Royal Council

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Após passar instruções a seu oponente e aos cavaleiros que ainda não tinham duelado, Zayn limpou o suor do rosto com um pano e o jogou sobre o ombro, pedindo para que Liam o seguisse. Enquanto caminhavam, o noviço decidiu falar de uma vez o que viera fazer ali – o que ele tinha quase esquecido. Olhou para os lados e, percebendo que todos estavam ocupados demais e ninguém os ouviria, falou:

- Estive nos aposentos do embaixador Grimshaw há pouco. Sir Horan parece ansioso para ter a espada de volta.

Zayn pegou um cantil de água e bebeu um gole. Percebeu que não havia a necessidade de falar a Liam que o rei havia pedido que ele se aproximasse dos hóspedes, já que estava fazendo aquilo por conta própria.

- Claro, a espada. – ele disse sem preocupação nenhuma na voz. Virou o cantil na altura da testa e despejou o restante da água no rosto. Liam não tirou os olhos dele nem por um segundo sequer. – Foi precaução. Não conheço o sujeito direito, mas o que um único homem poderia fazer, não? Mesmo assim, quando o rei falar com o conselho e essa questão de ajuda-los totalmente ou não estiver resolvida, entrego a espada.

- Não creio que era essa a resposta que ele procurava, mas entendo.

Liam observou ao longe os cavaleiros treinando. Virou-se para o capitão novamente quando sentiu ele se aproximar.

- Foi só isso que lhe trouxe até aqui?

Ele parou perto o suficiente para que Liam sentisse seu cheiro – suor pode mesmo ter um cheiro agradável? – mas longe o suficiente para que não parecer extravagante.

- Tenho certeza que não preciso lembra-lo que o rei quer falar conosco depois do passeio a cavalo que ele prometeu à rainha mãe, portanto, era somente isso Sir...

- Zayn.

Liam concordou com um aceno e se afastou dele, se despedindo.

O capitão da guarda ficou observando ele se afastar com sua postura calma. Suspirou, sem saber exatamente o motivo. Não conseguia mais olhar para Liam sem se lembrar do beijo há dois meses. Não tinha explicação pensar naquilo, lembrar do gosto adocicado da boca do outro. Era com certeza a sensação de que faltava alguma coisa, já que qualquer mulher ou até mesmo homem que ele já houvesse beijado, sempre passava disso fosse muito, fosse pouco. Beijar alguém por beijar e se esquecer no momento seguinte não era novidade para ele, e por isso, ele tinha certa curiosidade em relação a Liam. Com certeza era isso.

-x-

- Você vai deixar mesmo eles aqui. Estas pessoas que você nunca viu e que vão lhe trazer a guerra?

Rainha Johannah descia do cavalo com a ajuda do filho. Os dois se encontravam sozinhos à porta do estábulo. Havia guardas por perto, claro, mas não perto o suficiente para ouvir a conversa.

Louis não a culpava pelo questionamento. Ele também se perguntava o porquê de, sem antes verificar quais eram suas vantagens, havia concordado em deixar que ficassem ali. A aliança firmada com seu pai deveria ser levada a cabo até o prazo de término e ele queria descobrir em qual ocasião ela havia sido selada e porque a rainha Anne arriscou a vida deles – e provavelmente perdeu sua própria – pedindo que os filhos fossem para Galisa. Ainda assim, não era motivo suficiente para ele contra argumentar com o Conselho Real à se arriscar a uma guerra.

De qualquer maneira, ele tinha muito trabalho à tarde com Zayn e Liam para resolver essa questão dos argumentos. O questionamento de sua mãe era um prelúdio do que o esperava quando reunisse o Conselho no grande salão do Parlamento.  Louis tinha sempre a palavra final, mas era obrigado a ouvir o Conselho para questões desse porte. O que lhe incomodava era o segredo de ter que manter os herdeiros de Angle Terre escondidos até lá, afinal, um conselho pode durar dias.

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