CAPITULO 1
Cheguei a casa depois de mais um dia de escola. Estou estafada, não só por ser sexta-feira mas também porque estamos na recta final do ano lectivo e tenho de dar o litro, tenho de conseguir uma boa média para entrar na faculdade.
Oiço o meu telemóvel tocar, fui busca-lo e era uma mensagem da Catarina.
SMS Catarina: Ola linda, eu e a Sofia estamos a pensar em ir sair. Queres vir?
SMS: Não amor, eu ainda tenho de acabar o trabalho de filosofia, quero dizer eu tenho de o rever.
SMS Catarina: Mas Ana tens o fim-de-semana todo, e há muito tempo que não sais connosco. Anda lá, eu prometo que não chegamos tarde.
SMS: Pronto está bem, passam aqui pelas 22H?
SMS Catarina: Sim love.
Olhei para o relógio e já eram 20H, desci para o jantar. Estava delicioso, a minha mãe sempre tivera muito jeito para a cozinha.
Neste momento eramos apenas eu e a minha mãe em casa, o meu pai morrera quando eu tinha 8 anos e desde então que somos a companhia uma da outra. A minha mãe apoia-me em quase tudo o que faço e tenta sempre ajudar-me em tudo, como todas as mães ela quere que eu tenha um bom futuro, um bom emprego e uma boa família.
Subi novamente para me ir arranjar. Eu não sou muito destas coisas, de sair à noite. Não sei o que vestir. Peguei numas calças e numa blusa e estava pronta. (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=131528782)
Ana: Estou? – atendi o telemóvel
Catarina: Ola love, estamos à porta de tua casa. Estás pronta?
Ana: Prontissima - ri-me – Vou já descer.
Catarina: Está bem.
Assenti e desliguei o telemóvel. Desci as escadas e passei pela minha mãe que se encontrava na sala a ver televisão.
Ana: Até logo mãe – beijei-lhe a testa
Mãe: Até logo Ana e juízo. Se precisares que te vá buscar liga-me à hora que quiseres.
Ana: Está bem mãe.
Abracei-a. Adorava os seus abraços, nos seus braços era dos poucos sítios onde me sentia verdadeiramente amada.
Sai de casa deparando-me com a Catarina à porta da mesma. Olhei para elas e estavam com vestidos, pareciam umas princesas. Talvez um dia conseguisse vestir-me como elas, mas não neste momento, não consigo. Sempre tive bastantes inseguranças em relação a tudo e acho que sempre me refugiei nos livros. Adoro a Catarina e a Sofia e sei que posso confiar nelas mas nunca vou sentir que sou como elas, porque não sou. Provavelmente no fim da noite vou acabar sozinha, elas com um cada uma e eu a ligar à minha mãe para me vir buscar. Chamem-me betinha ou o que quiserem mas eu sou assim.
Sofia: Vamos então?
Ana: Sim - sorri
Entramos dentro do carro da Sofia e só paramos à porta da discoteca.
Dei por mim a pensar durante a viagem no futuro. Esse sempre foi o tema que mais me assustou e agora ainda mais. Mas para além do curso que vou tirar e do emprego que vou ter, penso se algum dia vou ter alguém que me ame verdadeiramente, uma pessoa que faça tudo por mim, que esteja comigo a lutar todos os dias, que adormeça e que acorde ao meu lado, que me aconchegue nos seus braços e que me mantenha sempre os pés bem assentes no chão.
Saí do carro e sorri para elas. Não quero que pensem que não gosto de sair com elas porque gosto, mas não a uma discoteca. Eu faço tudo por elas.
Sofia: The night is just starting! – sorriu
Catarina: Temos de apresentar alguém à Ana. –Disse piscando-me o olho
Ana: Nem pensei meninas, eu não quero ninguém. Estou bem assim.
Sofia: Mas não te fazia mal uma aventura esta noite. Só esta noite.
Ana: Dispenso meninas. Mas vocês aproveitem. Se ficar tarde e eu quiser ir embora eu telefono à minha mãe.
Sofia: Pronto está bem, que chata –abraçou-me –mas eu vou ter de aproveitar a noite. Quem sabe eu não encontro o amor da minha vida.
Catarina: Coitada. Deve de ter batido com a cabeça.
Sorri. Eu amo estas duas meninas. Elas amam-me por aquilo que sou e respeitam as minhas decisões apesar de sermos bastante diferentes. Posso dizer que tenho duas melhores amigas espectaculares.
Sofia: Vá, vamos entrar porque eu falei asserio quando disse que queria aproveitar a noite.
Alguma pergunta tem aqui o meu twitter @CataCrazyMofo
