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   Não vivia um conto de fadas, não lutava com criaturas para salvar a princesa, não era cavalheiro com ninguém e não se importava, tratava todos com o mesmo mau humor e grosseria de sempre. Katsuki Bakugou era intenso a cada momento e por isso nunca fora dos mais amigáveis. Na pacata cidade onde morava, alguns tinham a audácia de o chamar cabeça de fogo, o quê nunca acabava bem.
Amigos teve um, irritante e imbecil, mas o único que se preocupava com o loiro de íris vermelhas, olhos como se o fogo mais ardente estivesse aprisionado ali.
   Sua casa era perto a de seus pais, que se preocupavam em excesso quando saía em busca de algo interessante para fazer e voltava tarde ou na manhã seguinte. Queria seu espaço, como todo garoto de 16 anos desejava :
   - Vê se não arranja briga! - Gritou sua velha dando-lhe um tapa em sua nuca, carrancudo Katsuki tomou caminho para o centro, onde feiras ocupavam completo espaço. Rumores rondavam que homens nobres, até plebeus, apostavam ouro, prata e a vida numa luta de dois marginais metidos a musculosos. Bakugou adorava uma boa briga, tinha 40 moedas de ouro, era o suficiente para passar o tempo. As lutas mais famosas aconteciam na praça principal, uma roda barulhenta se formava e moedas passavam de mão em mão até chegar em um homem que controlava as apostas feitas de trás de uma mesa.
Katsuki analisou os competidores, o da direita era moreno, uma parede de músculos e tinha diversas cicatrizes, o loiro da esquerda parecia ter mais de 30 anos estava calmo, usava uma calça apenas. Estava óbvio, apesar de parecer velho tinha a experiência e era conhecido isso mostrava que as pessoas reconheciam sua força :
   - 10 moedas de ouro! - Berrou alto, olharam surpresos pela quantidade que o garoto despejou na mesa. Era assim que funcionava, o homem que grita o maior valor e ganha a aposta leva tudo da mesa.
   Achava o jogo idiota, sim. Mas quando se ganha, sempre é interessante ir mais a frente e foi isso que o loiro fez. Cada aposta ganha eram mais moedas em seu pequeno saco que portava o dinheiro, não gritava como os outros pela vitória mas rosnava a cada soco desferido :
   - Hey, garoto! - Um homem de cabelos ralos e sorriso amarelo de bebida chamou sua atenção. - A próxima luta... Aposto minhas 30 moedas de ouro, se você fizer o mesmo.
   - Isso é um desafio, velho? Quero o dobro! - O homem sorriu e aceitou, Katsuki não gostava daquilo, mas não podia negar que precisava do dinheiro para se sustentar sem seus pais lhe ajudando.
   Os dois lutadores se prepararam, o garoto chutou no empate. Desferiram socos nos ares e joelhadas na barriga do adversário, ambos eram fortes mas suas resistências fracas. Ah, como Bakugou gostava da vitória, o gosto de ser melhor trazia-lhe um prazer interior :
   - E então, velho de merda!? - Chocado e perplexo, o homem suava frio, havia dado um tiro no escuro sem se importar com as consequências e jogando a sorte. Não tinha como pagar, claro, mas tinha sua carta na manga. Rezou para os Deuses pelo seu filho, caso morresse pelo pecado de tamanha mentira.
   - Na terceira rua vire a direita, vai encontrar um galpão, seu dinheiro está ali. Não o tenho agora.
   - Hã?! Esta de brincadeira? - Partiu para cima, violento e foi agarrado por braços fortes. O homem correu, Katsuki gritou mas a multidão o fechou, gritando pela sua vitória.
Devia respirar e sair dali o mais rápido. Estava irritado com si mesmo por ter entrado naquela cilada, sempre pensara duas vezes antes de agir, mas no momento não se importou querendo sentir apenas o gosto de sorrir com superioridade para os outros.

...

   Esperou até que as ruas ficassem vazias e escuras, se o velho estivesse dormindo no galpão, seria seu último sono e suspiro. Havia luz pela janela, Katsuki esperou vê-las apagando, mas isso não aconteceu. Estava perdendo a paciência e não esperaria mais nenhum segundo para tomar o que era seu por direito.
   Tomou um impulso rápido, chutando com raiva e força, a porta. A mesma se arreganhou e bateu na parede, fazendo um estrondo de acordar a vizinhança. Observou o lugar, empoeirado e aparentemente vazio, as velas em cima da mesa queimavam em silêncio. Mas as chamas não eram as únicas ali a se desesperarem com o vento da noite que adentrava o lugar.

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Espero que tenha ficado bom ^_^
É uma história que eu ainda estou escrevendo e é como um teste para ver se consigo um bom feedback na minha escrita para criar outras histórias.
Vejo vocês depois (caso gostem, né)

Coração de dragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora