraço logo de cara — que bom ver você aqui.

Paulo congelou naquele exato momento, as chances dela estarem lá eram altas, mas não o suficiente para ele ter se preparado para tudo aquilo. Ela estava linda, como sempre. Procurou por um momento manter os olhos longe dela, mas parecia que tudo fazia com que eles pousassem por lá.

Você achou que eu? Logo eu? Iria perder? — ela riu enquanto ainda era praticamente esmagada pelo amigo — Ok Douglas, eu adoro você, mas eu também preciso respirar — ele a soltou.

— Se perdesse, eu faria o favor de te deserdar como amiga — Douglas riu e colocou a mão no peito como quem estivesse lamentando — mas vem, senta aqui, me conta tudo.

Não tenho muita coisa para contar não... — e pela primeira vez naquele inicio de noite, ela encarou ele, um ele que não tirava os olhos dela. Se perguntou trezentas vezes o porque ele sempre estava tão lindo, com aquele maldito sorriso no rosto. E se perguntou também porque justo hoje, ele usou a camiseta que ela havia dado. 

O mesmo levantou da onde estava, olhou para Bentancur como quem não sabia nem se ia cumprimentar ou não. O amigo o incentivou a ir, e ele foi. Foi desnorteado, sem saber se era o certo. Mas foi.

— Nina — disse ele, enquanto via a menina virar a cabeça e fitar o mesmo, que se mantinha ali parado e com as mãos no bolso — que bom ver você aqui!

Ela levantou, ajeitou sua roupa e fez o que jamais pensou que faria quando o visse novamente. Sorriu. Porque no pensamento de Nina, ou relembrando as ultimas semanas, até o cartaz estampado em um outdoor que exibia craques da Juventus, fazia ela chorar. 

—Paulo, tudo bem?  — É claro que eles não ia bem, talvez tentassem acreditar que sim, mas não iam nada bem — Me diga como eu não viria? você conhece o Douglas — eles riram. Aqueles olhos verdes fitaram os olhos verdes dela, e a conexão foi imediata. 

O coração dos dois pulsavam em ritmos praticamente iguais. Eles sorriam um para o outro e visto de longe por todos aquelas convidados. Existia amor ali, e nem nunca iria deixar de existir. Eles só precisavam saber disso. 

 

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Aquele clichê básico do romance, se amam tanto ao ponto de não verem que o certo é eles juntos. Mas vai dar, a gente tem fé né?



Motivi per amarti | Paulo Dybala *REESCREVENDO*Onde histórias criam vida. Descubra agora