Capítulo 11 - Jughead Jones

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Betty esta em um canto do bar sentada com Sweet Pea. Ele fala algo em seu ouvido e vejo ela rir divertida. Seus rosto esta limpo, sem todo aquele sangue e sujeira, mas os machucados feitos na pele pálida horas atrás são evidentes.

"Eu se fosse você me oferecia para levá-la para casa. Tenho certeza que ela vai gostar." Toni me assusta aparecendo do nada. Antes de perguntar sobre como soube, ela me corta. 

"Sweet Pea. Ele tentou esconder de mim, mas tenho meus truques." Ela pisca para mim e se afasta.

Ando até Betty, ela está mais pálida que o normal e seus machucados não ajudam na aparência da loira.

"Vamos, vou te levar para casa."

"Meu carro esta na floresta." Sweet Pea se levanta nos deixando a sós, sem antes dar um beijo em sua testa e me dar um tapinha nas costas.

" Amanhã pegamos. Você vai passar a noite aonde?"

"Hum... No me carro... Não tenho mais casa em Riverdale." As palavras saem de sua boca com um ar de constrangimento e decepção.

Levanto a sobrancelha negando.

" Não vai dormir em um carro no meio da floresta com os Gholies soltos por aí, Barbie."

"Aonde então, Jughead? Meus pais me expulsaram de casa em grande estilo."

"Você vai dormir no trailer comigo. Não é classudo, nem nada do tipo. Não chega nem perto do que você merece. Mas você é mais que bem vinda, Betty-cat." Ela sorri com o apelido de criança, sei que antigamente a irritava, mas hoje em dia ela sempre da um sorrisinho de lado  mostrando que gosta sim do apelido.

Seguimos juntos para fora do bar, indo em direção ao meu carro. Ando com as mãos em sua cintura. Ela anda com dificuldade, seu corpo sofreu mais do que devia hoje. Com dificuldade ela senta devagar no carro e puxo o cinto prendendo em sua volta. Ela sorri agradecida e fecho porta do carro me dirigindo ao lado do motorista.

Durante o caminho nos mantemos em silencio, a ultima conversa que tivemos antes desse final de semana não saiu nada bem. Acho que os dois estão desconfortáveis com aquela situação. Realmente, minha primeira vontade ao ver ela no meio dos serpentes tentando participar da iniciação era brigar com ela e arrastá-la dali. Seu olhar inseguro em mim mostra que ela ainda esta esperando a bomba "Jughead Jones irritado", mas decido não faze-lo. Pelo menos não hoje.

--- X ---

Levo Betty até o banheiro do trailer, e seu rosto se ilumina quando ela vê o banho de espuma que preparei para ela se recompor. Eu sei como cuidar de uma garota apesar dos pesares. Betty precisa tomar um banho, remédios e curativos. Parece besteira, mas gosto de agradá-la, suas feições agradecidas são bonitinhas. Não importa o que se faça para ela, algo grandioso ou algo pequeno como esperá-la para comer. Ela é agradecida de forma igual e os brilhos dos olhos são encantadores.

A ajudo a se despir, suas roupas estão úmidas e cheias de lama por causa da chuva. A loungerie branca só deixa mais evidente os hematomas em seu corpo pálido. Me pego pensando se fomos nós ou o próprio pai que causou aquilo. Acredito que em pouco dos dois. No lado direito do seu quadril tem um enorme hematoma roxo que parece aumentar e escurecer a cada minuto. Ele tinha jogado ela no chão ou contra algo? Chacoalho a cabeça tentando tirar esses pensamentos da cabeça, antes que a raiva venha e eu perca a razão indo até a casa dos pais dela e faça eles se arrependerem de terem encostado na minha loira.

Abro o fecho do sutiã vendo ela se arrepiar com meu toque. Deus, se ela não tivesse machucada desse jeito eu faria essa garota gemer a noite inteira.

Ela mergulha um pé delicadamente na água e solta um gemido alto. Não consigo definir se é de dor ou alívio. A ajudo a se sentar devagar na banheira. Quando me viro para sair do banheiro escuto sua voz fraca me chamar.

"Jug, você pode tomar banho comigo?" Achei que ela ainda estivesse chateada comigo pela noite em que briguei com ela em seu dormitório. Tiro o casaco e ela sorri carinhosa enquanto termino de me despir. Entro na banheira. Betty espirra água para fora ao deslizar para frente, para dar espaço para mim em suas costas.

O vapor em nossa volta tem cheiro de hortelã do banho de espuma. Aninho seu corpo delicado e quente contra meu peito, deixando escapar dos meus lábios um ruído satisfeito. Ficamos abraçados um tempo em silencio. Ela ajeita a cabeça em meu ombro e se aconchega mais em mim.

"Obrigada por não desistir de mim, Jughead. Obrigada por me deixar tentar, eu sei que você poderia parar com tudo por ali, mas não  o fez por algum motivo." 

Dou um beijo no topo da sua cabeça. Não sei como responder. Eu não ia deixá-la tentar, mas Toni e Sweet Pea me impediram de tirá-la de lá o mais rápido possível.

Escuto sua respiração ritmada e suave. Ela tinha adormecido em meus braços. Aquele corpo pequeno e macio estava desacordado nos meus braços. Em algum momento pego  no sono junto com ela na banheira.

Acordo mais tarde com a água fria parada na banheira. Ela continua lá, toda machucada e indefesa dormindo nos meus braços.

"Betty... Bet's? Vamos princesa. Acorde. Vamos para cama. Não podemos passar a noite aqui." Não sei bem o que esta acontecendo comigo, vê-la tão forte e determinada me mostrou que apesar do seu gênio forte e estatura pequena eu não precisava protege-la. Pelo menos não sempre. Mas por mais estranho que pareça, eu queria protege-la. Não porque ela precisasse, ela me provou isso hoje.

Ela abre os olhos relutante e faz cara de dor. Ajudo a se levantar devagar e a coloco na cama. Deito ao seu lado e ela se enrola em mim como uma criança que não quer soltar o brinquedo preferido.

Deposito um beijo em seus lábios e a vejo dormir em meus braços como uma criança serena.

Whatever it Takes - BugheadOnde histórias criam vida. Descubra agora