Largos horizontes nos fazem caminhar muito e para bem longe. E muitas vezes nem nos damos conta de que nos perdemos em alguma esquina... Quando paramos, finalmente, nos descobrimos sem rumo, sem norte. E a orientação que precisamos não vem com uma bússola para indicar nos o caminho a seguir, mas com o retorno ao velho caminho para encontrar os fragmentos de nós que deixamos no acostamento.
E repensar nossos novos valores em busca dos velhos, ou reencontrarmos a nós, mesmo em uma versão mais careta e ultrapassada, pode nos ajudar a modelar o novo "eu" que queremos construir. Porque nem tudo o que ficou para trás é pior ou menos providencial. O antigo, às vezes, funciona melhor que o moderno quando escalamos os atributos que nos classificam como um alguém "melhor".
O parâmetro ou ponto de vista menos oportuno no passado pode ser, e muitas vezes é, o ideal para o nosso momento futuro. Sermos realistas e menos exigentes não nos torna acomodados, nos torna possíveis.
E a possibilidade de me reinventar todas as vezes que me reencontro com meu passado é o que me motiva a seguir em frente, com horizontes mais amplos e desafiadores.
Fui! (me reencontrar no ponto de táxi em que me perdi, um pouco antes do carnaval...)

YOU ARE READING
Crônicas da Maria Scarlet
Ficción GeneralCrônicas retiradas do blog www.mariascarlet.com, da autora Cris Coelho. As crônicas são apresentadas por uma personagem chamada "Maria Scarlet", um espírito vagante que observa atentamente as mudanças sociais e comportamentais contemporâneas e anal...