Nas cores da sua pele manchada estão os desbotados de suor e vergonha, que inundam seu corpo quente de forma explícita e indecorosa. São lembranças feias de uma vida suja, onde verdades se camuflam em um passado sem pai e sem lei.
São as manchas que não limpam, a umidade que não seca, e a dor que não passa. É o abismo sem fim em que você se encontra com eles, seus erros. E errantes, se tornam amigos de caminhada dos falsificadores de histórias, e dos contadores de novos enredos. E a vida passa assim, sem desmentir o que lhe é favorável e manipulando o que pode ser escondido, mas traduzindo sempre no melhor tom possível.
Onde está a fórmula da junventude? Lá atrás, em um passado distante, onde não havia erro que fosse impune, e verdades que pertencessem a um único dono. Ali, bem no meio da mesa do café, eu comia sossegada um pedaço de bolo, sem culpa e sem pudor. Era eu e minha vontade. E não havia nessa mesa nenhum pedaço roubado, nem nenhum sonho que não pudesse ser perdoado. Ali, os pecados eram todos jovens, e minha pele, ainda não sofria com os efeitos do "meu" sol...
Fui! (tomar um bom "banho" e passar protetor... )
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Crônicas da Maria Scarlet
General FictionCrônicas retiradas do blog www.mariascarlet.com, da autora Cris Coelho. As crônicas são apresentadas por uma personagem chamada "Maria Scarlet", um espírito vagante que observa atentamente as mudanças sociais e comportamentais contemporâneas e anal...