CAPÍTULO 4

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 A IDEIA

Rapidamente ficando um pouco sem graça, tentei disfarçar. Mas o dia estava muito estranho, primeiro tinha sido o casal lá no Ric, agora essas meninas. Sinceramente eu não estava acostumado com esse tipo de popularidade.

- Está popular em mano. - Cabelo ri ao me ver todo desconcertado.

- Não viaja mano. - Me levanto.

Nesse mesmo instante o sinal toca e volto pra sala.

- Nem vi você no intervalo Kauan. - Abro meu livro.

- Fiquei na sala, tentando entender essa matéria nova de matemática. - Disse ele, rabiscando no caderno.

- Ata, mas agora é aula de geografia mano. -  Falei apontando para o quadro.

Ele me olha sério, ainda rabiscando em seu caderno, tentado fazer algumas formulas de seno, cosseno e tangente.

- Ah mano, isso é muito chato. - Disse Kauan, enquanto pegava o livro de geografia.

- Adriel e Kauan por favor prestem a atenção na aula! - Disse a professora apontado pra nos dois.

- Culpa sua Freitas.. - Kauan me aponta com a lapiseira.

Eu apenas faço um olhar de poucos amigos para ele.

As gravações só iriam ser iniciadas na quarta - feira. Mas eu não parava de pensar no roteiro do meu novo canal, eram muitas ideias para serem filtradas. Eu apenas fazia desenhos em meu bloco de anotações, sem mesmo prestar a atenção na aula.

- Ei Freitas, vai copia a matéria! Vai ficar aí desenhando. - Disse Lavínia me cutucando e rindo de minha distração.

Só pela graça dela, copiei o mais rápido que pude e logo que terminei o sinal tocou e imediatamente todos correram para porta da sala.

Já no caminho para o ponto do ônibus, dei de cara com Simon, tocando violão. Ele estava sentado num banco de praça. Seus cabelos longos estavam soltos e seu boné virada para atrás.

- E aí Freitas! O que você manda? - Ele riu.

- Mando nada, mano! - Fiquei sem graça.

- Aí, essa aqui é a Juraci! - Disse ele apontando para o violão.

- Eu arregalei os olhos sem entender isso. Juraci? - Apontei para o violão.

- Sim. É em homenagem a minha mãe.

- Ata. - Fiquei impressionado dele ter colocado nome em seu instrumento.

- Toca um pouco aí. - Ele insistia muito.

- Melhor não mano, estou sem inspiração.

- Por favor Freitas. Vai ser uma honra para minha Juraci sendo toca por você. Eu já toco sempre.

- Tá legal então. - Pego o violão e começo a dedilhar.

- Nossa você tem que me ensinar essas técnicas. - Disse ele impressionado.

Continuei tocando. Não sei porque, mas sempre me sentia bem quando tocava.

Sem querer eu olhei para o relógio e vi que já estava quase no horário do meu ônibus passar.

- Caramba mano! Preciso ir se não vou perder o ônibus. Se eu me atrasar, minha mãe me mata. - Me levantei na hora.

- Certo mano, vai lá. Quarta feira está de pé né?

- Eu te confirmo ainda hoje! - Falei já bem distante dele.

Tenho que correr para não perder o ônibus. Chego no ponto correndo e o ônibus já estava quase saindo do ponto. Uma moça pediu para o motorista segurar um pouco. Agradeço a ela e subo dando boa tarde ao motorista. Já sentado, na janela é claro. Coloquei os fones de ouvido e com minha música fico olhando a rua, as pessoas. Tentando buscar a inovação que meu canal precisa.

FREITAS O RECOMEÇOWhere stories live. Discover now