15 - O bruto rendido

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"E eu vou fazer uma promessa a você
Se houver vida depois dessa
Eu vou estar lá para recebê-la com um morno e molhado beijo"

Making Memorie Of Us - Keith Urban


Maya acordou ao sentir um movimento na cama, virou-se para o lado e viu as costas de Taylor, sentado na beirada do móvel, a mão cobrindo o rosto, submerso em pensamentos. Notou que estava vestido com uma camisa branca, sem estampas, e com um jeans limpo.

Bocejou discretamente e se espreguiçou, relaxada, satisfeita, o corpo descansado. Olhou ao redor ainda tonta de sono. Reconheceu o lugar prontamente, a cama grande, a decoração sóbria. Aquele não era o quarto dela.

- Como eu vim parar aqui? – perguntou mais surpresa que confusa.

Ele agora olhava para ela. Os fios loiros caindo como seda em seu rosto másculo.

- Eu lhe trouxe comigo. – disse simplesmente. E depois completou com um sorriso: - A menina tem um sono tão pesado que nem percebeu quando a carreguei no colo.

Maya olhava para ele sem entender, fugia-lhe o raciocínio. Ele apoiou a mão no colchão e arrastou o corpo até ficar bem próximo a ela, olhando-a nos olhos.

- Você me fez um pedido e eu concordei em lhe conceder. Sou um homem de palavra. Precisava de roupas limpas e não achei certo deixá-la sozinha. Então lhe trouxe comigo.

Ok. Quem é você e o que fez com meu caubói xucro? - ela pensou em perguntar, mas estava atordoada demais tentando entender o que ele lhe dissera, além de bêbada de sono.

- Já amanheceu? – esfregou os olhos e sentou-se na cama, voltando-se para a janela encoberta pela grossa cortina.

- Ainda não. Mas aqui na fazenda a gente começa a lida antes do sol raiar.

- Já está indo pra lida? - ele se virou para ela, tinha uma das botas na mão e a outra, já calçada. Presenteou-a com um sorriso charmoso que acentuou as linhas de expressão em torno dos olhos.

- Estou, tenho alguns assuntos para tratar com o Ike sobre o treinamento do Apolo, mas pretendo voltar antes do almoço. Pensei em lhe levar pra cidade, resolver o problema com o seu guarda-roupa e com o meu, já que estou quase sem nenhuma camisa. O que você faz com elas depois que as usa?

- Eu durmo sentindo o seu cheiro, caubói. Está impregnado em cada uma delas. Mas prefiro muito mais dormir assim, sem roupa nenhuma, minha pele grudada na sua. – Maya desencostou da cama e deixou que o lençol deslizasse pelo corpo nu. Abraçou-o por trás, pressionando os seios nas costas largas, arrastando as mãos femininas por dentro da camisa branca.

Taylor se levantou da cama sem olhar para ela, precisava controlar a enxurrada de sensações que o invadia. Intensas. Indecentes. Mas o que fazer quando o cérebro era ignorado pelo resto do corpo?

Linda. Gostosa. Diaba cretina. 

Ô bosta.

Quando viu já estava com os dedos entrelaçados nos cabelos negros, puxando-os para baixo, como gostava de fazer antes de tomá-la. Preparava-a para o beijo. Para o sexo. Para ele mesmo. De repente, não estavam mais no quarto da fazenda, era outro mundo aquele onde se beijavam. Outro mundo.

- Não jogue comigo. Nem tente. - ele buscava pelo autocontrole, sem nem mesmo se lembrar que merda era aquilo. - Eu preciso sair, estão me esperando. – ela sorriu entre os lábios dele e baixou a cabeça. Tudo naquela mulher lembrava fogo, artefato bélico, explosão. E ele pediu aos seus santos mais chegados que o protegessem daquela criatura.

APENAS UMA NOITE (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora