Ao final de tudo
O corpo transcende
O que é mundano
Ao final da linha
A volta já não existe
O abismo está logo a frente
E o tempo, minuciosamente
Ao mesmo tempo que se constrói, se desfaz.
Somos um emaranhado
De sonhos e vontades tortas
Vivendo e trilhando
Caminhos incertos
Em busca de tudo
Mesmo sem nada conseguir
A humanidade se consome
A cada instante visando
Dinheiro e outras mediocridades
A vida humana queima bem
Diante de meus olhos
E eu como parte dela
Estou a queimar também
E não esteja enganado
Não há nada após o fim
As melhores intenções
Reduzidas a cinzas
Acabaremos embalados
No interior de quatro madeiras
Recheados de vermes e terra
O escárnio da existência
Sem ter o que florescer
O final será triste
Assim como o fim desse poema.
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Literalizando o Caos.
PoesíaNão escrevo para te livrar do abismo Eu lhe empurro para dentro dele Eu estou caindo Mas levarei o máximo de vocês comigo.