A Viagem

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Notinha: O capítulo está um pouco maior do que o normal se for comparar com os outros ( tem em torno de 1660 palavras) Sorry rs.

Boa leitura 🎀

                              ***

Ao chegarmos no aeroporto encontramos um Bruce com a cara emburrada de braços cruzados e foi com certeza o ponto alto do meu dia.

Por conta de quase nos atrasarmos ele ficou uma fera, Elisa se segurou para não rir enquanto eu não fiz nenhum esforço para disfarçar minha felicidade.

Assim que entramos no avião a garota implorou para ficar na janela eu apenas dei de ombros, olho em volta para ter certeza que não há nenhuma criança por perto que possa atrapalhar as minhas horas de voo e aproveito para colocar a mala de mão no bagageiro.

Enquanto faço isso Bruce tenta miseravelmente sentar no meu lugar que fica ao lado de Elisa.

“O que pensa que está fazendo?”. Digo o bloqueando de passar.

“Tentando sentar no meu lugar”. Responde e eu o olho com raiva.

Eu sei exatamente o porque ele quer ficar ao lado de Elisa, e eu não vou permitir que esse babaca tente alguma coisa com ela.

Reparo que Elisa está nos olhando intrigada.

“O seu lugar é no assento do corredor”. Relato o óbvio.

“Carter, deveria saber que eu não gosto de ficar no corredor”. Ele sorri gentilmente ou pelo menos tenta.

“E quem disse que isso é problema meu?”. Sento em meu lugar me ajeitando, logo reparo que Elisa está me encarando sorrindo. “O que foi?”. Ela não diz nada apenas ri e volta a olhar para a janela.

Ouço Bruce suspirar de raiva ao meu lado e eu apenas coloco os fones de ouvido e aperto o cinto esperando a decolagem.

As dez horas se passam com Bruce rocando ao meu lado, me irrito mas isso não atrapalha o meu sono, já Elisa parece que não pregou os olhos o voo inteiro, todas as vezes que acordava com o barulho do ronco ao meu lado ela estava acordada.

“Está ansiosa?”. Pergunto em relação a nossa chegada ao Brasil, talvez o motivo para ela não dormir seja a ansiedade.

“Um pouco...”.

“Você dormiu pelo menos um pouco?”. Ela suspirou e deu uma pausa antes de falar como se quisesse formular exatamente o que iria dizer, após isso ela acena com a cabeça.

“Bastante até...”. Responde, era  uma resposta de sim ou de não e ela se distanciou de ambas as opções tentando passar segurança o que não funcionou.

“Você sabe que não adianta tentar mentir para mim, né?”. Seu sorriso se desfaz e ela abaixa um pouco a cabeça.

“Eu só não estou com sono, tenho medo de dormir e quando acordar o avião estiver prestes a cair”. A olho curioso. “Não, eu não tenho medo de avião... É apenas aquela sensação que você pensa que se piscar os olhos algo de errado vai acontecer”. Aceno com a cabeça.

“Tenta dormir um pouco, se o avião cair eu juro que te aviso”. Digo tentando de alguma forma amenizar a situação, o que dá certo já que ela sorri.

“Isso me tranquiliza muito”. Diz ironicamente. “Mesmo eu querendo, não vou conseguir dormir”. Por fim eu resolvo não insistir.

Acabo conversando um pouco com Elisa para passar o tempo, mas sem perceber tinha caído no sono e só fui acordar com a voz doce da garota me chamando.

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