Humildade é algo lindo de se ver. De se ter. De saber que alguém a tem. Ser humilde é profundamente libertador quando o foco está na percepção do outro. E é igualmente delicioso entender-se como alguém sem porte de prepotência, sem fonte de argumentos indecorosos, sem o saber infinito de verdades e justiças...
Mas como já dizia minha bisa, "quem muito se abaixa mostra mais do que deveria", e mostrando algo tão precioso como a nossa mais absoluta pureza de intenções, a sensação que se dá é que estamos expostos. E que o caminho escada abaixo não é somente o mais certo, mas também o melhor a seguir. Afinal, somos humildes aos olhos dos bons e, como bons, soltramos o alfabeto sem sotaque e decretamos a mostra coletiva da nossa "humilde derrière".
Mas como sempre dirijo na contramão, sou categórica em afirmar que sim, sou boa, sou linda e sou especial. Sou tudo o que não se pode dizer em voz alta, mas sou. E sou mais do que penso que sou, bem além das expectativas humildes da minha singela posição social. E se eu me curvo à enfastiada razão alheia? Claro que sim, quando estou com calcinha nova...
Fui! (levantar minha cabeça porque me curvar demais me dá Câimbra...)

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Crônicas da Maria Scarlet
General FictionCrônicas retiradas do blog www.mariascarlet.com, da autora Cris Coelho. As crônicas são apresentadas por uma personagem chamada "Maria Scarlet", um espírito vagante que observa atentamente as mudanças sociais e comportamentais contemporâneas e anal...