O passado e o Destino

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Ana On:

Ainda parada sem entender muito bem como aquela moça sabia que eu era médica a olhei com ar de confusão, e também com a sensação de que já tinha visto ela em algum lugar.

- Você ainda tá de jaleco! - Ela afirmou notando minha cara de confusão.

- Droga, obrigado eu sai tão corrida que nem tchum. Eu te conheço de algum lugar? - Perguntei assim de cara.

-Provavelmente das novelas, Alice Wegmann a atriz egocêntrica que todos dizem. - Ela riu sem graça. 

- Claro, eu assisti a uma peça sua no teatro aqui perto a um tempo atrás, você foi maravilhosa. - Corei me dando conta do que acabei de falar.

Ela sorriu e virou pra frente esperando seu pedido também, eu ouvi meu nome ser chamado e me dirigi até a bancada agradeci a Lu e fui adoçar meu capuccino com noz moscada e 3 sachês de açúcar, mesmo não comendo lá eu sempre terminava meu pedido com o que eles ofereciam, terminei e fui saindo meio sem jeito com o jaleco apoiado no antebraço o café numa sacola e o pedido pronto em outra. Iria seguir até o final da rua porque dali dois quarteirões já era meu prédio, parei no farol e ouvi alguém falar atrás de mim.

- Parece que o destino quer mesmo que a gente se encontre, não é? - Foi só então que reparei o sotaque carioca e abri um sorriso.

Ela estava com uma camiseta branca larga e meio rasgada, um jeans velho e all atar preto completamente rasgado e velho, sem contar nos óculos escuros estilo RayBan pra esconder sua identidade, ela estava tão linda. Que isso Ana Clara isso lá é hora pra tu reparar nas pessoas assim, deve ser o cansaço pensei enquanto ela esperava uma resposta.

- O Farol abriu. Ela me tirou dos devaneios absurdos que tava tendo.

- Desculpe ficar parada aqui te olhando, é o cansaço que me esgota e eu paro de raciocinar. - Sorri o meu melhor sorriso.

- Tudo bem, cê mora por aqui? Perguntou.

- Sim, na próxima quadra pra ser mais exata. E tu, ensaiando alguma peça ou mora por aqui também? Perguntei.

- Tô estudando um texto pra uma peça, então vou passar essa semana hospedado na casa de um amigo.

Fomos andando em silêncio para a mesma direção, e aquilo já estava me deixando nervosa porém faltava pouco para que eu chegasse na entrada do meu condomínio. Parei e já estava pronta pra me despedir quando ela falou.

- Cê tá de brincadeira que mora aqui? Ela falou incrédula e começou a rir.

- Vai me dizer que seu amigo mora aqui também? Eu ri também da coincidência. - É parece que o destino tá óh focadim na gente.

Entramos rindo e questionando para qual andar cada uma iria, vai que era o mesmo aí já iria achar que era uma pegadinha comigo e pediria para as câmeras aparecerem. Ela falou que iria descer no 12º e eu fiz sem pensar um "ufa" falando que o meu era no 13º mesmo sendo perto já era uma diferença no meio de tanta coincidência que aconteceu aquela manhã. Assim que paramos no andar que ela iria descer ela veio na minha direção e depositou dois beijos na minha bochecha, um de cada lado e falou.

- Até a próxima Dra Ana! Ela sorriu e eu fiquei sem reação com a forma espontânea dela. - Até Alice. Foi só o que consegui dizer.


Vitória On:

Comecei a arrumar minhas coisas na sexta mesmo para aproveitar minhas últimas 48hrs com a minha família.
Eu era tão desorganizada que nem sabia por onde começar a arrumar a mala, sabia que teria de ter roupa para todas as estações, ri com meu pensamento pois estava levando em conta o que meus amigos de lá falavam "Mano, aqui de manhã tá mó frio e do nada esquenta aí chove, porra". No meio da arrumação achei umas coisas que eu não via já tinha uns 3 ou 4 anos, eram cartas da minha ex que tinha se mudado pra lá.

Canção de HotelOnde histórias criam vida. Descubra agora