Fifteen.

633 56 3
                                    

Beach
(Praia)

Chegamos na praia e achamos um lugar bem perto da água para ficar. Os meninos alugaram duas barracas e só algumas cadeiras, porque a maioria iria ficar sentada nas cangas e toalhas.

— Quem vem pro mar comigo? — Erick chamou.

— Eu vou! — A Maya gritou, já deixando sua roupa e seus pertences em cima da canga.

Só quem ficou na areia foram o Joel, o Zabdi, eu e a Bia.
Ajeitamos as barracas, as cadeiras e as cangas, e colocamos os pertences de todos dentro de uma bolsa grande, embaixo da sombra.

Estiquei uma canga para que eu pudesse sentar e assim o fiz. Peguei o protetor dentro da minha bolsa e comecei a passar nas pernas, na barriga, colo, rosto e braços. Passei nos meus ombros, mas não conseguia alcançar as costas.

— Quer ajuda? — Joel se agachou perto de mim e perguntou.

— Por favor. — Dei o protetor na mão dele. — Não consigo alcançar a parte de trás. — Virei de barriga para baixo e deitei na canga, tirando o cabelo das costas.

Ele se ajoelhou na canga e despejou um pouco do protetor no meio da minha coluna, espalhando em seguida. Passou na minha cintura, ao longo das minhas costas, chegando até o meu ombro e fazendo uma leve massagem ali.

— Já conseguiu passar nas pernas?

— Já sim, nas pernas eu consegui alcançar a parte de trás. — Respondi. — Muito obrigada.

— De nada. — Ele colocou o protetor do meu lado e se levantou.

Ele se dirigiu até o mar, lavou as mãos, voltou para perto das barracas de novo, e só então eu lembrei que não me ofereci para ajudá-lo.

— E você já passou protetor? — Perguntei.

— Só no rosto e nos ombros. Se importa de passar em mim?

— Claro que não. — Levantei e peguei o protetor.

Ele virou de costas e eu despejei o produto nele. Passei por toda a sua espinha e cintura, indo para os braços depois.

Lembrei da cena da academia hoje, os músculos do braço dele flexionados e com as veias saltadas. Tentei esvair esses pensamentos e prestar atenção apenas na minha tarefa.

Mas foi inevitável.

Ele virou de lado para eu poder terminar de passar melhor o protetor no braço dele e eu, por causa dos meus pensamentos, acabei abrindo um sorriso sem mostrar os dentes.

— Está se divertindo? — Ele também abriu um sorriso.

Franzi o cenho sem entender e olhei para ele, fechando o sorriso assim que caiu a ficha.

— O quê? Ah! Não! Não é isso. — Soltei uma risada nasalada. — Eu só lembrei de uma coisa, desculpa.

— Você pede muitas desculpas para quem não está fazendo nada de errado, Alexa. — Ele repetiu a mesma coisa que eu havia dito para ele na noite de ano novo, ainda sorrindo.

Merda!

Não sabia o que responder, então apenas retribuí o sorriso dele e continuei espalhando o protetor, como se nada tivesse acontecido.

— Nas pernas também? — Perguntei.

— Não precisa, eu passo depois.

— Na barriga? — Continuei.

— Se importa de passar pra mim?

Me diz que ele não está fazendo isso comigo... Não é possível.

Feel Something | J.P.Onde histórias criam vida. Descubra agora