Six.

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Miami

Como já era esperado de acontecer, meu pais não compraram a ideia, principalmente a minha mãe. Ela, que sempre foi a mais preocupada dos dois, pensa em todas as consequências de alguma atitude.

Acho que tive a quem puxar...

Todas as preocupações e dúvidas que tive, ela também teve e eu precisei explicar assim como o Tom fez comigo. Mas ainda assim, não era o suficiente para convencê-los.

Li e reli o contrato várias vezes e, quando tinha alguma pergunta, ligava para o Tom. Depois de alguns dias, quando passou o Natal, ele disse que já tinha conversado com a empresa do meu intercâmbio e eles pediram para nos encontrarmos na EDA. E foi o que fiz, indo direto ao escritório do Tom. Bati na porta e ele pediu que eu entrasse. Fui recebida com um "bom dia" dele e da mulher que havia me ajudado quando eu cheguei em Nova York.

— Então, eu falei com o pessoal da Universidade e eles disseram que, se você for mesmo trancar o curso, conseguem segurar a sua bolsa de estudos por no máximo 2 anos. — A moça falou. — Seus pais terão que continuar pagando uma quantia, mas será a metade do que eles pagam atualmente. O seu visto de estudante e o passaporte ainda vão valer e você pode usá-los caso precise nas viagens. Você só precisa assinar alguns papéis e fica tudo pronto.

— Eu preciso comunicar os meus pais antes de fazer isso.

O Tom disse que resolveria essa situação e ligou para os meus pais pela chamada de vídeo. Os dois conversaram com eles primeiro enquanto eu só escutava ao lado, para depois me pronunciar e tentar amenizar. Demorou um tempo até meus pais estarem de acordo com as decisões que eu viria a tomar, mas acabaram concordando.
Quando eles finalmente me deram o aval, eu fiquei sem acreditar. Acho que eu me preparei tanto para uma resposta negativa deles que não soube qual reação ter quando o caminho ficou livre.

Eu realmente nunca iria imaginar, 1 ano atrás, que minha vida daria uma volta de 360 graus em tão pouco tempo.
Se a mudança para outro país foi impactante, imagina viajar por vários países durante mais ou menos um ano inteiro.

Assinei os papéis da empresa de intercâmbio e em seguida assinei o contrato da banda, que estava com o Tom. Ele ligou para o Renato e este disse que enviaria imediatamente duas passagens para eu e o Tom irmos encontrá-los em Miami. O contrato seria entregue à eles lá e haveria uma reunião para que todos se conhecessem propriamente, pelo menos foi a informação que o Tom me passou.

— Mas pra quando é essa viagem? — Perguntei.

— Ele disse que vai comprar para esse sábado. — Me respondeu com a maior tranquilidade.

— Esse sábado? — Perguntei arregalando os olhos quando me dei conta da data. — Mas domingo é a virada do ano novo!

— Eles têm uma surpresa para o ano novo...

— Como assim surpresa? Por favor, Tom, eu não aguento mais esses suspenses. — Implorei.

— Nada disso. Ele me pediu segredo de novo e é o que vou fazer. — Ele ficava tentando esconder o sorriso enquanto falava. — Você vai descobrir quando chegar lá.

— Isso não se faz com uma pessoa curiosa...

— Você aguentou esperar até aqui, alguns dias não vão te matar, Alexa.

— Vamos ficar até quando?

— Chega de perguntas, vai pra casa arrumar sua mala. — Ele fez movimentos com a mão, indicando que eu saísse logo.

— Como eu vou saber a quantidade exata de roupas para levar se eu nem sei quanto tempo vamos ficar? — Insisti.

— Até o próximo sábado, Alexa. — Ele deu uma leve revirada nos olhos. — Vamos ficar uma semana. Satisfeita? Não acredito que vou ter que te aturar durante uma semana inteira...

Feel Something | J.P.Onde histórias criam vida. Descubra agora