Parte do Passado

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Como prometido, após mais ou menos trinta minutos chego na casa cinza padrão da rua. Aperto a campainha e fico olhando para a frente da residência.

A garota de cabelos castanhos aparece na varanda.

“Eu não vou abrir”. Diz rapidamente assim que seus olhos me encontram para logo depois desaparecer.

“Elisa!”. Ela reaparece, não está tão brava como eu pensava, já que ainda está me ouvindo... Isso é um bom sinal. “Por favor...”.

“Sério? Você acha que um "por favor" super fofo vai me convencer de algo?”.

“Super fofo é?”. Digo levantando uma das sobrancelhas. Ela ameaça sair. “Tudo bem, tudo bem, o que você quer que eu faça para você me perdoar?”

“Peça desculpas... Cantando”.   Fico surpreso com o pedido. “Eu estou falando sério”.

Eu nem tenho toda parte da culpa...

Ela estava estressada tanto quanto eu...

Eu não acredito que vou realmente fazer isso.

“Estou esperando”. Ela coloca cotovelo na sacada e apoia o queixo na mão direita.

Respiro fundo...

Começo a cantar

Lisa me perdoa por ser um babaca

E não ter te oferecido pelo menos uma torrada?

Antes de brigarmos eu estava bem feliz

Porque aquela casa a gente conseguiu invadir

Depois disso você ficou estressada

Porque eu fui um babaca?

“Da para calar a boca babaca, eu estou tentando dormir”. Algum vizinho grita e eu apenas dou um longa risada junto com Elisa que estava rindo desde que eu comecei a cantar.

Ela sai da varanda ainda com o sorriso no rosto e em questão de segundos a porta é aberta.

“Você canta muito mal”. É a primeira coisa que diz. “Mas a música foi genial”.

“É um dos meus talentos escondidos, isso me ajudou a ser perdoado?”.

“Acho que nem era para tanto, para falar a verdade era eu que estava brava comigo mesma, não posso discordar que eu também fui uma babaca”. Ela canta a palavra "babaca" na mesma melodia que eu estava cantando

“Então agora você deve cantar a musica”. Cruzo os braços arqueando umas das sobrancelhas, ela imita meus movimento numa forma de deboche.

“Olha eu acho que já está bom de passar vergonha por hoje”. Finjo uma cara de desapontamento. “É melhor você entrar, ou vai congelar ai fora”. Ela deixa a passagem livre para eu entrar na casa.

A sala de estar com cores neutras é a primeira cosia que vejo, não está tudo muito organizado, mas também não está uma zona, é bem aconchegante e quentinho.

“Elisa, já te falei para não deixar os sapatos jogados, a Madeline vai comer todos eles!”. Uma mulher entre seus quarenta ou cinquenta anos aparece na sala, segurando um par de sapatos.

Ao me avistar consigo perceber um pouco de surpresa na sua feição pelo fato de ter um completo estranho na sua casa.

“Olá”. Diz como se estivesse cantarolando.

Retribuo o comprimento com um leve sorriso.

“Kate, esse é Thomas, Thomas essa é a Kate”. Aceno com a cabeça após Lisa terminar de nós apresentarmos, ouço algum gato miando e olho para os meus pés assim que sinto o animal se esfregando na minha perna.

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⏰ Última atualização: Oct 29, 2018 ⏰

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