V - Um pouco de medo

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Tremedeira

O dia seguinte trouxera uma manhã ensolarada com um céu azul intenso e sem nuvens. Quando Snothelm, Rocket e Fizzbang acordaram, os irmãos cara-de-pau já tinham se levantado e terminavam o desjejum, restos do jantar da noite anterior. Explicaram que já tinham verificado o perímetro e realmente não haviam sido seguidos, ou pelo menos pensavam que não.

Era pouco mais de onze horas quando organizaram as mochilas e caíram na estrada novamente. A princesa avançava cambaleando na dianteira do grupo, sendo seguida pelo Goblin cientista e o antigo vigia do rei. Os outros três vinham na retaguarda.

Snothelm era o único a não se queixar da dor-de-cabeça, todos os outros sofriam os efeitos pela ressaca da bebedeira na noite anterior. Fizzbang não parava de reclamar da enxaqueca. Duh, o mais velho dos irmãos cara-de-pau já tinha ameaçado de chutar a bunda da garota várias vezes.

O pequeno grupo seguia às margens do enorme lago ao sul de Zaejin. Por aquele caminho evitariam as terras selvagens de Pridelands e possível encontro com Rakshas e outras criaturas grandes e ameaçadoras como aquelas.

Olhando à direita do caminho podiam ver, ao norte, as florestas do continente e ao sul, como dito, o gigantesco lago, que para eles era como o mar. Quase não havia praia, a mata chegava até bem perto das águas.

—Tome, coma isso, raiz de Belladona – dissera Snothelm apontando para a princesa – Ajuda a diminuir a ressaca.

—Diminuir? Eu não vou beber nunca mais! – exclamara a garota Goblin apanhando a erva e dando uma mordida – Argh! Isso é horrível, se não melhorar com certeza vou acabar morrendo!

—Há! Há! Há! – rira Duduh, pouco atrás dos dois enquanto se voltava para os irmãos – Pergunte a quem quiser, Princesa – havia deboche em suas palavras quando ele a chamava de princesa – O mais difícil é o primeiro trago, depois se acostuma. Nunca mais irá parar de beber. Quando ver outra garrafa, vai correr de encontro a ela como se tivessem um caso de amor.

Duh já ia fazer um novo comentário ou reclamar da dor-de-cabeça quando os três arregalaram os olhos ao mesmo tempo. Como se num passe de mágica, em poucos segundos os irmãos cara-de-pau tinham desaparecido.

Uma das poucas vantagens em se ter a pele verde era camuflar facilmente a presença em florestas e matas densas. Rocket e Snothelm foram os seguintes. Ao perceberem o que afligia os irmãos, desaparecem no mesmo instante.

Demorara alguns segundos para a princesa entender. No entanto, ao invés de fazer como os outros, congelara no lugar. Os joelhos tremiam, paralisada, incapaz de correr ou fazer qualquer movimento.

—Droga! – balbuciara Snothelm em um sussurro, agachado alguns metros longe, no meio das folhas.

O mesmo já se levantava quando Rocket lhe tocara o ombro, fazendo gesto com a cabeça para os lados, indicando que ele não se movesse. Ignorando o conselho do outro, Snothelm se levantara e correra até onde a princesa havia ficado. Ela parecia uma estátua de olhos arregalados, aqueles brilhantes olhos de cor púrpura.

O jovem Goblin não perdera tempo, agarrara o capuz do manto que Fizzbang vestia e lhe cobrira a cabeça. Assim como havia pensado, ela desaparecera, ficando invisível como já tinha acontecido antes. Ele, por outro lado, não tinha tempo de correr. Se deitara na grama alta abaixo e torcera para que a criatura adiante não notasse sua presença.

Continua...

Continua

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