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Nina era uma completa apaixonada. Seja ela pela vida, pela carreira ou por um jogador que havia roubado o seu coração completamente. Mas ela sabia que saudade existia, que recaídas existiam, só que isso, não assegurava nada na relação dos dois. 

Abriu os olhos ainda meio sonolenta, xingando mentalmente por ter bebido mais do que precisava na noite anterior. Sentou-se na cama, e fitou o corpo ao seu lado, ela não resistia a ele, era fato. Mas precisava aprender a resistir. Eles não davam certo juntos, por mais que tentassem dar. 

Droga - tentou levantar da cama, mas escureceu sua visão - ok, bebi mais do que devia.

Caminhou pelos corredores do apartamento do jogador até encontrar a cozinha. Como ela conhecia aquele lugar, e ainda se encontrava da mesma maneira. Pegou uma jarra de água dentro da geladeira, serviu-se no copo e enquanto bebia, sentou na bancada que havia ali. 

Paulo por sua vez se revirou na cama, tapeando em busca da mulher, acordou em um pulo assim que não sentiu ela por ali. Ele sabia que era real o suficiente para não ser mais um dos sonhos dele. Levantou da cama, a procura de uma bermuda para vestir.  Foi até o banheiro, procurou por Nina e nada. Resolveu por fim, andar pelo grande apartamento e procurar pela dona dos seus pensamentos. A encontrou na cozinha, dispersa, olhando pra o copo d'água que tomava. 

Tudo bem por aqui? - Nina se assustou, fazendo com que pulasse de susto. Colocou a mão em seu peito, como se pudesse acalmar o coração - Desculpa, não era a intenção - ele sorriu como forma de conforto. Caminhou até ela, que exitou um pouco quando o mesmo tocou sua mão. 

Eu preciso ir - a mulher caminhou até a porta - já está tarde - fora interrompida com a mão do jogador a puxando de volta, fazendo com que a mesma encostasse na parede gélida da cozinha. Ela somente o encarou. 

Você sabe que se quiser não precisa ir - ele sorriu, falava da maneira mais delicada que pudesse falar. Não queria que ela fosse, queria conversar sobre o que havia acontecido - eu levo você depois. 

Melhor não - tentou se afastar, mas Paulo a impediu disso, se aproximou mais da mulher e encostou os lábios nos dela. Não era possível que ela não sentisse da mesma forma que ele sentia - por favor... - sussurrou para o mesmo, que já não entendia mais nada. 

O jogador se afastou o suficiente para que Nina ainda não pudesse sair totalmente. 

Oque aconteceu? - ele perguntou, enquanto ela subitamente fechava os olhos buscando por respostas plausíveis naquele momento - eu fiz alguma coisa, eu..

Você não fez nada - a mesma o interrompeu - pelo contrário, você fez de tudo, até mais do que precisaria fazer - ela tentou seguras as lágrimas, buscou por respirar fundo e se restabelecer. 

Nina, estou ficando preocupado - Paulo segurou sua mão - e eu realmente não estou entendendo nada. 

Nós não podemos Paulo - ela sussurrou e pela primeira vez encarou os olhos dele - não podemos ficar brincando com nossos sentimentos assim, não podemos nos encontrar por aí e ficarmos tendo recaídas - ela já estava em lágrimas, queria ir para casa - só não podemos, não é assim. 

E seria como? - se afastou por completo dela, fitando a paisagem da janela da cozinha - existe sentimento, existe saudade Nina, e eu não entendo o porque você quer recuar agora - ele a encarou - a gente pode tentar, pode fazer dar cer...

O problema é que a gente tentou - Nina não conseguia controlar suas lágrimas, era doloroso demais - tentou até onde deu, e não deu.

Ele caminhou de volta a ela, posou sua mão no rosto da mulher, a encarou mais uma vez. Ele sabia que existia dor ali, porque existia nele também. 

Então você acha que o certo é nos afastarmos? - não sabia se era o certo, sabia que era preciso, pelo menos por hora. Concordou com a cabeça, e o mesmo não esboçou nenhum tipo de expressão. Deus espaço para que Nina pudesse sair de perto dele, e assim a mesma fez. Caminhou até o quarto, onde tinham protagonizado cenas tão cheias de amor, que nenhum dos dois poderia um dia apagar da memória. Ela vestiu sua roupa, que até então estava jogada na poltrona que contia ali. Olhou-se no espelho, pegou sua bolsa e cruzou, vendo um Paulo completamente desolado abrindo a porta. 

Até mais Paulo - ela tentou sorrir, tentou confortar eles dois. Ele sorriu fraco e fechou a porta.

Entrou no elevador, e desabou, assim como o jogador ao fechar a porta de casa. 

Era doloroso demais para eles, e talvez por isso, não conseguiam ver que sempre existe uma oportunidade, e um caminho de volta para quem ama e é amado. 

 

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Motivi per amarti | Paulo Dybala *REESCREVENDO*Onde histórias criam vida. Descubra agora