Capítulo 6

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Maria decepcionou-se quando as três chegaram ao local da celebração. Havia apenas uma clareira comum, igual a qualquer outra, e o mais estranho de tudo era que não havia ninguém.

— Parece que chegamos um pouco cedo demais — Liss comentou enquanto olhava envolta.

Wyn estava procurando um galho baixo de alguma árvore para pendurar a luminária que havia trazido consigo e achando um, foi dizendo convicta enquanto a pendurava:

— Eles irão chegar depois que o sol se pôr.

Liss, insatisfeita, pendurou sua luminária um pouco acima da de Wyn e disse:

— Também poderíamos ter chegado após o sol se pôr.

— Desse modo, Maria iria perder o início da preparação.

Maria, que ouvia a ambas atentamente, perguntou curiosa:

— O que tem no início da celebração?

— A chegada dos convidados será interessante para você — Wyn dizia ao mesmo tempo, em que procurava outro galho para que a jovem também pudesse pendurar a luminária que tinha consigo. — Pelo menos acredito que você irá gostar bastante.

Maria pendurou sua luminária em um galho indicado por Wyn, e depois as três se sentaram bem no meio da clareira sob uma relva macia e ficaram observando em volta, entre momentos de silêncio e alguns comentários soltos.

Não demorou muito para os primeiros convidados começarem a aparecer, e a humana notou surpresa que se tratava de anões, todos com apenas um pouco mais de um metro de altura, cabelos ruivos e os homens com barbas muito compridas. Mesmo sendo de estatura pequena, eles tinham um ar esbelto, e contra todos os conceitos que Maria tinha sobre anões, ela os achou encantadores.

Os que haviam trazido luminárias, as foram pendurando nas árvores; alguns se davam por satisfeitos em pendurá-las nos galhos baixos, outros, escalavam com notável destreza para colocar suas luminárias nos galhos mais altos.

Enquanto isso, os anões restantes montavam uma mesa e a enchiam de comidas que também haviam trazido consigo.

— São conhecidos como anões vermelhos — Wyn cochichou no ouvido de Maria. — São um pouco arrogantes, mas nada que não se possa contornar.

— Aos olhos de muitos também somos arrogantes — Liss falou com um sorriso de lado.

— E são? — perguntou a jovem.

Liss olhou para Wyn com uma risada travessa e sendo retribuída pela pequena, respondeu:

— Talvez um pouco.

As duas elfas continuaram com o sorriso no rosto e Maria retornou a sua observação dos convidados.

Após algum tempo, chegaram também alguns elfos da floresta, como Wyn explicara, fizeram quase que o mesmo ritual dos anões enquanto ela os observava. Eles eram de estatura mediana e pele morena, andavam descalços e tinham um ar selvagem.

Depois disso, começaram a chegar muitos ao mesmo tempo, e Maria não conseguia mais observá-los como antes. E como Wyn havia dito, ela estava extasiada com a forma de como tudo estava se transformando. Conforme a noite foi caindo e o luar se elevando no céu, a luz prateada tomou conta do lugar; envolta de toda a clareira, havia mesas repletas de comidas e bebidas dos mais variados gostos; as luminárias que iam sendo postas nas árvores formavam um lindo lençol de tímida luz dourada que caía circundando todo o espaço.

As três precisaram se levantar e sair do meio da clareira quando a música começou a tocar e muitos animadamente foram dançar. Maria notou encantada em como a música parecia entrar pelos seus pés, passar pelo seu corpo todo e sair pelo seu peito com um arrepio prazeroso que a fazia estremecer de alegria. Era um som primitivo, produzido por instrumentos primitivos. Ela queria dançar, precisava se mexer, sorrir, cantar.

Além do Bosque (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora