Emma Swan.
Na semana seguinte, podia dizer com todas as palavras que odiava Ruby Lucas, como podia chamá-la de melhor amiga? Meu desagrado naquele sábado era palpável. Os últimos dias tinham me deixado assim, depois de ficar livre - finalmente - do castigo, pensei que faria algo divertido, mas fui enganada por Ruby e graças a ela, teria um sábado no meio dos cidadãos de Storybrooke. Eu adorava os sábados.
Os sábados significavam que Lily e eu iríamos para alguma festa, ou então que sentaríamos nossos lindos traseiros para ver algo na Netflix, mas como nossas rotinas eram agitadas, embarcaríamos numa festa que não poderíamos estar por causa de nossa menoridade e chegaríamos pela manhã quando o metrô voltasse a funcionar porque gastamos quase todo nosso dinheiro contrabandeando bebidas que nem valiam isso tudo com um garçom.
Essa semana havia sido tão pesada nos treinos, parecia que Graham estava me testando - talvez a pedido de Regina -, mas ao mesmo tempo, achei idiota da minha parte pensar isso. Ele estava vendo se eu realmente tinha boa resistência física e se realmente podia alcançar o desempenho da equipe que ele já mantinha. Compreendi isso e acabei me esforçando demais e ainda sim, não estava no alcance dos outros e hoje, neste sábado, tudo o que queria era poder ficar mais tempo em casa.
— Não, eu não te amo, eu a odeio. — Respondi mais uma vez vendo a mesma pelo facetime. Meu pijama era algo horroroso, moletom xadrez e blusa roxa. — Mas te odeio mais ainda por ter me feito concordar em ir nessa porcaria de festa da cidade.
— Não é só isso... Nós vamos, ao fim da comemoração da cidade, para a festa na fogueira. —Revirei os olhos e respirei fundo, era uma data qualquer que Storybrooke comemorava.
— Típico de caipiras. — Impliquei com a Ruby que revirou os olhos, se estivesse perto de mim, tenho certeza que ela teria me socado. Não é como se eu não fosse uma "caipira" também.
— Então, vou dar tchau a esse seu mau humor. Dorothy acabou de chegar e você sabe... Nos vemos em uma hora. Te amo, patinha. — Ela disse ao desligar e eu joguei o celular na cama.
Patinha... Eu odiava e odeio esse apelido desde a infância, mas quando vinha de Ruby ou Elsa, sabia entender muito bem. Desde o infeliz dia em que resolvi aceitar o desafio idiota de Elsa e entrar na casa de Regina, passei a quase não aparecer na minha varanda por medo de talvez ela ter descoberto o que tirei do meio de suas coisas. Mas era claro que eu não ficava trancada, procurava pelas horas em que ouvia o seu carro sair para aparecer por lá.
Talvez isso estivesse me tirando do eixo. Qual era a real importância de descobrir a história por trás da "terrível professora"? Talvez para compreender seus motivos para ser tão maldosa com meu avô? Não sabia dizer, mas precisava me adiantar se quisesse encontrar com Ruby e as meninas.
O meu castigo chegou ao fim, mas meus carcereiros avisaram que era apenas por meu bom comportamento. Depois do banho e de escolher uma roupa decente, resolvi me maquiar um pouco. Meus pais estavam com meu avô em Boston -como sempre-, chegariam perto da hora do almoço, o que não demoraria muito. Pularia minha refeição para comer um bom donut da Granny.
— Ei, louca! — A voz de Neal me chamou atenção e logo corri para o lado dele. Estávamos na rua ao lado da loja de penhores do seu pai. Pulei em suas costas e ele me segurou.
— Feliz dia do não sei que lá de Storybrooke. — Disse para o mesmo que deu uma risada, já podia ouvir o som da música brega, as pessoas indo para as barraquinhas com comidas. Mais um dia normal e esquisito de Storybrooke Maine, sinto falta de Boston.
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Polished Girl
Teen FictionA maneira que o universo tem de unir alguns destinos nem sempre é agradável. Ao voltar para a cidade que nasceu e viveu durante sua infância, Emma se vê encarando os conflitos que acompanham a passagem da adolescência para a fase adulta, enquanto en...