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   O loiro de personalidade forte, estava paralisado, odiava hesitar e isso não era do seu feitio. Nada nunca o chocou tanto como o que estava no chão do galpão, suas mãos estavam atadas nas costas, suas pernas na mesma situação, pessoas amarradas por charlatões eram achadas diariamente. Mas tinha certeza que um garoto de cabelos ruivos, chifres salientes e asas, não era o mais comum de se ver.
   Híbridos eram facilmente vistos nas vilas e cidades, mas os dragões se diziam independentes, não se juntavam a outras espécies, sendo os reis da solidão e ignorância. Então Katsuki se perguntava como diabos um garoto-dragão estava no lugar onde devia ter moedas brilhantes?
   - Ei! O que você está fazendo aqui? - Gritou perto do rosto do outro, parecia preocupado e desesperado em se desamarrar e correr, ou melhor, voar. Além das pernas e mãos presas, tinha asas vermelhas e escamosas envolvidas na corda. Com a boca amordaçada, Katsuki fez a gentileza de deixá-lo falar.
   - Eu não estou a venda, maldito! - Sua garganta pedia água.
   - Quem grita sou eu, saco de merda! - Agarrou seu rosto nas mãos, insultando o garoto-dragão que franziu o cenho. - Onde o velho de merda está? Você está no lugar do meu dinheiro, porra!
   - Ele levou o dinheiro, idiota. O velho me vendeu a um louco e se você demorar nós dois morremos! - Seus olhos diziam a verdade mas o loiro não gostava de confiar, era tolice, mas Katsuki sempre procurara algo digno de seu interesse e por que não um híbrido? Mulheres estavam no final de sua lista, então de nada adiantava os milhares de bordéis. Lutar era uma de suas paixões, mas não enfrentaria imbecis fracos e metidos da sua cidade.
   - Se você não fizer isso, bastardo, eu o mato! - Bakugou tirou as amarras, hesitou na questão das asas longas, mas estavam tão apertadas que provavelmente doíam feito o inferno.
   Quando o garoto levantou Katsuki fez questão de analisá-lo rapidamente, corpo bem formado por músculos, seu peitoral exposto por um curto colete e as calças largas e rasgadas, as asas chegavam pouco acima do joelho. Mas o que deixou o loiro intrigado foram os cortes nos braços e costas, principalmente. "Queriam as asas, claro. Dragões não são tão fáceis de matar, deve valer milhares de moedas." Pensou, egoísta por um breve momento. Bem, não queria se envolver com ambiciosos que não sabiam nem o que fazer com o dinheiro.
   Com certa dificuldade o garoto-dragão correu ao lado de Katsuki, grunhindo de dor vez ou outra, usou atalhos tentando ser o mais rápido e silencioso, para caso o tal louco estivessem o perseguindo. Como não tinha um esconderijo ou algo do tipo, seguiu o caminho para sua própria casa, mas sabia que mantê-lo ali era, além de perigoso, uma idiotice. Abriu a porta as pressas empurrando o ruivo para dentro sem dó.
   Bakugou trancava a casa, já que estava de noite a cidade era mais violenta ainda, o ruivo se sentou no sofá de peles de urso pardo, grunhindo. O loiro correu até seu quarto, voltando com uma caixa repletas de ataduras, linhas, agulhas, pano e ervas, fazendo o outro gelar. Virou de costas para Katsuki, que úmideceu um pano e passou pelos cortes :
   - Você pode ir mais devagar... - O garoto o olhou por cima do ombro recebendo um olhar fulminante, Bakugou estava fazendo um favor ao ruivo e deveria ser grato por isso. -... Por favor.
   - Tsc...Qual seu nome, cabelo de merda? - Perguntou, já que provavelmente ficaria mais um tempo com o mesmo.
   - Kirishima Eijirou. - Respondeu entre rosnados de dor.
   Bakugou terminou de enfaixá-lo e o deixou na sala indo para seu quarto no andar de cima. As escadas rangeram e Kirishima apareceu a porta, tentando se esgueirar até a cama em que o loiro descansava :
   - Que merda você está fazendo? - Katsuki reclamou sentando e fitando com injúria o ruivo, já aconchegado entre os cobertores. - Sai! Você vai dormir no chão! - E acabou sendo atacado por olhos vermelhos como o vinho, implorando por um mínimo de piedade.
   - Minhas costas doem. - Suplicou, fazendo Bakugou bufar e se jogar de volta na cama de costas para o garoto-dragão.
   O sono do loiro foi extremamente confortável, os dias estavam esfriando aos poucos e as noites eram geladas, mas não sentia o cansaço diário da manhã e o mau humor que acabava adquirindo enquanto se forçava para acordar. O cobertor não incomodava e quando acordou estava surpreendente disposto. Ao levantar, o ar parecia congelar, fazendo-o voltar para o quentinho da cama, Bakugou sentiu Kirishima se movimentar e seu braço roçou na pele do ruivo, sua pele estava quente, como se tivesse saído do forno. "Ele emana calor?" A pergunta vageou pela sua mente, mas juntaria mais informações até ter sua teoria completa.

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  Decidi postar antes e sei que os capítulos estão pequenos mas pretendo aumentar.
  Vou tentar postar todo sábado então por favor me esperem!
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Coração de dragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora