Se deixa em mim

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Ana On:

O final da noite em que contei tudo para Vitória ela dormiu comigo, eu não conseguia controlar meu choro e ele vinha a todo instante e ela sempre tava ali pra secar minhas lágrimas.  Nunca fiquei tão aconchegada em Vitória como nos dias que se seguiram após eu ter contato do Médico sem fronteiras pra ela, eu ainda insistia na ideia de não ir só que toda vez que eu cogitava essa possibilidade Vitória puxava minha orelha falando que era o meu futuro o meu sonho, que eu não poderia abrir mão assim até porque se a gente se achou pela segunda vez nada nos impede de o mesmo acontecer uma terceira vez. Só que eu Ana Clara não estava preparada pra viver essa terceira vez de novo, o meu coração tava apertadinho que chega passa pelo buraco da fechadura.

- Ninha larga de besteira, o mundo é tão gigante a gente vai se achar de novo sim isso é só mais uma das proezas que o universo colocou aqui pra gente enfrentar, então bora vencer esse obstáculo. - Ela falava segurando meu rosto entre as mãos.


- Eu sei leaozinho, só que eu tenho medo. Se esse mundão é tão vasto assim como tu diz vai que tu se acha com outra pessoa? Eu não quero te perder mais uma vez. - A abracei.


- Oh mo deuso.  Fez voz de bebê. - Se isso acontecer nada vai mudar aqui Ninha, o meu amor é de além, eu nunca vou deixar de amar tu mais é nunquinha. - Disse me apertando pra sentir a segurança de suas palavras.

**

Finalmente o dia da viagem tinha chegado, Barbara era só euforia enquanto eu parecia que estava indo para um enterro, toda vestida de preto e com meus óculos escuros pra não denunciar a noite mal dormida dava até um certo ar de elegância em meio a minha tristeza disparada. Optei por não deixar Vitória ir ao aeroporto, não suportaria partir e olhar pra trás sabendo que eu estava de partida sem previsão de volta. Como eu passaria no mínimo um ano fora pedi que Luana, minha irmã, viesse para cuidar do apartamento ela iria retirar minhas roupas e os demais objetos pessoais que ficaram e levaria para casa dos meus pais em Araguaína, o apartamento seria alugado pelo tempo em que eu estivesse fora para não deixá-lo fechado por tanto tempo assim. No início eu queria que Vitória morasse lá, mas por uma série de fatores ela recusou o meu convite e eu parei de insistir porque era bastante desgastante ficar batendo a tecla com ela que eu estava indo sem previsão de volta.

- Meu Deus Ana Clara, estão chamando nosso voou. Barbara passava a mão na frente dos meus olhos pra chamar minha atenção. - Hoje cê tá mais lesada que o normal.


- Não enche Babi. - Falei sem muito ânimo já me levantando para ir em direção ao embarque.


Agora realmente não tinha mais volta, eu estava deixando minha vida aqui em São Paulo por tempo indeterminado. Consegui me despedir de poucos amigos ao decorrer da semana e, agradeci ao Dr Gregori por todo o incentivo que ele sempre me deu enquanto fui de sua equipe. Já acomodada no meu lugar na aeronave olhei uma última vez pela janela e vi aquele céu cinza, mais do que nos outros dias ele se fazia de um cinza quase totalmente Branco de tão encoberto que estava o céu azul e o sol, fechei os olhos e me permiti viajar para a noite de ontem.


Vitória tinha feito um jantar de despedida com o meu prato favorito, lasanha, não era igual a da minha mãe mas era a lasanha do amor da minha vida. Ela se preocupou em comprar velas, o meu vinho favorito e fez também um mousse de chocolate, deitamos no sofá da sala com nosso disco favorito tocando Acabou Chorare dos Novos Baianos, deixando tudo num clima ameno sem aquele tom cinza de despedida. Quando tocou a música que dava nome ao disco Vitória tomou meus lábios pra si, aquele gosto de céu me invadiu e o beijo se tornou urgente ela passava a mão por toda a extensão do meu corpo, se colocou entre minhas pernas e invadiu meu pescoço distribuindo beijos e pequenas passadas de língua pra provar do meu gosto, chupou o lóbulo da minha orelha e sussurrou algo que fez todo meu corpo reagir ao seu.


