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Tremedeira
O dia seguinte trouxera uma manhã ensolarada com um céu azul intenso e sem nuvens. Quando Snothelm, Rocket e Fizzbang acordaram, os irmãos cara-de-pau já tinham se levantado e terminavam o desjejum, restos do jantar da noite anterior. Explicaram que já tinham verificado o perímetro e realmente não haviam sido seguidos, ou pelo menos pensavam que não.
Era pouco mais de onze horas quando organizaram as mochilas e caíram na estrada novamente. A princesa avançava cambaleando na dianteira do grupo, sendo seguida pelo Goblin cientista e o antigo vigia do rei. Os outros três vinham na retaguarda.
Snothelm era o único a não se queixar da dor-de-cabeça, todos os outros sofriam os efeitos pela ressaca da bebedeira na noite anterior. Fizzbang não parava de reclamar da enxaqueca. Duh, o mais velho dos irmãos cara-de-pau já tinha ameaçado de chutar a bunda da garota várias vezes.
O pequeno grupo seguia às margens do enorme lago ao sul de Zaejin. Por aquele caminho evitariam as terras selvagens de Pridelands e possível encontro com Rakshas e outras criaturas grandes e ameaçadoras como aquelas.
Olhando à direita do caminho podiam ver, ao norte, as florestas do continente e ao sul, como dito, o gigantesco lago, que para eles era como o mar. Quase não havia praia, a mata chegava até bem perto das águas.
—Tome, coma isso, raiz de Belladona – dissera Snothelm apontando para a princesa – Ajuda a diminuir a ressaca.
—Diminuir? Eu não vou beber nunca mais! – exclamara a garota Goblin apanhando a erva e dando uma mordida – Argh! Isso é horrível, se não melhorar com certeza vou acabar morrendo!
—Há! Há! Há! – rira Duduh, pouco atrás dos dois enquanto se voltava para os irmãos – Pergunte a quem quiser, Princesa – havia deboche em suas palavras quando ele a chamava de princesa – O mais difícil é o primeiro trago, depois se acostuma. Nunca mais irá parar de beber. Quando ver outra garrafa, vai correr de encontro a ela como se tivessem um caso de amor.
Duh já ia fazer um novo comentário ou reclamar da dor-de-cabeça quando os três arregalaram os olhos ao mesmo tempo. Como se num passe de mágica, em poucos segundos os irmãos cara-de-pau tinham desaparecido.
Uma das poucas vantagens em se ter a pele verde era camuflar facilmente a presença em florestas e matas densas. Rocket e Snothelm foram os seguintes. Ao perceberem o que afligia os irmãos, desaparecem no mesmo instante.
Demorara alguns segundos para a princesa entender. No entanto, ao invés de fazer como os outros, congelara no lugar. Os joelhos tremiam, paralisada, incapaz de correr ou fazer qualquer movimento.
—Droga! – balbuciara Snothelm em um sussurro, agachado alguns metros longe, no meio das folhas.
O mesmo já se levantava quando Rocket lhe tocara o ombro, fazendo gesto com a cabeça para os lados, indicando que ele não se movesse. Ignorando o conselho do outro, Snothelm se levantara e correra até onde a princesa havia ficado. Ela parecia uma estátua de olhos arregalados, aqueles brilhantes olhos de cor púrpura.
O jovem Goblin não perdera tempo, agarrara o capuz do manto que Fizzbang vestia e lhe cobrira a cabeça. Assim como havia pensado, ela desaparecera, ficando invisível como já tinha acontecido antes. Ele, por outro lado, não tinha tempo de correr. Se deitara na grama alta abaixo e torcera para que a criatura adiante não notasse sua presença.
Continua...
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Uma aventura Goblin
FanfictionEles são pequenos, verdes, encrenqueiros, trapaceiros, ladrões e têm mais uma centena de defeitos que os fazem ser odiados por quase todas as raças com quem já se envolveram. Mas individualmente cada um deles têm seus próprios desejos, sonhos e fant...