Capítulo 25

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Pov Paula

Quando terminei de me arrumar e organizar as minhas coisas encontrei uma mesa de café maravilhosa feita pelo Breno. Pensei nas inúmeras vezes que tudo o que eu queria era ser agradada assim, pelos caras que me relacionei, esse menino era mesmo diferente e isso me assustava um pouco. Eu tentava disfarçar, mas meu coração já estava apertado em saber que daqui a pouco eu voltaria pra BH e que nós estaríamos a quilômetros de distancia, me incomodava o fato de não saber como ficaríamos, mas eu ainda tinha muito medo de um relacionamento a distancia, por isso não seria a primeira a cogitar essa hipótese.

Agradeci ao Xênon lindo pelo café preparado e ficamos ali um tempo nos deliciando um com a presença do outro. Nenhum de nós precisou falar pra saber que se fosse possível gostaríamos de não nos separar hoje.

Depois do café, fui ajudar as meninas a organizarem as coisas delas, pois depois do almoço íamos todos pra casa do Breno.

- O que foi Paulinha? – Jéssica perguntou ao me ver perdida em pensamentos.

- Nada não amiga, tô cansada eu acho.

- Ah tah! Amiga a gente te conhece tem uns anos já... Você precisa aprender a mentir primeiro. – Jaque falava se sentando ao meu lado na cama.

- Você se envolveu mesmo com o Breno né? – E mesmo com o tom de interrogação eu sabia que a Rafa não me fazia uma pergunta apenas constatava um fato.

- Sim, eu estou muito na dele. Em uma batalha entre minha cabeça, que me lembra tudo o que o Rodrigo fez e a minha promessa de não namorar mais a distancia, e o meu coração que me diz que eu não posso boicotar minha felicidade, que eu preciso pagar pra ver.

Eu estava sendo sincera, era exatamente assim que eu me sentia.

- Além do mais, o Breno não falou nada em continuar alguma coisa, quando eu olho pra ele, tenho certeza que ele também esta gostando de mim na mesma intensidade, mas o silencio dele me faz questionar se ele estaria disposto a ter algo mais sério.

- Olha Paula, a gente nem sabe o que te dizer, porque essa luta ai tem muito sentido. Eu confesso que tenho um pouco de medo de que você se entregue demais e depois sofra amiga – Jaque foi sincera, e eu constatei que também tinha esse medo.

- Talvez o melhor seja esperar, pra ver o que dá. Deixar acontecer naturalmente, sem muitas expectativas e sem cobranças. – Rafa completou.

- Sim, não quero e nem vou cobrar nada, vocês sabem que isso não faz meu estilo. Odeio drs.

- Oh! De uma coisa eu estou sabendo, parece q o Breno estava tão ansioso como você pra se verem, que só falou de você e que ficou muito puto quando essa Bárbara chegou, com medo de que você achasse que ele tinha alguma coisa com ela. – Jéssica emendou, completando que tudo isso o Piolho havia lhe confidenciado.

Conversamos mais um pouco no quarto, as meninas disseram que adoraram ficar com os goianos, mas que também não queriam se apegar muito, já que sabiam que a distancia era bem grande e que eles eram da farra.

Terminamos de guardar as coisas nos carros e fomos almoçar, o clima estava bem gostoso, embora pairasse uma tensão de despedida, todos estavamos sóbrios e interagindo de forma divertida.

Como combinado, depois de limparmos tudo, fomos para a cidade, mais especificamente para a casa do Breno, onde íamos aguardar o horário de ir para o aeroporto. Fomos só eu e o Breno no carro dele, e durante o caminho pela primeira vez nesses dias senti o Breno um pouco longe de mim, um pouco tenso, até me questionei se talvez seria um jeito de começar a se afastar, mas a sua mão não deixou de segurar a minha nem por um segundo, parecia que ele queria ter certeza que eu ainda estava ali com ele.

Quando chegamos ao seu apartamento, todo mundo já havia chegado e subimos de mãos dadas, mas ainda em silencio.

- Que resenha é essa aqui hein? – Breno falou em um tom divertido olhando a bagunça que estava a sua casa.

- Ih! Chegou o doido por arrumação – Uma cópia do Breno gritou e eu soube que era a sua irmã.

- Nem vem hein! Que não é tudo isso. Vem aqui q vou te apresentar pra Paulinha.

- Prazer Paula, acredite em mim, eu já te conheço. – ela falou me dando um abraço e fazendo todo mundo rir.

- Nossa Bruna, você e a mão disputam, pra ver quem me faz passar mais vergonha né? – ele falou fingindo indignação.

Cumprimentei a mãe dele, e depois ficamos ali tomando um café da tarde maravilhoso e conversando amenidades. As horas foram passando, e eu juro que se pudesse parava aquele bendito relógio.

Já era mais de sete e meia da noite e achamos melhor ir para o aeroporto, eu e as meninas nos despedimos de todos e até sugerimos chamar um úber, mas o Breno fez questão de nos levar.

Fizemos todos os procedimentos no aeroporto e enquanto as meninas se sentavam em algumas cadeira no canto do saguão, eu e o Breno tentávamos nos fundir em um abraço calmo e ao mesmo tempo carregado de saudades já.

- Só não esquece que ainda tem umas baladas pra me apresentar aqui em Goiania hein! Vou ter q ser convidada mais vezes. – falei tentando soar divertida.

- Já está convidada, inclusive a ficar aqui e nem voltar pra BH. – Breno me surpreendeu olhando profundamente nos meus olhos.

- Bem que eu queria mesmo, mas já te expliquei que não dá agora Xênon. Vou sentir saudades.

- Eu também. Espero que a gente consiga se ver logo. – ele falou ainda me fuzilando com o olhar.

O chamado para nosso embarque soou, e o Breno me apertou ainda mais naquele abraço, depois me deu um beijo urgente e ao mesmo tempo carregado de sentimento e se despediu de nós.

Eu não sou de chorar fácil, mas confesso que tive que me segurar pra não derramar algumas lágrimas. Porque era tão difícil me despedir do Breno? E porque ele não falou nada sobre como ficaríamos? Era só isso? Só mais um fim de semana juntos?

Mesmo com todas essas incertezas e um medo terrível de me machucar eu queria muito que aquilo que tínhamos, que eu nem sei que nome dar, não acabasse assim.

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