- Ninha... Chupou o lóbulo de novo. - Ninha me faça sua uma última vez, se deixa em mim, me sente, me prova!

Assim que ela terminou de falar eu me levantei e a puxei para o quarto, entre beijos e peças de roupa sendo arrancadas pelo caminho joguei Vitória em minha cama e retirei as duas única peças de roupa que ainda me separava dela, sua calça e a calcinha, o mesmo fiz comigo e me deitei sob ela de forma lenta e deliciosa. Passei minha língua por sua coxa esquerda, pela cintura chegando ao seio e parando bem em sua orelha sugando o lóbulo de sua orelha para então falar.

- Faz amor comigo Vitória... Mordida. - Vamos se deixar uma na outra!

Depois nada mais foi dito, só era escutado os gemidos de Vitória e suas súplicas por mais. Eu desci para o seu mamilo e comecei a suga-lo de forma urgente tomando cuidado para não machucar o piercing que ali estava deixando tudo mais excitante, minha brincava com o outro mamilo que estava duro e livre da minha boca a mão direita afastava suas coxas para que eu sentisse o calor de sua boceta molhada. Vitória investia o quadril para que a tocasse duma vez, então assim o fiz, comecei a passar o dedo em seu grelo duro e ela gemeu parecia que precisava daquilo para poder respirar,  soltei seu mamilo e fui me abaixando deixando beijos e pequenas mordidas em sua barriga até chegar com a boca onde eu queria.

- Rebola pra mim Vitória, rebola.

É assim ela fez assim que coloquei minha boca nela, minha língua brincou com seu grelo e ela segurou minha cabeça puxando o cabelo e pressionando minha cabeça para que o atrito fosse maior, eu chupava com vontade arrancando inúmeros suspiros e gemidos de Vitória, coloquei um dedo dentro dela e ela se contraiu soltando um gemido alto que me fez investir o dedo novamente, fiquei no vai e vem gostoso mais um tempo enquanto minha língua trabalhava nela até que Vitória falou por entre os gemidos.

- Mais um Ninha, coloca mais um.

- Fica de lado pra mim! - Pedi ajudando ela se virar.

Assim que ela o fez eu abri um pouco sua entrada e a penetrei com dois dedos, ela estava tão apertada mas o atrito que acusada era gostoso Vitória gemia de forma alucinada parecia fora de si, me aproximei de seus lábios ficando a lateral de seu corpo ela estava próximo do orgasmo então eu cheguei próximo ao seu ouvido e pedi que ela gozasse pra mim, instantes depois Vitória gozou se deixando em mim como eu queria e eu me joguei ao seu lado exausta.
O restante da noite passou enquanto eu e Vitória nos deixávamos uma na outra, eu iria sentir falta do seu calor e daquele cheiro de natureza que me inebriava na hora de dormir.

- Senhoras e senhores por favor ajustem seus cintos, o avião já vai decolar, o piloto agradece tenham uma boa viagem.

O aviso me trouxe de volta à realidade e ela bateu tão forte que uma lágrima ousou escorrer pelo meu rosto, agora não tem mais volta a minha vida estava ficando naquele solo paulista enquanto essa carcaça estava indo para o Congo Brazzaville cuidar em um primeiro momento das pessoas com HIV, desenvolver métodos para inibir a proliferação da doença além dos contraceptivos. Mas eu não queria pensar nisso agora, eu só queria apagar e esquecer que estava deixando a Vitória aqui sozinha nessa cidade maluca.

Leaozinho:
Já sinto a sua falta minha Ninha!
Eu te além.
Se cuida e faça boa viagem, meu amor.
Tu tem minha saudade, minha verdade e meu querer então se deixa ser e vira passarinho minha Ninha.
Com amor, sua leaozinho!

Vitória era realmente um ser de outro mundo, aquilo me fez respirar de novo e seguir meu sonho, eu a amava e ela também me amava e me deixou partir então eu estaria inteira para seguir meu sonho.

Canção de HotelOnde histórias criam vida. Descubra agora